Sentir é a Essência do Viver!

Vivemos em uma época marcada por uma frenética evolução tecnológica, mudanças culturais e uma aceleração da vida que muitas vezes sufoca a verdadeira conexão humana. O resultado desse cenário é evidente: relacionamentos interpessoais que correm o risco de se tornarem apáticos e carentes de sentimentos genuínos.

De ser social que nos ensinaram que o homem é, está se autoinduzindo a ser um ermitão, isolado em si mesmo.

Este artigo se propõe a explorar os fatores que contribuem para essa situação e a destacar a urgência de reverter valores para resgatar a autenticidade e a profundidade nas interações humanas.

A importância dada à comunicação superficial emerge como uma das principais razões para a apatia nos relacionamentos.

Em um mundo dominado por conversas repletas de trivialidades e desprovidas de conteúdo emocional, as interações tornam-se vazias, resultando em relacionamentos superficiais e desprovidos de substância.

Essa superficialidade é alimentada pela era digital, onde a dependência excessiva de dispositivos eletrônicos cria barreiras emocionais, substituindo a expressão genuína de emoções por emojis e curtidas virtuais, com aqueles ícones bem manjados. Bem poucos se dispõem a simplesmente escrever: obrigado, obrigada, pela sua mensagem…

Nada contra os avanços tecnológicos e os modelos de comunicação mais eficientes, mas reflexões sobre o que temos feito e como temos usado os recursos modernos.

A rotina constante e a monotonia na vida cotidiana sem propósitos construtivos, também contribuem para a indiferença nos relacionamentos.

No meio empresarial, há quem prefira manter clientes, ao invés de parceiros fiéis; empregados e não colaboradores.

Nas relações pessoais, não vão além do que estar entre meros conhecidos, apenas.

Se houver algum tipo de interesse, são só sorrisos, simpatia, presença, disposição… Sorrisos e presença simpática, aliás, que desaparecem tão rapidamente quanto o interesse desfeito.

No comum das relações com outras pessoas, nem lembrança das suas existências. Isso vale inclusive para familiares e parentes, e para aqueles de quem se tenha recebido, ao longo da vida, grandes dádivas de dedicação e favores, apoio e contribuição, auxílio e socorro, amizade e dedicação, mas de quem já não se precise mais.

Na indiferença e egoísmo existencial não há espaço para a gratidão…

Quando as interações se tornam previsíveis, apoiadas em meras conveniências de momento e desprovidas de novidade, o interesse e o entusiasmo diminuem. Romper com essa frieza torna-se vital para reavivar a chama nas relações interpessoais, demandando esforços conscientes para criar experiências significativas.

A desnecessária e descabida aceleração da vida moderna frequentemente leva à falta de tempo e atenção dedicados aos relacionamentos. A negligência resultante cria um ambiente propício para a indiferença, onde as pessoas se sentem invisíveis e não valorizadas.

Reverter esse quadro requer um compromisso intencional e firme de privilegiar as relações acima das demandas diárias, meramente convencionadas, e se permitir uma reconexão com a essência humana que deve ser priorizada, contando com a espontaneidade que expõe quem somos.

A era digital trouxe consigo a dependência excessiva de dispositivos eletrônicos, criando barreiras emocionais nos relacionamentos e maior distanciamento. Basta se observar as pessoas sentadas à uma mesa em um restaurante, ou em uma sala de espera, no elevador, ou mesmo os membros da família em casa: os olhos não se afastam do smartfone, o mutismo impera, a distância entre cada um tem o tamanho da distração a que se entregam, apesar de estarem lado a lado.

Comunicações impessoais e a falta de contato face a face contribuem para a desconexão emocional. O que vem exemplificado pelo quadro social atual.

Nesse contexto, repensar o papel da tecnologia no dia a dia vivencial, torna-se imperativo para resgatar a autenticidade nas interações humanas, buscando um equilíbrio saudável entre o virtual e o real, entre o imediato e o mediato, entre o necessário e o conveniente, entre o moderno e natural, entre o humano e o robô, entre vida e a sobrevivência, entre a liberdade e a escravidão de costumes.

O individualismo exacerbado, por sua vez, leva à priorização de necessidades pessoais egoicas em detrimento das relações, onde o humano deve prevalecer, sempre.

A aversão à vulnerabilidade, muitas vezes resultado desse individualismo míope, supondo-se um ser perfeito, impede a expressão autêntica de sentimentos, e se reveste então de diversas máscaras, conforme a ocasião, sempre relutante em compartilhar as próprias experiências e emoções. Cada pessoa com suas mil faces, confundida, ao final, sem saber de fato quem é…

Tornar-se consciente dessa dinâmica e cultivar a empatia, são passos necessários para reverter essa tendência desastrosa, promovendo uma mudança de mentalidade em direção à valorização das relações interpessoais saudáveis, maduras, autênticas, e do ser humano, que todos somos, como base do bem-estar comum.

Transformações culturais e sociais desempenham um papel importante, moldando as normas de interação.

No entanto, mudanças que afastam as pessoas de suas comunidades locais, de suas famílias, contribuem para relacionamentos mais distantes ainda.

Expectativas irrealistas, alimentadas por representações de status social imaturamente idealizadas, também desempenham um papel na criação de conexões insensíveis, coloridas pela ilusão.

A consciência desses padrões culturais moldados pela sociedade de consumo, onde o imediatismo e a autossatisfação egoísta a qualquer preço são o pano de fundo, e a não aceitação desse modelo existencial, é a providência inicial urgente para redefinir as expectativas pessoais e coletivas, reconstruir relações mais autênticas, promover a autodescoberta de quem se é, deixando de ser com quem ou com o que se parece.

