Há fatores básicos que norteiam universalmente a conduta dos indivíduos em nossa Terra. Mesmo que em culturas diferentes, eles estão sempre presentes, e estimulam os que buscam entendê-los, a ter uma qualidade de vida altamente superior aos que ainda não estão atentos para tal empreitada.
Situações das mais diversas no campo das relações humanas alteram as vidas, conectando o ser desperto aos demais, quando colocadas em ação, no momento próprio.
Por exemplo, estando solidário com a sociedade em que se está inserido, trabalha-se por si mesmo e pelos demais, desfrutando de uma condição de auxiliador e auxiliado, que forma um elo indestrutível.
Haja vista para os desastres naturais quando assolam esse ou aquele povo, e de imediato, as demais Nações se mobilizam para auxiliar, enviando gêneros alimentícios, água, roupas, medicamentos, equipes de apoio e resgate.
Não ser participativo nas relações sociais demonstra desvio de conduta que se manifesta por certas condições: desgosto de estar vivo, sofrimento decorrente de maus tratos por parte da sociedade que é seletiva e exigente, alguns traços que são da intimidade do espírito como criatura imortal que é, entre muitas outras, que vão se manifestando ao longo da existência.
Entender qual delas influi no comportamento próprio é tarefa inadiável, para que se possa ter alegria de viver.
Em termos gerais, sob os mais variados aspectos da vida humana, o que é que impede que adotemos como prática, como hábito, como nossa natural forma de agir, tudo aquilo que nos traria legítimos benefícios existenciais diretos e imediatos?
Ter essa atitude benéfica para consigo mesmo e para com o meio social em que vivemos, é estar consciente da necessária inserção e interação humana em benefício da própria Humanidade. E, em se falando de sociedade, podemos inferir que o todo, o conjunto social, influencia, vezes mais, vezes menos, o indivíduo na formação de costumes, em certos padrões de comportamento, dando-nos entendimento que no mínimo se imita o máximo. E no máximo vemos refletido o mínimo.
Não basta viver, precisamos conviver e fazer a diferença para melhor.
Em grupos sociais, cidades e mesmo Nações onde há, em maior escala, a presença da energia envolvente da solidariedade, por exemplo (e há muitos outros fatores, mas muitos mesmo, que entram nesse rol), no geral as criaturas se apresentam vigorosamente seres sociais mais participativos, proativos, sabendo o que fazer em situações onde sejam chamados a colaborar, identificando, com olhos de ver, onde e quando espontaneamente marquem presença auxiliadora.
Nossas ações, ou falta delas, geram efeitos. Quando aquelas forem saudáveis, estes se nos fazem benfazejos. O inverso é, igualmente, verdadeiro.
Figuremos essa assertiva, como quem toma uma semente de um fruto, como de laranja, e outra de abóbora. Ora, semear uma ou outra nos dá a perfeita noção de que, em condições regulares, em certo tempo colheremos ou laranjas ou abóboras, conforme a semente previamente escolhida que depositamos no solo.
Em nossa jornada existencial, estamos constantemente fazendo semeaduras, que passam a germinar, crescer, florescer e frutificar em nossa intimidade, no solo do nosso coração, em nosso subconsciente.
É dessa profundeza do ser que surgem as matrizes das realizações pessoais que nos completam com satisfação e bem-estar, ou com aflições, que desnorteiam rumos, facilitando a instalação do desânimo, da depressão, das enfermidades, dos tormentos.
Segurança comportamental ou paixões e caprichos decorrem daí.
Configuram-se grupos de seres socialmente pertencentes ao saudável convívio nas relações humanas, e assertivos em suas decisões pelo melhor no contexto pessoal e coletivamente, ou aqueles onde se identificam fobias, complexos, recalques, que acabam dominando a paisagem mental, formando a sensação do fracasso.
Há os que se queixam do vento. Os que esperam que ele mude. E os que procuram ajustar as velas, como anotado por William G. Ward, notável teólogo, natural da Inglaterra.
Há um terceiro grupo, que se distingue dos dois acima citados. Guardam valores éticos e vivenciais já conquistados, mas também reconhecem que ainda há muito o que se conseguir e se melhorar. Portam qualidades, que estimulam a continuidade, e sabem de seus defeitos, alguns atormentantes.
Com destemor, esse grupo é dos que ajustam as velas do barco da vida, e, enfrentando o mar de cada dia, por mais revolto que lhe pareça, saem do escuro refúgio dos tormentos próprios para a luz clara da razão, abrindo-se para a vida, em todo o seu verdadeiro sentido.
Grupo que reconhece que ninguém está fadado ao sofrimento, aos conflitos destruidores, salvo vontade própria nesse sentido. Que sabe que todos podemos reaprender a vida e o viver, recuperar-se, reconstruir. E também sabe que é impossível haver progresso sem mudança e, quem não consegue mudar a si mesmo, não muda coisa alguma.
Despertos para conquistas morais, auxiliam ao próximo com o material do qual já são possuidores e dominam a aplicação, sem julgamentos sempre, bem como auxiliam na instalação dessa mesma disposição na mente e no coração dos errantes, caminhantes sem destino certo, os que não enxergam a vida como uma grande oportunidade de melhoria e redenção.
Estejamos certos de que não somos o que a sociedade e as circunstâncias fortuitas fizeram de nós, e sim o que escolhemos ser, desde o mais profundo do nosso ser, com nossas atitudes, com nossas “sementeiras”.
E aquilo que aprendemos vale bem mais do que aquilo que nos ensinam.
E aprendemos com Martin Luther King que é melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se, fazendo nada até o final.
Aprendemos também com Mestre Nazareno que quem perseverar até o fim, este será coroado com os louros da vitória sobre si mesmo.
Tormentos? Você pode se ver livre deles. Disponha-se a isso com determinação, persistência e constância, e logrará alcançar esse alvissareiro objetivo.
Da mesma fonte – os profundos arcanos da individualidade – surgem matrizes de reconquista e satisfação, desde que ali depositemos sementes (ações) selecionadas, próprias do que se pretende colher (herdar de nós mesmos).
Saiamos para fora de nós, encontremos o mundo onde há gente como nós, humanizemos nossa relação com esse mundo e com toda gente, que clama por solidariedade, por fraternidade, por amor-ação.
Esse amor-ação, amor-desprendimento, amor-humildade, amor-tolerância, é o amor que se converte em reparação de erros e é a eficiente medicação moral para todas as chagas do corpo, da mente e da alma.
O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê, ensina-nos Platão.
Amor não se vê, é sentido, é eloquentemente silencioso, é silenciosamente confortador, é confortavelmente transformador, é transformação que equilibra e harmoniza.
Amor não convence, converte.
Amor não convida, age.
Amor não adoece, é o remédio.
Amor não é roteiro, é o Caminho.
Amor não é bússola, é o Norte.
Amor não é futuro, é o tempo.
Assim, ajeite as velas do barco da vida, ame e tranquilize-se, deixando os seus tormentos no passado, e, ressurja dos escombros, qual fênix feliz, para a reconstrução sadia de uma nova vida, agora vista sob um novo prisma e sob uma nova injunção, integrados em plenitude com o Todo Cósmico.
Assim agindo, não estaremos solucionando os problemas do mundo exterior, mas reformulando o nosso mundo íntimo desde agora, o que será de grande valia para aqueles com os quais convivemos e para os quais passaremos a viver com afeto renovado.
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