VIDA VALORIZADA

Atentemos para sentimentos de melancolia, de frustrações, de desinteresse pela existência física, os quais, em boa dose, são manifestações do espinho do ressentimento já cravado no cerne de nosso ser.

Não dissimulemos, através de diversos mecanismos de fuga, os nossos sentimentos, bons ou não.

Sentir raiva, antipatia, irritação, é normal no contexto humano que atualmente experenciamos. Mas, guardá-los jamais!

Do mesmo modo, é natural sentirmos simpatia, tranquilidade, amor. Estes, sim, enriquecê-los sempre.

A questão está em aprendermos a lidar com nossos sentimentos, a assumirmos o controle de nossas emoções.

Primeiramente, trabalhemos pelo nosso autodescobrimento, e descortinaremos para nós mesmos quem realmente somos, e não quem gostaríamos de ser, ou quem um dia fomos.

Dessa interiorização, nascerá o autorrespeito, o autoamor. Recursos essenciais para enfrentamento de sentimentos adoecedores, aos quais não devemos dar guarida por nenhum momento que seja.

Gerar e permitir-se sentir aromas benfazejos produzidos pelas emanações de paz, de concórdia, de perdão, de autoperdão, que rescendem de um coração pacífico, que sabe administrar seus sentimentos, que prioriza as sutis emoções do bem, do bom, do belo, do amor.

Uma atitude elegida por uma mente que faz com que a inteligência pessoal e a universal, sejam aplicadas em seu benefício, é: ressentimento, jamais!

Em um clima emocional saudável, não tem lugar para ideias de revide, nem espaço para mágoas, ressentimentos. Do mesmo modo quando a luz se faz e a sombra desaparece.

*

Um mestre levou seus discípulos para um passeio em região vizinha da cidade que moravam.

Pararam ao longo da estrada e o mestre os convidou para caminharem pelo campo.

Em certo momento, ele chamou-lhes a atenção para três riachos que vinham de direções diferentes. Dali onde estavam era possível ver cada um deles.

Aproximaram-se do primeiro e constataram que sua superfície estava coberta por espuma amarelada.

O mestre explicou-lhes que era poluição originária de fábrica instalada à beira do rio, alguns quilômetros acima.

Foram para o outro rio. Aparentemente, a água, na sua superfície, parecia sem poluição, mas notaram peixes mortos aqui e ali.

Mais uma vez o mestre lhes veio em socorro, e disse-lhes que a poluição existia ali, mesmo que não aparente, e decorria de dejetos lançados no rio, sem controle e cuidado, que moradores de vilas situadas acima, às margens do rio, o faziam continuadamente.

Caminharam um pouco mais, e chegaram às margens do outro rio. Menor que os outros dois, porém de águas limpas e transparentes, vegetação saudável à volta. Podiam ver peixes que nadavam. Havia lama, sim, mas assentada no fundo, e não trazia nenhum problema no entorno e, menos ainda, ao interior do rio.

Nesse caso, disse-lhes o mestre, não só a aparência fala da qualidade das águas do rio. A vegetação às margens, os animais que dele bebem sua água, o odor agradável de água limpa, falam de sua pureza e potabilidade, bem como a existência de vários lugares ao longo das margens, demarcados por alguns degraus feitos pelos homens no barranco, a fim de lhes permitir também fazer uso daquelas águas, para atender suas necessidades e as necessidades das suas plantações e de seus animais.

Essa limpidez é qual dádiva geral, pela grande utilidade e sustento da vida.

Aproveito, disse o mestre amigo aos seus discípulos, o momento para juntos refletirmos e daqui tirarmos lições para o nosso dia a dia.

O rio coberto de espumas, pode ser visto como alguém transtornado pela raiva, que fica irreconhecível, tanto na aparência como no procedimento. Vocês observaram que as margens eram ressequidas, vegetação comprometida, ninguém dele se aproximava, nem os animais. O rio, mesmo de longe, anunciava sua poluição. Assim também a pessoa raivosa.

O outro rio, com aparência límpida, traz, nas suas entranhas, veneno não percebido pela maioria. Assemelha-se aos homens que conduzem consigo ressentimentos, que, qual lixo tóxico, vão depositados abaixo da superfície do consciente, mas ficam suficientemente ativos com poder de matar ânimo, espontaneidade, alegria. De modo que as pessoas que se aproximam dos ressentidos, notam que a vivacidade deles foi perdida, não apresentam “ambiente convidativo” à sua volta, pois seu entorno manifesta seu interior contrafeito, e se afastam, como é feito pelos animais diante de um rio poluído.

Já o outro rio, o saudável, pode ser resumido como aquele que transcende vida, e à sua volta todos querem estar e ficar.

Assim também com as pessoas que são simples e naturais, sinceras e transparentes, autênticas e permanentemente acolhedoras. Ao redor há flores de simpatia, frutos de solidariedade, sombra de fraternidade.

Para essas pessoas, bem resolvidas que são, por mais adverso que se lhe apresente a vida em dado momento, como se estivessem sob forte tempestade, seus valores são como raízes profundas, dão-lhes sustentação, segurança, tranquilidade, certeza de que a tempestade não durará todo o tempo, e, logo passará, com a bonança a retomar o preenchimento das novas experiências.

Assim como os rios poluídos podem ser recuperados, o coração ressentido também pode se refazer e voltar a participar da vida em abundância e bombear, num fluxo incessante, energias refeitas e refazentes, ricas de bem-estar e saúde, ânimo e entusiasmo, fé e coragem, determinação e assertividade.

Os rios seguem em direção ao grande mar, cumprem sua razão de ser, atendem seu finalismo para o equilíbrio do ecossistema e sustentação da vida.

Nossos corações devem pulsar na mesma cadência da vida maior, em fluxo regular de acordo com as finalidades da vida e do viver.

*

Somos os que aprendemos que cada momento tem seu valor e deve ser vivido plenamente, e que a vida é feita de momentos, não de tempo.

O momento-vida atual convida-nos a reflexões amadurecidas sobre o que a vida é e sobre como temos vivido; sobre as razões da vida e sobre os valores de nosso viver; sobre o finalismo existencial e sobre os nossos propósitos vivenciais; sobre o que a vida oferta e sobre o que retribuímos à Vida.

*

Vida e momento são como duas lâmpadas em que suas luzes se unem num só feixe e iluminam o palco de nossa existência, onde somos o autor, o personagem, o ator, o público e o diretor executivo, e o script da peça tem um único ato, que retrata a busca do bem-estar e a necessidade do autoencontro, e assim diz: viva, celebre a vida como excelente oportunidade que ela é, para alcançar a plenitude pessoal, território onde reside o êxito e a paz de espírito. Viva bem, viva o Bem!

 ____________

Projeto INOVE – a vida sob novo prisma

 www.projeto-inove.com.br

contato@projeto-inove.com.br

Facebook: @PROJETOINOVI

Linkedin: linkedin.com/company/projeto-inove

Instagram: #projetoinovi

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *