O rio Amazonas, localizado na América do Sul, é um dos rios mais extensos do mundo, com 6.992,06 km de comprimento e mais de mil afluentes, sendo que alguns deles, como o Madeira, o Negro e o Japurá, estão entre os 10 maiores rios do planeta. É, de longe, o rio com maior fluxo de água por vazão, com uma média superior que a dos próximos sete maiores rios combinados (excluindo Madeira e rio Negro, que são afluentes do próprio Amazonas).
O Amazonas tem sua origem na nascente do rio Apurímac (alto da parte ocidental da cordilheira dos Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico junto ao rio Tocantins no delta do Amazonas, no norte brasileiro. Ao longo de seu percurso recebe, ainda no Peru, os nomes de Carhuasanta, Lloqueta, Apurímac, rio Ene, rio Tambo, Ucayali e Amazonas. Ele entra no território brasileiro com o nome de rio Solimões e finalmente, em Manaus, após a junção com o rio Negro, assim que suas águas se misturam ele recebe o nome de Amazonas e como tal segue até a sua foz no oceano Atlântico.
O rio Apurímac é o nome que recebe o rio Amazonas no trecho entre a cordilheira dos Andes e a floresta Amazônica no Peru. Nasce das águas de degelo do Nevado Mismi, uma montanha de 5597 metros de altitude, localizada na província de Arequipa, sul do Peru.
Mas ele não nasceu grande. Em sua nascente, ele é um simples filete de água (veja foto). A partir daí, vai se formando, num crescente, com a contribuição de seus afluentes (mais de mil).
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No âmbito íntimo, pessoal, nossas realizações de alegria, nossas conquistas, nossa boa saúde, ou nossas derrotas, nossas tristezas, nossas enfermidades, nossos conflitos, nossos transtornos, tiveram fontes geratrizes, quais “pequenos filetes”. E se desenvolveram por atitudes pessoais (ou falta delas) e de outras pessoas ou circunstâncias – afluentes em nossas vidas – contribuindo, positivo ou negativamente, no rio que somos.
Alegrias e tristezas não nasceram grandes, se formaram conforme as alimentamos, bem como com nossa concordância e consentimento da influência dos afluentes em nosso caminho.
Nos vejamos quais se fôssemos um rio.
O nosso fluir, como num rio, pode estar cheio de obstáculos que impeçam nossa jornada, a qual fazemos sofridamente, com lentidão (desânimo), ou sob o guante de represamento (depressão), ou desvios sem saída (incertezas), ou passagens muito estreitas (culpas), ou grandes desníveis (quedas morais).
Se contaminadas as fontes de diversos rios que desaguem num rio maior, apesar do tamanho que ganharia, seria apenas um rio natimorto.
E, por óbvio, nascentes saudáveis, leitos protegidos, quantos mais afluentes nessas mesmas condições desaguem num rio que as abrigue em seu curso, mas útil se fará à natureza.
Precisamos vigiar as nascentes em nosso mundo mental e sentimental, inclusive o que nos chega do exterior, em forma de afluentes (cuja integridade dessas nascentes não é de nosso conhecimento), que acabamos por incorporar apressadamente em nosso curso existencial.
Se o nosso momento-vida é de satisfações, alegrias e vitórias que estejam a engrandecer-nos perante a própria consciência, ótimo, prossigamos a frui-lo, sem deixarmos de considerar que o simples viver é muito mais do que apenas estarmos aqui. E que muito mais será pedido a quem mais tenha sido dado.
O existir tem suas razões, suas finalidades superiores, do mesmo modo que todo rio tem por desiderato desaguar no grande mar. E não sabemos o que estará por vir além da grande curva da vida, logo mais. Nem se os dias futuros serão dias dourados de encantos e satisfações.
Enquanto alegres, lembremo-nos que esse estado animador teve uma ou mais do que uma fonte geradora desse atual resultado, que nos pede preservação da mesma e gratidão aos seus fatores.
Por conseguinte, quando o nosso momento-vida estiver como o rio cheio de obstáculos, detenhamo-nos em exame mais amadurecido e aprofundado, em busca da causa matriz, da origem, da fonte de cada um dos nossos sofrimentos, a fim de removê-la.
Enquanto não depositarmos a medicação saneadora na fonte geradora dos males, não cessará o padecimento. Precisamos agir no fulcro da sua nascente.
As nascentes do psiquismo humano absorvem com rapidez a medida saneadora que chega com a reeducação do pensamento, a remodelação e disciplinamento de hábitos e a revisão dos nossos objetivos e valores existenciais.
