A Revista Nature, Vol. 436, de 7 de julho de 2005, publicou artigo de Richard Conn Henry, professor de Física e Astronomia, da Universidade Johns Hopkins, Baltimore, Maryland, EUA, denominado O UNIVERSO MENTAL, onde ele fundamenta que o Universo é imaterial – mental e espiritual.
De acordo com o físico Sir James Jeans: “O fluxo do conhecimento está seguindo em direção a uma realidade não mecânica, o Universo começa a se parecer mais com um grande pensamento do que com uma grande máquina. A mente já não parece ser um intruso acidental no reino da matéria, devemos antes saudá-la como a criadora e governadora do reino da matéria.
Já Niels Bohr (Niels Henrick David Bohr foi um físico dinamarquês cujos trabalhos contribuíram decisivamente para a compreensão da estrutura atômica e da física quântica), afirma: “Se a física quântica não chocou profundamente você, então você não a entendeu ainda. Tudo o que chamamos de real é feito de coisas que não podem ser consideradas como reais”.
“Se você quer conhecer os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração”, lecionava Nikola Tesla (Nikola Tesla foi um aplaudido inventor nos campos da engenharia mecânica e eletrotécnica).
*
O simples movimento das mãos, consome energia do corpo.
O simples pensar, consome energia da mente.
O crescer de uma planta, consome energia do solo.
A jornada das estrelas, consome energia do cosmos.
A energia é ilimitada em sua origem, mas nós dela não dispomos infinitamente.
O consumo desregrado dela, para manutenção de nossas vidas, trará prejuízos.
Dispor, por exemplo, da preciosa energia mental para alimentar pensamentos negativos, é consumir o essencial diante do dispensável, e acarretará falta quando dela viermos a precisar para o indispensável.
A energia é renovável, mediante certas condições.
No exemplo da energia hidráulica, a natureza regional deverá suprir a existência de rio suficientemente caudaloso e em quedas acentuadas.
Para a geração de energia eólica, a vida local deverá dispor de ventos constantes.
Para a renovação e revigoramento da energia mental e vital do ser, a vida o chama para sair do enclausuramento emocional em que se fechou com o egoísmo e o orgulho como companheiros de clausura, para poder ver a vida em sua verdadeira grandeza e profundidade. Romper com o reducionismo existencial que a miopia das percepções aconselha.
Com o exercício continuado de melhor ver a vida à sua volta, as percepções vão se sutilizando, quando verá que a natureza, a vida em seu sentido amplo, estão sob a regência da harmonia, que, de modo simples, podemos entender como sendo a combinação das diferenças. As diferenças são respeitadas e arranjadas de modo a que haja uma contribuição mútua e interdependente entre cada um dos elementos naturais.
As percepções ampliadas dos sentidos, levarão o observador atento a deduzir que o seu estado emocional, hoje promovendo a insatisfação constante, se reequilibrará, caso se integre ao fluxo e refluxo da vida estuante à sua volta, a qual é capaz de manter bilhões de astros andarilhos em equilíbrio, que é capaz de se utilizar do voejar das borboletas para esparzir o pólen renovador, também promoverá o equilíbrio emocional, enquanto integrado com ela e suas diretrizes.
Se pondo em harmonia, com uma vivência intencionalmente equilibrada entre crenças, valores e comportamentos, verá preencher seu vazio existencial, uma vez que a percepção lhe indicará as melhores razões de bem-viver, dando-lhe a plena sensação de pertencimento ao momento, ao contexto, à vida.
Com os olhos postos no incansável labor das abelhas, por exemplo, descobrirá que alguns dos segredos do exitoso trabalho delas, é a ordem, o conjunto e a disciplina.
E voltando-se para o momento emocional atual, se sentirá com forças renovadas para encetar viagem interior, em busca do mais apurado autoconhecimento, disposta às descobertas diversas, boas ou não, com espírito de enfrentamento, determinado a autossuperação sem autocomiseração nem autopiedade. Autoperdão, sim, quanto precise e quando precise.
