Para vir a ter alguma coisa, geralmente criamos as situações naturais que favoreçam nosso desejo.
Conforme seja a intensidade desse desejo, será o empenho na nossa busca.
Obstáculos são vencidos, mesmo como se fosse uma corrida de obstáculos. Um a um, supera-se a todos com tenacidade.
Dívida financeira de longo prazo e a juros nada convidativos, é assumida, se for o caso.
Se renuncia a muitas coisas e muitos prazeres, diante do almejado.
Isso para ficarmos dentro dos limites da sensatez.
Ou seja: queremos e persistimos até conseguir.
Nada errado nisso, salvo se esses intentos pelo ter, tomem todo o nosso tempo e nos impeçam de também atender outra grande necessidade existencial: o vir a ser.
O ter satisfaz os sentidos. O ser preenche o coração.
O ter coisas permite até transferi-las por herança. Somente o ser faculta deixarmos um legado.
A herança é deixada para as pessoas. O legado é deixado nas pessoas.
A herança é entregue na mão. O legado é depositado no coração.
Muitos pais se ocupam em deixar coisas para os filhos, que podem ser precificadas e significar altas somas, mas sem contribuir com o caráter deles.
Poucos são os que se dedicam em legar valores humanos aos filhos, e o fazem sem se importar com o quanto isso lhes custe em sacrifícios diários, certos de que é a maior riqueza que lhes pode ser legada.
O vir a ser também pede empenho, superação de obstáculos, renúncia, dedicação, sacrifício (no seu verdadeiro sentido se tornar sagrado cada pensamento, cada ato).
Querer até conseguir, deve também ser a tônica e o estímulo, a motivação e as ações para o vir a ser.
O resultado do ter se constata com os olhos. As do ser são apreciadas pelo coração.
Um é visível. O outro invisível.
Um é conseguido para nós. O outro se consagra em nós.
Um é perecível e passageiro. O outro é permanente e inamovível.
Um pode ser tocado e sentido. O outro é sentido e nos toca.
O ter nos traz contentamento. O ser nos faz plenos.
Esse gera angústia e ansiedade. O outro constrói sossego e tranquilidade.
O ter é plural, pois muitos podem ter igual. O ser é singular, pois é único.
Um é causa de transtornos. O outro é efeito de uma existência com sentido e significado real.
O ter pode causar conflitos. O ser nos desalgema dos conflitos.
Um pode infelicitar. O outro é razão para se prosseguir em paz.
O ter é moldado pelo mundo. O ser molda o seu próprio mundo.
O ter é aspiração do ser humano. O ser é aquele que se tornou ser humano.
Não é preciso renunciar ao ter, mas é no vir a ser que se encontra o objetivo da vida humana.
Tenha, mas seja!
Ter é o meio. Ser é o fim por excelência.
Ter é o que se encontra. Ser é o seu autoencontro.
Para se trabalhar o próprio vir a ser, são instrumentos imprescindíveis:
Otimismo – por se saber previamente que o melhor está por vir, caminhe com otimismo e com o devido recato emocional, não dando asas à ilusão.
Confiança – acredite com firmeza em você mesmo. Creia, você pode alcançar a paz. Aja com responsabilidade e evite as incoerências entre o que se quer e o que se faz para tanto.
Alegria – sem inibição e longe de gozo excessivo, viva em contentamento. Sim, se rejubile por se empenhar em benefício do seu bem-estar.
A alegria resulta do estímulo – no caso, propósito de enobrecimento – e da resposta antevista, que é a felicidade.
Segundo o hinduísmo, alcançamos a alegria plena quando somos capazes de encontrar nosso dharma, ou seja, o autêntico propósito de nossa existência.
Autorrealização – realização tem sua raiz em “realis”, verdadeiro. A ação de realizar o verdadeiro é caminhar para a verdade da sua existência, a verdade que você escolheu.
Se sente satisfação, portanto, diante do encontro com o buscado: realização afetiva, realização profissional, realização pessoal etc.
A autorrealização na busca do vir a ser não se dá por conquistas ou construção de certos valores.
É a plenitude do ser que se alcança com o despertar que forma a credibilidade nos valores humanos que se encontram dormentes em cada um, em estado de latência.
Não é uma herança que se recebe por prêmio. É legado presente no coração, na consciência, fruto do espírito de luta, esforço, superação pessoal, empregados sem cansaço, sem desvios dos objetivos superiores com distrações, alienações comportamentais, obstáculos esses perfeitamente evitáveis.
Esperança – não significa resignação estática, esperar passivamente. Vejamos que spe – na raiz indo-europeia; e spes – na raiz latina, ambas significando expansão, ir em frente, indica ação que busca ir adiante, construir. Sentimento que anima e estimula.
Encontre sentido em sua vida e toda experiência de bem viver fará todo sentido para você.
Nunca é tarde para se vir a ser o que se deseja ser.
Formule planos para seu vir a ser, e passe a viver desde agora as nuances do estado psicológico, mental, emocional, então desejado.
O ensaio mental e emocional em trazer para o presente o futuro visualizado, dá novo sentido existencial à vida, e dignifica o viver, torna o dia a dia saudável e estimulante para o prosseguimento, sem desperdício de oportunidades renovadoras, determinado a não aceitar viver nada menos do que o seu propósito plenificador sem demora.
O ser do futuro vive adormecido em cada um de nós.
Facilitemos sua manifestação para ação constante, o despertando conscientemente.
Com ele nos integremos de tal modo, que nosso pensar seja o seu pensar, o nosso sentir seja o seu sentir, nosso agir seja seu agir, nossos passos sejam seus passos, nosso futuro seja o seu hoje e este hoje renovado, belo e pleno seja nosso eterno presente.
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