A letargia vivencial, caracterizada pela ausência de amizades autênticas e pelo esfriamento do afeto, é uma consequência direta desse contexto social em franco descompasso com o humanismo.

Os laços de família, cada dia mais desatados, com os seus membros distanciados, alheios uns aos outros, é um forte exemplo do desastre que essa insensibilidade afetiva causa.

Dedicação aos relacionamentos muitas vezes se limita a amizades de conveniência, onde interesses subjacentes são mascarados de simpatia, onde o fingimento se traveste conforme a ocasião, moldando os camaleões sociais.

O oportunismo prospera nesse cenário, explorando relações para vantagens temporárias, sem investir na construção de laços verdadeiros.

A frieza emocional e o distanciamento social entre as pessoas e destas em relação ao mundo e à natureza, tornam-se cada vez mais evidentes.

A conexão humana genuína, outrora uma força motriz para o entendimento mútuo e o apoio emocional, agora é substituída por interações superficiais e efêmeras.

Diante desse cenário desolador, a pergunta inevitável é: como reverter o ciclo de impessoalidade, da frieza emocional, do distanciamento relacional?

A resposta reside na busca pela autenticidade, no reconhecimento e respeito pela verdadeira razão nas relações e na valorização do humano.

Romper com o ciclo de relacionamentos baseados em oportunismo e conveniência das vantagens que se possa usufruir ocasionalmente, é fundamental para preservar a verdadeira essência do ser humano, e evitar o cancelamento de si mesmo, uma vez que o amor é uma qualidade humana e ser estimulada e desenvolvida, jamais anulada.

Onde está em nós o sentimento humano, a empatia legítima, a compaixão verdadeiramente sentida?

A energia contagiante e a sensação acolhedora que um dia ensolarado proporciona a cada um de nós, constituem um irresistível chamado para transformar um estilo de vida desprovido de sensibilidade.

Basta olhar no entorno e se permitir perceber e sentir!

Ao centrar as interações pessoais na genuína troca emocional edificante e na construção de amizades verdadeiras, podemos começar a quebrar as correntes da apatia vivencial, que entristece o viver e transforma os dias em um marasmo sem fim.

Em um mundo movido pela pressa, a amizade exige a paciência e a dedicação necessárias para cultivar laços que resistam ao teste do tempo.

Dedicar tempo e esforço para compreender as emoções do outro, praticar a empatia e cultivar relações que transcendam as conveniências momentâneas, são passos essenciais nesse processo.

Limitar-se a indagar o “como” e o “porquê” em cada relacionamento, resulta em manter separação com muitas perguntas e pouca ação. Aquele que verdadeiramente possui um propósito, que tem um “porquê”, enfrenta todos os desafios, qualquer “como” que surgir no caminho.

A reconexão com a humanidade, a natureza e o mundo do qual fazemos parte efetiva, também desempenha um papel importante na restauração da qualidade emocional nos relacionamentos.

A beleza e serenidade da natureza podem servir como um lembrete constante da importância das conexões genuínas e do papel essencial do amor nas relações humanas.

Em última análise, a frieza emocional e o distanciamento social podem ser combatidos através de um retorno às raízes humanas, valorizando a autenticidade nas relações e reconhecendo a importância da conexão com todos que nos cercam.

Indagar sobre o modo de vida é desviar-se do objetivo. É mais acertado indagar acerca do que exatamente se está vivenciando e qual seu significado.

Formar laços legítimos, fiéis, autênticos, é a âncora que nos mantém conectados, ancorando-nos na essência humana que nos une.

Somente assim poderemos reacender a chama de uma vivência dinâmica, rica de valores que sustentam a saúde física, mental, emocional e espiritual, que permitirão um mundo relacional gratificante, transparente, terno, afetivo, com reciprocidade de confiança e autenticidade de caráter nobre.

Renovemos nossa visão da vida, de nossa razão de existir.

Algumas indagações pertinentes para raciocínio posterior:

– Com que profundidade e maturidade tem sido nossas reflexões sobre a vida, o viver e a morte?

– Com que certeza de presença marcamos compromisso pessoal para a semana seguinte?

O viver é finito, e todas as coisas, bens e posses, não impermanentes e passageiras, mudando de mãos.

Tudo passa! Menos a Vida que nos anima e nos mantém quem somos em nossa infinitude.

– Quem será capaz de, ao ver nossa tristeza, alegrar-nos com sua alegria, por viver ao nosso lado?

– Quem distribuirá felicidade em nossos dias, por ser feliz com nossa presença?

– Quem, pelos laços afetivos que criamos, espontaneamente estará conosco até o final dos tempos?

– Quem, em nome do amor que fruiu de nosso coração, falará da esperança, ao nos lembrar de que tudo passa, mas nem tudo cessa?

– Quem, gentil e amorosamente, então sussurrará em nossos ouvidos o consolo de que todo fim demarca um começo?

Por isso, reavaliemos nossos propósitos, participação e contribuição como pessoa na melhoria e harmonia do contexto familiar, social, empresarial, coletivo que participamos.

Humanos que somos, humanizemos nossas relações!

Não se constranja em amar, manifestar amor e sentir-se amado!

Sentir é a essência do viver!

Viva, sentindo; sinta, vivendo!

o amor é uma qualidade humana e ser estimulada e desenvolvida, jamais anulada.

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Projeto INOVE – a vida sob novo prisma

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