VOLTE A SORRIR OS SEUS MELHORES SORRISOS

É da natureza humana guardar expectativa quanto situações de sua vida, demonstrando certa dose de ansiedade, a qual, se contida dentro de certo limite, não é prejudicial à nossa saúde.

No entanto, se vem num crescente, tomando ares de senhorio da casa emocional, impondo respiração ofegante, sudorese, aumento dos batimentos cardíacos, insônia, irritação, então passa para a zona do desconforto e rompe, se não controlada a tempo, os limites da harmonia, trazendo para seu hospedeiro, desequilíbrio e sérias repercussões emocionais e físicas.

A onda de pressão que o dia a dia traz, sobre a qual supomos poder surfar sem ser por ela tragada, tais como as exigências da formação e do desempenho profissional, da correria com os diversos compromissos financeiros, da satisfação dos desejos e necessidades pessoais e familiares, dos quefazeres com família, trabalho, saúde e educação, do lazer a todo custo, é fomentadora de ansiedade, sentimento hoje generalizado no mundo, num quadro alarmante.

Atinge índices inimagináveis, por exemplo, na classe estudantil, com manifestações também já comuns entre os alunos do segundo grau, e de forma aguda entre os universitários.

Nesse conjunto estudantil, advém das incertezas a que se veem constrangidos a conviver, ressentidos pela maturidade psicológica e emocional ainda em formação: como escolha de profissão e respectivos cursos, o custoso sistema de ensino, as poucas opções de boas escolas, pelas insuficientes oportunidades do mercado do trabalho, as eventuais instabilidades da conjuntura econômica e política.

Entre os chamados adultos, também se destaca a presença da ansiedade, diante das exigências existenciais cada vez maiores, já que boa parte dessa população não se estruturou com valores íntimos suficientes para se apresentar, agora, como contrapartida e suporte para manter-se o equilíbrio nos momentos angustiantes.

Dentre os de idade mais avançada, a retrospectiva do já feito ou deixado de fazer, antevendo os dias vindouros, poucos ou muitos, e o natural decesso orgânico, o declínio do vigor, trazem apreensão, insegurança e ansiedade, uma vez que olham para o futuro, prenunciando um fim não tão distante, onde se imagina encontrar um ponto final definitivo, a partir do qual, o vazio, o nada (aqui se constata quanta falta faz a busca e o alcance da consciência da imortalidade do ser).

Há que se perguntar: os malefícios da ansiedade têm remédio?

Sim, com certeza há terapias e medicações disponíveis que profissionais podem prescrever. No entanto, vem em contribuição a qualquer terapia que se adote, o nosso empenho pessoal na busca do bem-estar, do nosso equilíbrio emocional.

No âmbito de nossa intimidade, tudo começa olhando para nós próprios, numa viagem interior, devendo aí nos dedicarmos a examinar nossas crenças e nossos valores, norteadores de nosso pensar e de nosso comportamento.

Ensina-nos Carl Gustav Jung, aplaudido psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a psicologia analítica: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda”.

Há muitas crenças que adotamos que tinham sua razão de ser em dado momento de nossa existência, mas, hoje, sob exame mais aprofundado, não tem pelo que permanecerem alimentando o nosso modo de ser. A realidade do momento de cada um de nós, pede essa revisão.

Nessa jornada reflexiva, vamos nos descobrindo, vamos nos conhecendo melhor.

Quanto mais isso se dê – o despertar da consciência -, mais elementos de resistência ao bom combate da ansiedade conquistaremos, pois conseguiremos, com mais precisão, identificar fatores, situações, ditos e feitos que funcionam como gatilhos que disparam estímulos facultativos da manifestação da ansiedade, e também aqueles com os quais podemos contar como nossos aliados na manutenção do nosso equilíbrio emocional.

Por conseguinte, o autodescobrimento nos indicará os valores próprios que devemos validar e consolidar, e aqueles que merecem substituições, ou mesmo abandono de pronto. Espontaneamente nossa escala de valores priorizará escolhas mais condizentes com o nosso novo pensar, ensejando-nos novo comportamento diante da vida.

Falar de autodescobrimento é falar de não apenas identificação de necessidades, mas, principalmente, das nossas aspirações legítimas, das nossas reações diante das ocorrências do dia a dia, de nossas habilidades e recursos.

A revolução silenciosa chegará com sua bandeira de renovação em nosso mundo mental, convidando-nos a enriquecer a mente com conhecimentos, informações, dicas, experiências de terceiros e tudo o mais que sirva de material amplificador e retificador de nossos mapas mentais, cujos caminhos para nossos objetivos saudáveis de vida se apresentarão então melhor demarcados, donde poderemos colher suas coordenadas e as introduzirmos em nosso GPS-vivencial, que nos dará novos rumos, deixando de lado muitos descaminhos, vários locais de ócio, outros tantos de perda de tempo.

A jornada, então, terá Norte seguro. Os rumos serão certos e acertados. Os passos serão mais cadenciados e seguros. A chegada será uma questão de tempo, não mais mera expectativa.

Agora sem o sofrimento dos anseios desmedidos pela conquista do que não se sabe ao certo o quê, numa luta exaustiva pelo alcance de coisas mortas e sem significado primordial para a vida e o bem viver, nos identificaremos num mundo mental expandido, mais melhor conhecimento de nós próprios.

