Você é seu próprio obstáculo… e é sua própria solução

Imagine por um momento: você passou a vida inteira buscando fora de si mesmo, acreditando que, em algum lugar, em alguma conquista distante, o sentido da sua existência se revelaria.

Subiu montanhas acreditando que no topo haveria respostas.

Mergulhou nas profundezas dos oceanos esperando encontrar a chave para a sua paz.

Cavou a terra com a ilusão de que um tesouro enterrado o completaria.

Mas, e se eu te dissesse que o que você procura nunca esteve fora de você? Que enquanto você se desgastava nessa busca sem fim, o seu maior tesouro esteve adormecido, intocado, bem aí — dentro de você?

Não, o que falta na sua vida não é uma nova conquista. Não é a resposta, mas a pergunta certa.

Há um antigo conto oriental que diz que, em um tempo distante, todos os homens eram deuses.

No entanto, eles abusaram tanto de seu poder que Brahma, o mestre dos deuses, decidiu retirar-lhes a divindade.

Mas onde esconder algo tão grandioso? No fundo dos mares? Nas profundezas da terra? – Não.

Brahma, com toda sua sabedoria, escondeu o poder divino no único lugar onde o homem jamais pensaria em procurar: dentro de si mesmo.

E aqui estamos nós…

Milênios se passaram, e nós, com a mesma sede de conquistas, continuamos buscando fora.

Viramos o mundo de ponta-cabeça, cavamos até os confins da terra, viajamos pelo espaço sideral, e ainda não encontramos o que procuramos.

Porque o que procuramos não está lá fora. Sempre esteve aqui, no único lugar que insistimos em não olhar: nas profundezas de nós mesmos.

E a nossa jornada, por mais heroica que pareça, jamais será completa enquanto não fizermos o mais difícil dos caminhos: o caminho ao encontro do nosso coração.

Quer saber o nosso maior erro? – Acreditar que aquilo que vai nos satisfazer, que vai preencher esse vazio existencial, são coisas colhidas nos canteiros do mundo.

Vamos ilustrar essa ideia para melhorar o entendimento!

Imagine um viajante que, ao longo de sua vida, plantou sementes em um jardim vasto e fértil.

Esse jardim representa seu mundo interior — seu potencial, suas paixões, seus valores, seus sonhos!

Porém, ao invés de cultivar pacientemente esse espaço e regá-lo com dedicação, ele se distraiu. Começou a observar os campos vizinhos, atraído pelo brilho efêmero das flores que brotavam lá.

Convencido de que a resposta para seu vazio estava nos jardins do mundo lá fora, ele abandonou seu jardim…

Durante anos, percorreu terras distantes, colhendo flores em outros canteiros — glórias passageiras, conquistas materiais, títulos, aplaudido pelas multidões que o observavam.

Cada vez que voltava para casa, ele enfeitava seu jardim com essas flores colhidas do mundo exterior, tentando cobrir o terreno vazio e sem vida que, aos poucos, foi murchando sem cuidado.

Mas algo o inquietava…

Apesar da beleza temporária das flores que trazia de fora, algo não estava certo. O vazio permanecia, silencioso, latente, como se tudo aquilo fosse uma grande ilusão…

E era…!

As flores que ele colhia nos canteiros do mundo eram frágeis. Eram belas por um tempo, mas rapidamente murchavam.

Elas nunca criavam raízes no solo do seu jardim, pois não pertenciam a ele. Não eram suas. Ali já chegavam sem raízes.

Não eram frutos da sua experiência, capaz de regar sua essência.

Foi então que, em um raro momento de pausa, ele voltou seus olhos para o próprio jardim, agora quase desolado, e percebeu a verdade incômoda: nunca cuidou do que era realmente seu, de quem ele realmente é

Nunca deu atenção ao que já estava plantado ali, esperando apenas por cuidado, paciência e atenção.

Tudo o que ele realmente precisava para preencher seu vazio estava dentro de si mesmo, mas ele tinha preferido correr atrás de recompensas passageiras… lá fora, sempre lá fora.

Moral da metáfora?

O que buscamos no mundo exterior, por mais belas ou chamativas que pareçam, nunca têm a profundidade e a durabilidade das coisas que vêm de dentro.