Educar a mente e disciplinar a vontade é passo essencial para rearmonizar o recôndito do coração, e estimular renovas causas, agora com teor positivo, que trarão, com certeza, novos e recompensadores efeitos de satisfação e bem-estar.
É milenar a assertiva de quem semeia vento, colhe tempestade.
Uma pessoa pode saber o que fazer (comportamento) e até mesmo como (capacidade), mas, mesmo assim, não faz, porque não é importante para ela (seus valores) ou por acreditar que não fará nenhuma diferença (crenças).
Não conseguiremos resultado diferente, se pensarmos e fizermos sempre do mesmo modo.
Questionar nossas crenças é necessário, a fim de selecionarmos as verdadeiras das falsas, as construtivas das destrutivas, as animadoras das desanimadoras. As crenças mudam com o passar do tempo e pela força das circunstâncias. Mas também mudam pelas atentas observações, ponderações, exames, reflexões, avaliações de resultados.
Geralmente, quando vemos o resultado de um hábito prejudicial à saúde, é tarde – já estamos doentes.
Podemos mudar o estado vigente de nossa vida, podemos sair do sofrimento, somos capazes de desenvolver para nós mesmos o estado de bem-estar. A saúde está ao nosso alcance.
Sim, podemos!
Deepak Chopra, médico e aplaudido autor literário mundialmente conhecido, apontou:
Você é como o intenso desejo que lhe impulsiona:
Assim como é seu desejo, assim será sua vontade.
Assim como é sua vontade, assim serão seus atos.
Assim como são seus atos, assim será seu destino.
Assim como é seu destino, assim será você.
Questionar crenças e valores regularmente. Valores são as coisas importantes para nós, as coisas que buscamos – saúde, riqueza, felicidade, segurança, amor (ou aquilo que temos como valor, que, em verdade, é desvalor, prejudicial, mas praticado por nós). Os valores agem como ímãs em nosso comportamento.
Ao alterarmos essa ou aquela crença para outra verdadeira e edificante, alteraremos valor vivencial correspondente, que, por sua vez, alterará nosso comportamento. Ao alterar nosso comportamento, mudamos nossas realizações.
Realizar-se na plenitude do bem-estar, uma das oportunas razões para o nosso existir. E está dentro de nossas capacidades naturais.
A palavra realizar, filosoficamente, significa tornar real o que não era real, era apenas realizável.
O rio acima citado como exemplo, conforme seja sua característica, traz em potencial, coisa realizável: energia elétrica. Basta que edifiquemos e aparelhemos a usina hidrelétrica. Faz-se então real o que não era real, era apenas realizável.
Os recursos que necessitamos para fazer cessar nossos sofrimentos e para restabelecer nossa saúde estão ao nosso alcance. Basta que os realizemos.
Pensamentos destrutivos, lixo mental, ideias anestesiantes, sentimentos negativos, identifica-nos com hábitos infelicitadores, enfermiços.
Quem e como queremos ser, afinal, é de nossa escolha.
Vamos dar o primeiro passo na grande virada: querer certo.
Agora ao segundo passo: fazer certo.
Anotamos, em síntese, aspectos a serem considerados na caminhada rumo à saúde:
- Observar o ambiente em que vivemos, as pessoas com as quais convivemos, o alimento que ingerimos, o ar que respiramos, as bebidas que ingerimos, os medicamentos que fazemos uso, o lazer que nos distrai, as ocupações que nos prendem.
- Evitar hábitos prejudiciais e cultivar hábitos saudáveis. Os hábitos somente são modificados pela descoberta do objetivo por trás de cada hábito e pelo esforço para mantê-lo. Por que agimos como agimos? Nos questionemos sempre.
- Rever crenças e valores, como já anotado antes, dada a grande influência que exercem em nossa saúde.
- Identificar-se e se autoafirmar como uma pessoa saudável.
- Ir para além da identidade mais objetiva, voltar-se para o subjetivo, porém, fundamental, que está em nosso coração: o mundo dos sentimentos, que, se enobrecidos, nos levará à reabilitação perante nós mesmos e perante aqueles a quem nos entendamos em dívida moral; fazer uso do elixir revigorante do autoperdão e do perdão, e por a correr para bem longe de nós o complexo de culpa.
Em resumo, a cessação real do nosso sofrimento, se dará quando erradicadas as suas causas, o que fará com que desapareçam os naturais fenômenos das consequências.
Os pensamentos fizeram de nós o que somos, e os nossos pensamentos farão de nós aquilo que seremos daqui por diante.
Vigiar as nascentes do coração, é palavra de ordem!
Siddhartha Gautama concluiu: Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.
Pensar bem sempre, pensar reto!
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Projeto INOVE – a vida sob novo prisma
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