Nos sentiremos confiantes e externaremos confiança, resolução, permanência e constância, a caminho do encontro do já esperado e antecipadamente construído em nosso farto mundo mental, rico de novos materiais e opções. Estas colaborarão para correção de curso, sempre que preciso, conforme se apresente cada etapa da caminhada, agindo como um rio, que se sobrepõe aos obstáculos e não deixa de alcançar o grande mar, resiliente que é; resilientes que precisamos ser!

Que não nos baste o conhecimento.

Busquemos a sabedoria de vida, que começa a se formar a partir do momento em que nos dispomos a aprender a pensar, pensando no que pensamos, e porque o fazemos, quando, onde, de que forma, para que, com que propósito…

Formulemos objetivos claros, precisos, alcançáveis em nossa vida. Assim saberemos para onde ir.

A imagem, em diálogo, que nos foi dada por Lewis Carroll na sua obra Alice no País da Maravilhas, fala por si só:

Alice perguntou ao Gato de Cheshire: – “Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?

– Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.

– Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.

– Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato.”

Nos preparemos com os recursos e habilidades necessárias, segundo nossa antevisão do que desejamos para uma vida saudável que estamos por adotar.

E o façamos estando cientes do verdadeiro sentido da vida, do que vale o esforço, do que melhor convém, do que seja mais precioso, para que, uma vez conseguido, seja motivo de harmonia e real satisfação íntima.

O tempo dissolve o supérfluo e conserva o essencial. O bom-senso nos aconselha abrirmos mão do acessório pela supremacia do primordial.

A educação do pensamento, a disciplina dos hábitos e a segurança das metas são recursos hábeis para se trabalhar a superação das aflições, e, por conseguinte, da ansiedade.

Estamos falando de uma vida regularmente saudável.

Já no limiar de uma vida saudável, para que ela se delineie com firmeza, devemos acolher e externar sentimentos condizentes e em harmonia com novo mundo mental, agora educado e rico de conhecimentos superiores.

Solidariedade, fraternidade, compaixão, oração, são geradoras de energias otimistas e propiciadoras de equilíbrio e paz.

Em síntese, trazer o amor para o exercício diário.

No dizer do notável físico teórico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos pilares da física moderna ao lado da mecânica quântica, Albert Einstein: – “Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele você conquistará o mundo.”

O mundo íntimo está a pouca distância de nós, onde a vontade e a determinação alcançam-no com facilidade, abrindo-nos seus portões para a sua conquista definitiva, dele tomando posse, em nome do amor.

Ainda Einstein, em carta dirigida à sua filha Lieserl, qualifica, com suas palavras, o Amor, como a quinta força do Universo, ao escrever:

“-Existe uma força extremamente poderosa para a qual a ciência não encontrou ainda uma explicação formal.

É uma força que inclui e governa todas as outras, e que está inclusa dentro de qualquer fenômeno que atua no universo e que ainda não foi identificada por nós.

Esta força universal é o Amor.

Quando os cientistas buscam uma teoria unificada do universo, esquecem da mais invisível e poderosa das forças.

O amor é luz, já que ilumina quem o dá e o recebe.

O amor é gravidade porque faz com que umas pessoas sejam atraídas por outras.

O amor é potência, porque multiplica o melhor que temos e permite que a humanidade não se extinga no seu egoísmo cego.

O amor revela e desvela. Por amor se vive e se morre.

Esta força explica tudo e dá sentido em maiúscula à vida.”

Se você se vê às voltas com o quadro transtornante da ansiedade desmedida, supere esse sofrimento, você pode fazê-lo, dando-se a oportunidade de uma vivência renovada, tanto intimamente quanto no seu de relações.

Abra as janelas d’alma para a clareza diamantina de uma vida cuja escala de valores adota medidas profiláticas, naturais, que estão dentro de você, ao alcance da sua deliberação, por um rumo feliz, bastando desejar e começar por fazer.

Adote e privilegie o Amor, conjugando o verbo Amar na prática de seus pensamentos, que também servirão de alimento para o seu coração, o qual, embebido no néctar desse sentimento dos sentimentos, vitalizará suas ações, dando-lhe expressão de vida com forma e conteúdo inteiramente novos, independentemente do quanto você já viveu.

Nunca é demasiado tarde para virmos a ser aquilo que deveríamos ter sido, ou que sempre pensamos poder vir a ser.

Imagine seu mundo interior como um grande jardim, que se vê visitado pela luz do Sol, pela brisa e gotículas de orvalho no alvorecer. A terra, agradecida, se faz vigorosa; as plantas se reverdecem de alegria; as flores se abrem em sorriso de contentamento; os perfumes se misturam numa composição que não só vai longe abraçado ao vento, mas inebria os sentidos e impregna com seu aroma os que estão à sua volta, não sem antes ter perfumado seus focos de origem… E tudo parece sorrir…

Volte a sorrir os seus melhores sorrisos!

Por instinto, o ser procura evitar o sofrimento ou libertar-se dele, utilizando-se de todos os recursos imagináveis.

Com consciência de responsabilidade, lúcido e equilibrado, adota conduta moral e mental harmônica, para a aquisição da saúde permanente.

Carl Gustav Jung, conforme se lê em (Letters) Princeton. Princeton University Press, 1973 – vol. I, p.236, sublinhou em suas anotações reflexivas: … Mas o sofrimento precisa ser superado, e o único meio de superá-lo é suportando-o. Aprendemos isso com Ele (o Cristo Crucificado).

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