As flores colhidas nos canteiros do mundo podem enfeitar por um tempo, mas só o cultivo do nosso jardim interior — o autoconhecimento, o propósito, a conexão com nossa essência — traz verdadeira satisfação, dão substância ao viver.

Passamos a vida correndo atrás da aprovação dos outros. Queremos aplausos. Queremos títulos. Queremos reconhecimento. Queremos poder.

E, enquanto focamos nessas coisas triviais, deixamos de focar no que realmente importa.

E então, pergunto: será que essas conquistas, esses troféus de glória externa, realmente trazem paz?

Você já percebeu que, não importa quantos prêmios você ganhe, quantos elogios receba ou quanta riqueza acumule, a inquietação continua ali, rondando você?

Porque o sucesso material jamais vai preencher a lacuna interna. Coisas, palavras e suas formas não “cabem” no coração.

O que é esse incômodo persistente que você sente? – Ele não é um sinal de fracasso. Ele é um sinal de que você está olhando na direção errada.

Por séculos, o mundo ocidental construiu uma sociedade que ignora o óbvio, uma verdade que o Oriente sempre soube: a chave para o seu bem-estar não está em algo que você possa pegar, comprar ou ostentar. Está dentro de você.

Como podemos começar caminhar por esse roteiro sem forma, mas que tudo conforma?

Meditação, silêncio, introspecção — essas práticas não são para fugir da realidade, mas para entrar na única realidade que importa: a sua própria.

Do imponderável se retira o ponderável…

Mas por que é tão difícil olhar para dentro? Vou te dizer por quê: porque é assustador!!

A verdade é que a maioria das pessoas evita essa jornada interior porque ela é profundamente desconcertante, desconstrutiva.

Olhar para dentro é como abrir uma porta para um quarto escuro cheio de segredos que você mesmo trancou lá dentro.

Encarar seus medos, suas fraquezas, suas inseguranças — isso não é para qualquer um. Só para os buscadores de si mesmo…

Além do mais, é preciso coragem para renunciar ao que nos é familiar, conhecido, ou seja, nossa zona de enganoso conforto.

Porque o mais assustador nessa viagem para dentro não é o que você vai encontrar, mas o que vai precisar abandonar na jornada: Você vai precisar abandonar a versão de você que você sempre conheceu…, porém na imagem de um espelho.

“Por que não me ensinaram diferente?” Sei que você vai me perguntar isso…

É fácil culpar o mundo, as circunstâncias, as pessoas.

O mais difícil é admitir que, no fundo, somos nós os maiores sabotadores de nós mesmos.

Esse conto oriental, onde Brahma esconde o poder divino dentro de nós, é a metáfora perfeita para a nossa cegueira.

Estamos tão obcecados em escalar montanhas, conquistar territórios e alcançar o inalcançável, que esquecemos de olhar para o único lugar onde sempre esteve a chave para a nossa realização: o nosso próprio coração.

Você é seu próprio obstáculo… e é sua própria solução.

Você já percebeu como, sem propósito edificante e transformador, a vida se torna uma repetição enfadonha?

Você acorda, faz o que tem que fazer, completa as tarefas do dia, dorme… e repete…

Repete. Repete. Repete. Isso o satisfaz? – Claro que não, vai responder rápida e acertadamente.

Mas por que tantas pessoas vivem dessa forma? – Porque elas confundem movimento com progresso, ocupação com realização, acontecimentos com efetiva experiência.

Estar ocupado não é sinônimo de estar vivendo.

O propósito edificante é o combustível que faz a vida valer a pena. É aquilo que o move além do cansaço, que o faz levantar da cama quando tudo está desmoronando.

O propósito não é uma meta. Ele é a razão pela qual você persegue qualquer meta.

E sem ele, o que você faz é apenas uma sequência aleatórios de movimentos vazios, sem direção, sem sentido.

Você acha que seu propósito está “lá fora”, como um tesouro escondido em um mapa misterioso. Acredita que, um dia, em uma nova conquista, em um novo lugar, vai encontrá-lo. Essa é a mentira mais bem contada da humanidade!

Nenhuma conquista externa, nenhum troféu, nenhum aplauso vão te dar a paz que você busca. Nenhum!!

E eu o desafio a olhar de frente essa verdade: Se você não estiver conectado com o seu propósito interno, nada disso terá o impacto que você espera. Experimente! Sinta!

