Você não pode controlar a direção do vento, mas pode ajustar as velas. – Bertha Calloway
A função da mente é pensar e o hábito de pensar amplia as possibilidades de discernir.
Discernir é a capacidade de reconhecer pela razão os próprios erros nos quais nos apoiamos e corrigi-los, bem como identificar os acertos e com eles prosseguirmos, melhorando-os sempre.
Saibamos que a preguiça de pensar é a responsável pela limitação do discernimento, da razão.
Mantendo análises estreitas e superficiais da vida e das suas manifestações, permanecemos em estágio inferior, desperdiçando tempo e oportunidade.
A avalanche de informações diversificadas que nos são disponibilizadas todos os dias, nos permitem um mar de notícias, mas tudo com a profundidade de um pires. De pouca valia, portanto. Se acomodados a isso, estaremos ligados no mundo exterior como nos pintam-no, mas permanecendo alheios à realidade. Muitas informações, nada suficientes para segura e lúcida opinião e posição pessoal a respeito das circunstâncias.
Já recomendava Ésquilo, dramaturgo da Grécia Antiga: Não é sábio quem sabe muitas coisas e sim quem sabe coisas úteis.
Apesar da grande oferta de informações, sejamos seletivos, para nosso próprio benefício.
Retratando a sabedoria popular, o aplaudido poete Carlos Drummond de Andrade afirma: Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.
No pensamento está a diretriz da conduta. Logo, pensar corretamente deve constituir o grande desafio de quem almeja o triunfo.
Se você quer algo novo, você precisa parar de fazer algo velho, ensina Peter Drucker, considerado como o pai da administração moderna.
O que nós pensamos define a qualidade do que nós somos. Nossos clichês mentais constituem a nossa realidade, demonstrando as conquistas que colorem o nosso dia a dia.
Conforme nós pensamos a vida assim se nos apresentará.
Se cultivamos alegria e confiamos em nós mesmos e em valores superiores de conduta e relacionamento, a nossa mente equipa-nos com valores morais que nos ajudam a enfrentarmos os inevitáveis fenômenos existenciais.
Se preferimos o apego ao pessimismo e à queixa, os impulsos mentais produzem energias compatíveis com a nossa aspiração, enfermando-nos e infelicitando-nos.
Há dois mil anos, nos lecionou o Mestre: Com efeito, é de dentro, do coração dos homens que saem os pensamentos, as más intenções, as prostituições de valores e costumes, os roubos, os assassinos, os adultérios, as ambições desmedidas, as maldades, a malícia, a devassidão, a inveja, a difamação, a arrogância, a insensatez.
Desde que todas as expressões do evoluir dependem do pensamento, porque dele provêm, é fácil pensar de forma variável, substituindo aquele que seja incorreto por outro que pareça favorável.
Pensar bem ou mal é uma questão de hábito. Toda vez que ocorrer um pensamento servil, doentio, perverso, malicioso, injusto, de imediato substituí-lo por um digno, saudável, amoroso, confiante, justo, sustentando-o com a onda de irradiação do desejo de que assim seja realizado. O que se pensa, torna-se realidade, como é natural. Eis por que, pensar e agir são termos da mesma equação existencial.
Primeiro pensar, para depois atuar, a fim de que não venhamos a agir antes, nos arrependendo logo quando passemos a reflexionar.
Há uma necessidade urgente de reprogramar-se a mente.
Hábitos longamente mantidos, viciações sustentadas por largo prazo, acomodações psicológicas a acontecimentos e atitudes justificadas por mecanismos de evasão do ego, tornam-se outra forma de natureza, uma segunda natureza, nos automatismos da própria natureza.
Quando a mente está pronta, parece que todas as coisas o estão igualmente, isto porque dela dependem o senso crítico, a avaliação, o discernimento. Enquanto se encontra entorpecida ou mal desenvolvida, não consegue abranger a finalidade existencial, adaptando-se ao habitual, automatizando-se. Sempre nos mesmos focos de atenção, sempre no mesmo padrão vibratório.
Senso crítico, mantendo uma consciência reflexiva, comparativa quanto ao que o mundo se nos propõe; com avaliação das proposições, nossas e as que nos chegam, examinando mérito, valor e significado delas; e discernimento, diferençando o certo do errado, laborando com bom-senso.
