Na mitologia grega, Atlas fazia parte do grupo de titãs que foram condenados por Zeus, cabendo-lhe sustentar o mundo nos ombros por toda a eternidade.
Hás dias em que nos sentimos tão sobrecarregados de problemas e preocupações, que é como que o mundo, e seu peso, estivesse sobre nossos ombros. Atlas não pela força, mas pelo esforço. Não pela resistência, mas pelo sofrimento.
Ninguém que não tenha se sentido assim, ou que assim esteja se sentindo agora.
As tribulações, as adversidades, os contratempos, os fracassos, os padecimentos, as tristezas, são nossas companheiras momentâneas, aqui e ali. Chegam e vão tomando assento em lugar de destaque nos nossos corações. E são tão espaçosas e ousadas, que querem se assenhorear e ocupar todo o nosso espaço mental e emocional, expulsando, principalmente, as ideias de resistência e os sentimentos de superação e esperança, para deixarem de ser momentâneas.
Em não havendo forte ação impeditiva, montam acampamento e criam raízes, prenunciando longa permanência, provocando a chegada de seus sequazes comparsas: o vazio existencial e a depressão. Os quais, ameaçadores, consomem as poucas reservas de ânimo que ainda remanesçam, situando a vítima primeiro no território do vazio existencial, fazendo com que esta, sentindo necessidade de preencher sua triste existência, somente tenha olhos para os fogos fátuos das ilusões mundanas como solução imediata: as diversas drogas – a começar da “inocente” bebericagem de algum alcoólico -, junto com as intermináveis noitadas de divertimento entorpecedor, pelos altos ruídos, pelas algazarras, pela libertinagem, e ainda o dormir longamente depois, gerando amolentamento e preguiça, a fim de, a cada nova manhã (ou quando acorde), mais fique acentuada a desilusão, quando se apercebe do que dispôs e de tudo o que fez, sem resultado tranquilizador e duradouro.
Insatisfação acentuada. Lá vem a depressão se instalando, como polvo de mil tentáculos, enleando sua vítima e a levando mais para o fundo do mar das perturbações, dos desajustes emocionais.
Qual espada de Dâmocles sobre a cabeça, ameaçadora, o alerta: ou forte e imediata reação buscando o caminho de volta, ou o autocídio deliberado.
Não é melodrama, nem pintar a noite com mais escuridão. É a realidade da vida cotidiana. Olhe à sua volta… ou no espelho…
No geral, vive-se com tal grau de superficialidade e desinteresse da realidade e sentido existencial, sob a regência do consumismo, egocentrismo e abstração de valores de raiz, como a ética e os bons e saudáveis hábitos de relação humana, que os reveses, ao invés de ondas de desconforto passageiras, se fazem verdadeiros tsunâmis, arrasando existências, levando junto outros tantos à nossa volta.
Você pode e deve dar um basta nesses sentimentos aniquiladores.
Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, por volta de 40 anos de idade, começou a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstrou um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continuou trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais. Escultor, entalhador e arquiteto mineiro da arte barroca, é considerado o maior escultor do período barroco. Poderia ter desistido. E o que teria sido?
Stephen Hawking é portador de esclerose lateral amiotrófica, uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, sendo uma doença que ainda não possui cura. A doença foi detectada quando tinha 21 anos (hoje tem 75 anos, pai e avô). Em 1985 Hawking teve que submeter-se a uma traqueostomia após ter contraído pneumonia visitando o CERN na Suíça e, desde então, utiliza um sintetizador de voz para se comunicar. Gradualmente, foi perdendo o movimento dos seus braços e pernas, assim como do resto da musculatura voluntária, incluindo a força para manter a cabeça erguida, de modo que sua mobilidade é praticamente nula. Em 2005 Hawking usava os músculos da bochecha para controlar o sintetizador, e em 2009 já não podia mais controlar a cadeira de rodas elétrica. Físico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade, diretor de pesquisa do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica (DAMTP) e fundador do Centro de Cosmologia Teórica (CTC) da Universidade de Cambridge. Poderia ter desistido. E o que seria hoje?
Há inúmeros exemplos de autossuperação existencial.
Por que não você inscrita nesse rol dos exitosos?
Imaginemos um palco, bastidores, luzes e tudo que é preciso para um grande espetáculo. E o grande diferencial programado pelo diretor é que o palco estará dividido em dois espaços, para encenação de duas peças: uma O Fracasso, a outra O Sucesso. Os atores estão nos bastidores, prontos para entrar. O diretor lhes diz: – Hoje vocês próprios serão os scripts, os quais serão escritos em cena, ao sabor de suas vontades. E mais: escolham uma das peças que desejem atuar…
Qual você escolheria? Em qual das peças você gostaria de estar quando os holofotes jogassem suas luzes?