Pode alegrar, mas não plenifica. Assim como vem, vai…

Pergunte-se: o que de fato permanece?

E mais, eu o provoco a pensar sobre o que realmente é o propósito.

Pensemos juntos.

Ele não é algo tangível.

Ele não é um título que você exibe, um cargo que você ocupa, um status que você alcança. Isso tudo são resultados.

Propósito é um estado de ser!

Ele está profundamente ligado à sua essência, e para encontrá-lo, você precisa parar de olhar para o mundo lá fora e começar a olhar para dentro. Pois nem sempre o que buscamos e fazemos condiz com o que queremos mesmo.

Da nossa essência, se tivermos ouvidos de ouvir, escutaremos propósitos que enriquecem o viver, não simples desejos que alimentam a sobrevivência e enchem prateleiras.

O oportuno propósito não é um convite para o conforto, mas um desafio radical à sua forma de viver.

Você tem coragem de parar tudo e realmente olhar para si mesmo? De enfrentar aquilo que tem evitado por tanto tempo?

A verdade é simples: o propósito existencial legítimo já está em você. Ele sempre esteve.

Mas, ao longo dos anos, você se perdeu nas expectativas dos outros, nas pressões do mundo, no barulho incessante da vida. E com isso, esqueceu de ouvir a única voz que realmente importa: a sua própria!!

Você pode se perguntar: “Mas como vou saber qual é o meu propósito?”

– Vou lhe dar a resposta mais simples e mais poderosa: Você já sabe!  Sempre soube. O que acontece é que você permitiu que essa voz silenciasse. Você acreditou no mito enganoso que espalha o propósito e diz que ele tem que ser algo grandioso, inatingível, reservado para gênios e heróis. Mas isso é uma farsa.

Seu propósito vivencial não precisa ser extraordinário aos olhos do mundo. Ele só precisa fazer seu coração vibrar. Ele só precisa fazer você se sentir vivo!

Para alguns, pode ser transformar o mundo. Para outros, pode ser cuidar de uma pessoa, ensinar uma criança, ou criar algo que inspire.

Não importa o tamanho do propósito, mas a profundidade com que você se conecta a ele e o bem que ele traz para seu coração!

E aqui vai outra verdade radical: o propósito não é algo que você vai encontrar em um curso, um livro ou uma palestra motivacional.

O propósito que renova e o sacode por dentro não se compra. Ele é cultivado. Ele nasce do autoconhecimento, da prática constante de olhar para dentro e de ouvir a sua alma.

Insisto, pare de buscar fora o que só pode ser encontrado dentro de você.

Invista em silêncio.

Desconecte-se do barulho do mundo.

Pergunte a si mesmo, com sinceridade brutal: O que realmente importa para mim? O que me faz levantar da cama com vontade de existir?

Não importa o que a sociedade dita ou o que os outros esperam de você.

O que faz sua alma vibrar? – Isso é o seu propósito.

Em suma, não se trata de uma nova resposta, só precisa parar de fugir da resposta que você já tem.

Encontrar o seu propósito é o ato mais corajoso da sua vida.

Não é sobre abandonar tudo, fugir para o desconhecido ou seguir algum guru da moda.

É sobre abandonar as mentiras que você contou a si mesmo, ao aceitar as mentiras que mundo valoriza.

Soltar o que não faz mais sentido. Parar de perseguir metas vazias que não trazem realização. Enfim, encontrar o seu propósito é, acima de tudo, um grande encontro consigo mesmo.

Você não precisa de mais conquistas, mais títulos ou mais aplausos.

O que você precisa é de profundidade no pensar e no sentir!

E a profundidade só vem quando você para de correr atrás de ilusões e começa a caminhar em direção a si mesmo. Quando você para de trocar o essencial pelo superficial.

Lembre-se: o propósito que você tanto busca não está em um lugar inalcançável. Ele não está no próximo diploma, no próximo emprego ou na próxima compra. Ele está nas profundezas de você, na distância do seu coração — o único lugar onde você tem evitado procurar, porque sabe que, uma vez que olhar para lá, não terá mais desculpas para fugir de você mesmo.

Então, eu lhe pergunto: você está pronto para parar de procurar e, finalmente, começar a encontrar?

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