O pensamento é dínamo gerador de energias que se exteriorizam conforme a frequência vibratória em que se movimenta.
Na programação da mente, saturar o subconsciente de forças positivas, de legados idealistas, de esperanças factíveis de ser conseguidas, da luz do amor, do perdão, do Bem; com isso todos os resíduos de negativismo, de depreciação, de antagonismo serão eliminados, sem saudades, iniciando-se novo ciclo de experiências de equilíbrio.
As agressões exteriores, os choques sociais e emocionais, mesmo que recebidos, passarão por critérios novos de avaliação, então conquistados, e serão compreendidos, retirando-se deles o que seja positivo e diluindo os efeitos perturbadores, tornando-os inócuos.
Com bem nos recorda Norman Vincent Peale, escritor americano de teorias sobre o pensamento positivo: Mude seus pensamentos e você mudará o seu mundo.
A mente, desacostumada aos novos padrões buscados, expressará lapsos, repetirá fixações antigas, apresentando os naturais fenômenos de sobrevivência das ideias usuais, que insistem. Não alimentada pela mesma vibração dos pensamentos anteriores, naturalmente vão se desvanecendo, imprimindo as novas ordens recebidas e ampliando a área de entendimento.
A repetição dos atos gera hábitos e estes tornam-se memórias, que passam a funcionar automaticamente.
Se elegermos hábitos mentais de discernimento para o correto, agiremos com segurança e essas memórias funcionarão automaticamente, amadurecendo-nos intelectiva e afetivamente, com este comportamento oferecendo-nos maior consciência de nós mesmos.
Cada segundo é tempo para mudar para sempre, na verdade dita em forma simples que nos foi deixada por Charles Chaplin, ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico.
Assim:
- Começar por se desfazer dos padrões mentais antigos, negativos, que nos condicionaram à aceitação dos comportamentos doentios.
- Treinar novas maneiras de pensar, baseando-se na ordem, no bem geral, na superação das próprias possibilidades. Assim, criaremos automatismos e reflexos que trabalharão pela nossa harmonia e saúde.
- Assumir o controle de você mesmo, o que equivale dizer, trabalhar a conscientização, esse estágio superior no qual a emoção conduz a sensação.
Diariamente, ao despertar, façamos afirmações mentais a respeito do que desejamos conseguir.
Repeti-las com frequência até banirmos do nosso inconsciente as fixações de fracasso, de medo, de incapacidade.
O pensamento realiza o que cultivamos, mais dia, menos dia.
Programemos um roteiro mental e passemos a vivê-lo, afirmando-o, mentalmente, até que ele se modele no mundo das formas. Até que ele se materialize em nossa vida.
O pensamento é força poderosa.
Vamos em direção daquilo que nós queremos que aconteça, em vez de fugir daquilo que não queremos que aconteça.
O pensamento produz conforme é elaborado.
Pensemos e viveremos dentro da esfera emocional elaborada.
Pelo pensamento nós podemos ser felizes ou desventurados, revivermos a felicidade ou voltarmos ao infortúnio.
A dedicação por manter a atenção – que observa; a concentração – que fixa; e a meditação – que completa o equilíbrio psicofísico, faz-se a ponte de união entre a consciência superficial com base na qual passamos nossos agitados dias, e o nosso mundo interior, fundamental, o nosso âmago, o “Eu” profundo, gerando harmonia e equilíbrio duradouros, que influenciarão decisivamente nosso comportamento.
Saber e não fazer, ainda não é saber, leciona a sabedoria milenar de Lao-Tsé, fundador do taoismo filosófico e uma divindade no taoismo religioso e nas religiões tradicionais chinesas.
Olhemo-nos com os olhos d’alma, com a disposição de inovar, sabendo que nossos sentidos são portas de comunicação com o mundo, e, assumindo o autocontrole, permitamos a entrada do que houver de mais proveitoso para nosso bem-estar, compartilhando as melhores emoções ao nosso derredor, vendo a vida sob um novo e venturoso prisma, vivendo-a com sabedoria.
Pensemos bem e orientemo-nos para o “Norte” existencial, adotando o bem-estar como companhia, certos de que o pensamento é vida.
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Projeto INOVE – a vida sob novo prisma
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