No palco da sua vida, seja o ator principal da peça O Sucesso, e entre para brilhar o melhor do seu desempenho. Não deixe por menos, vá em busca do estrelato.
Não desista de buscar o triunfo, seja qual for a circunstância em que se encontre.
Há leis que jazem desconhecidas e são responsáveis pelas ocorrências da vida. Dormem no inconsciente humano, aguardando ativação, ensina-nos a Neurolinguística e também recomenda-nos um simples exercício.
Diariamente, ao despertar, faze afirmações mentais a respeito do que deseja conseguir.
Repete-as com frequência até banir do seu inconsciente as fixações de fracasso, de medo, de incapacidade.
Exercite com fé no triunfo o seu pensamento positivo e descobrirá energias novas fluindo em seu corpo e enriquecendo o seu psiquismo com ideias otimistas.
Não cesse de o fazer, se os resultados não se derem imediatamente.
Qualquer tipo de mudança impõe adaptação.
Decida-se pelo melhor e assim permaneça.
A pérola cor de ouro é um símbolo que a natureza nos oferece, representando a autossuperação.
A pérola é uma joia de alto valor. E há as caríssimas, como as raras pérolas do Mar da China Meridional, cor de ouro 24 quilates, conhecidas como “Ouro do Mar de Sulu”.
As pérolas são encontradas em certas conchas de moluscos nas profundezas do mar.
O molusco precisa ser ferido, e é a partir daí que a secreção se solidifica, formando a pérola.
Pérolas são, portanto, produtos da dor, resultado da entrada de uma substância estranha no interior da ostra, como um grão de areia.
A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Seu brilho é translúcido, capaz de captar os raios solares. Porém é a pérola que, em todo o seu esplendor reflete as cores do arco-íris.
Quando um grão de areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra da sua agressão. Como resultado, uma linda pérola é formada.
Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Quem de nós já não se sentiu ferido, por esse ou aquele motivo ou circunstância?
Quem de nós já não sentiu a alma dorida, o peito dilacerado pela dor moral?
Tomemos o exemplo da mãe natureza, que demonstra-nos que a dor pode transmutar-se em joia preciosa e, assim convencidos, por nossa vez, façamos com que as nossas tristezas se transmutem em luz de alegria; que os nossos padecimentos se façam estimulantes para o doce e suave exercício continuado do bem; que as nossas mágoas sejam transformadas pelo antídoto do perdão; que a ingratidão recebida seja aceita como oportuno convite a solidariedade; que a agressão de qualquer tipo de violência seja a pedra de toque para o exercício precioso de fraternidade e da construção da paz; que os nossos males físicos sejam as janelas que nos permitam visualizar a grandiosidade imperecível da alma; que o mal vigente seja reconhecido como amor ausente, assim como a sombra é a ausência da luz, e que será, portanto, passageiro, desfazendo-se tão logo se faça a luz do sentimento nobre em nosso íntimo; e que, por tudo isso, que o eventual esforço a ser dispendido por nós para as lamúrias e queixas, seja utilizado como combustível moral a ser aplicado na formação da preciosa pérola da resignação e confiança em Deus, dando-nos ânimo para continuado empenho e trabalho reparador até a formação definitiva da “pérola cor de ouro do Mar de Sulu” em nossa realidade espiritual: o alcance da felicidade plena, refletindo as cores do arco-íris das luminescentes Leis Divinas, diante de um coração renovado.
Este texto é para nós uma pérola preciosa, por muitas razões. Que ele o ajude na sua jornada de renovação pessoal, sendo-lhe útil também.
Ofertamo-lo àqueles cujos ombros jazem vergados ao peso de difíceis obrigações, nesta hora em que a família humana desfalece à míngua de amor, numa sociedade ora sob império do egoísmo; aos que, por náufragos da existência, viram quebradas, ante os furacões do materialismo destruidor, as embarcações religiosas em que se lhes erguia a fé, e se sentem desamparadas de força superior e divina; aos que levantaram a voz para redizer-nos a palavra de esperança e luz, deslocando, à custa de sacrifício, os empecilhos das trevas da desilusão e dos sentimentos destruidores; aos que, sobrecarregados de graves deveres, procuram preencher os lugares dos que desertaram do serviço, tentando debalde esquecer os fins da vida; e, acima de tudo, aos que, por agora, não encontram para si mesmos senão a herança das lágrimas em que se lhes dissolve o coração, e que, vendo-se no grande palco da vida atuando em peça errada, se esforçam com ardor para deixar o protagonismo no fracasso, do medo e da incapacidade, e assumir o estrelato do êxito, do triunfo, que plenifica o coração e traz a paz.
A voz compassiva do Mestre convoca-nos: Tem bom ânimo… E convida-nos: Venham à mim, os que estão aflitos e cansados, e eu os aliviarei…
Desistir, jamais!
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