Para surpresa, mas resultado desejado, se descobrirá capaz de superar tudo aquilo que ontem lhe impunha insegurança, receio, medo, constrangimento, desânimo, empregando com novo e eficaz direcionamento, suas energias e sua vontade.
Ao ver que a vida estua e se renova à sua volta, verá no espelho de sua consciência que a proposta da vida é ação e renovação, que conclama a que saiamos da zona de conforto, agindo pela mudança desejada, e não só pelo simples desejo, mas também pela necessidade.
Como a semente de ontem, bem cuidada, hoje é a frondosa e útil árvore, florindo e frutificando, a expectativa do bem-estar se converteu em força realizadora, multiplicando a capacidade, a qual estava inerte, pois dormente na clausura de uma vida sem sentido existencial, e agora passa à construtora de uma vida saudável.
A cada novo dia, nos apresentamos como uma tese, e as circunstâncias ou nossos novos interesses, surgem como antíteses, resultando, ao final do dia, conforme o resultado do “confronto” entre a tese e a antítese, uma nova síntese, que somos nós, ou melhor, o novo “eu”.
Conforme raciocínio dialético de Hegel, a tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada, ou, dentro do nosso escrito, a tese é o nosso momento histórico pessoal, o que somos em dado momento.
A antítese é uma oposição à tese. É aquilo que os novos conhecimentos, os novos pensamentos, as novas crenças, os novos valores vão se antepor, em confronto com a tese, com o que somos naquele momento.
Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate; é quando resulta um ser renovado por novas ideias, novas expectativas, novo ânimo, nova visão da vida.
A síntese (o ser renovado), então, torna-se uma nova tese (o Eu presente), que contrasta com uma nova antítese (novos valores que a vida bem vista e bem vivida nos traz a cada momento existencial) gerando uma nova síntese (um ser ainda mais em harmonia com a Consciência Cósmica), em um processo contínuo e ilimitado, que chamamos evolução, que nos leva a considerar a interrelação e interdependência desde o átomo até o arcanjo, que também já foi átomo.
Vida em harmonia com os valores verdadeiros é fonte geratriz de mais apurada percepção de si mesmo, do próximo e do entorno, o que estimulará novas ações que produzirão satisfações e emoções superiores, as quais preencherão os espaços vazios da existência, dando-nos a sensação de plenitude, de pertencimento ao Todo.
As reservas de energia mental e vital devem ser empregadas com inteligência e sabedoria, renovando-as através de uma vivência saudável, rica de bons relacionamentos com pessoas também praticantes do bem-estar, interagindo com discernimento e sensibilidade com a natureza.
Se a bolota do carvalho traz em germe a robusta e grandiosa árvore, sendo capaz de vencer a escuridão do solo, a compressão da terra, e se levantar em direção ao Sol, que é vida, preservando sua fragilidade inicial com a resiliência diante das circunstâncias que as intempéries e as mudanças climáticas trazem, aproveitando das energias que chegam para se fortalecer e dominar o terreno com suas raízes, até se apresentar altaneiro, nós também trazemos em nossos valores latentes as capacidades e as forças, para transformarmos expectativa de vida em realização nobre e virtuosa.
O caminho do equilíbrio emocional e da plenitude, está no constante autodescobrimento, com disciplina e perseverança, guardando o compromisso de a cada dia se apresentar como uma nova e rutilante tese, aberto para as antíteses que promovam bem-estar, absorvendo o que de melhor a vida nos oportunize, transformando-nos em síntese renovada, na qual o cerne do ser vai se formando na têmpera do bom e do belo, refletindo a beleza da vida, que seu Idealizador Sublime nos apresente como dádiva.
O Sol, mesmo no seu aparente vagar, não deixa de se apresentar em toda a Terra, todos os dias.
Caminhemos hoje, amanhã e sempre, rumo à síntese de um novo “eu”.
___________
Projeto INOVE – energia para uma vida renovada
www.projeto-inove.com.br