Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume no tamanho de seu saber, apontou Albert Einstein.
O propósito da existência é existir!
Existir é ter presença viva, viver com propósito, ser ativo, ser útil.
Vida é movimento.
Existir é realização.
Sem essa disposição e abertura intencional do desejo de viver a vida em sua inteireza, se decreta a imobilidade intelecto-moral.
No entanto, a vida pulsa em seu constante movimento e manifesta a existência.
O sol nasce e se põe, diariamente.
Tudo está acontecendo, mas poucos são aqueles que percebem que a vida acontece.
No geral, as pessoas vivem como em um intervalo entre dois acontecimentos, onde não se tem a noção do evento anterior, menos ainda do que virá.
Não se tem senso crítico, nem analítico.
Mesmo as disparidades comportamentais e as injustiças, não são suficientes para atrair a atenção, a observação.
Sociedades ricas e homens pobres.
Governos poderosos e homens escravizados às suas necessidades e poucas disponibilidades.
Terras férteis e produtivas e a fome ainda mata.
Religiões de todas as denominações, e homens egoístas, materialistas, imediatistas.
Medicinas desenvolvidas e homens enfermos.
Farmacologia de ponta e homens sem poder comprá-la.
Conforto e conveniência sob o impulso da mais alta tecnologia, para alguns, e a ausência do mínimo necessário para a subsistência, para muitos.
Ciência que leva homens a Lua, e moral pequena que deflagra guerras.
Se ouve falar que o pior cego é aquele que não quer ver…
Oportuna a ressalva de Platão: Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
O homem canta em prosa e verso os encantos da liberdade, mas quase nada fala sobre a necessidade da luz da verdade existencial.
Para se usufruir da verdadeira liberdade é preciso reconhecer a verdade como fonte da liberdade.
O contexto atual é fruto do modelo aceito pelo homem, com consciência ou não, pela escolha ou pela omissão.
O homem foi ensinado a ser individualista; a não aceitar, mas a lutar; a não confiar, mas a duvidar; a não ser solidário, mas a defender seus interesses somente.
O resultado nada alentador dessa forma de pensar, sentir e ser, está estampado em nossa aldeia global. Basta se inteirar pelos noticiários.
A mudança geral começa com a mudança individual.
Seja este o seu ponto de mutação!
Pretender o todo de uma só vez é um desafio tão desalentador como o de descrever uma cor a um homem cego de nascença.
Porém, assim como o som é o mesmo, mas se expressa diferente conforme a diversidade do instrumento, também cada ser humano, que age ou reage diferentemente perante a vida.
Há aqueles que veem a necessidade da mudança, e fazem; há os que veem quando essa necessidade lhes é mostrada, e seguem; e há as pessoas que não veem sob qualquer estímulo. Para estas, a dor ensinará o caminho da renovação a ser trilhado, e vai lhes desfazer o abraço apaixonado com a fumaça da existência ilusória que insistem manter.
As duas primeiras pessoas ajustam a vela do barco da vida de acordo com o vento, e seguem para porto seguro.
A outra prefere o naufrágio primeiro, para depois pensar na segurança da travessia.
O recomeço exige longa tarefa de desaprender e reiniciar novo aprendizado.
Não é preciso dar as costas para a vida, por desejar a verdade.
De maneira prática, uma boa medida: comece por reconhecer e remover o que é falso em sua vida. Ao final, a verdade é que permanecerá.
A verdade revela a clareza do saber, do ver e do ser.
Não se trata de filosofar, mas de praticar.
A verdade é um processo natural, intuitivo e espontâneo, que não se exige concordância, apenas reconhecimento.
Não é preciso ver, obter, perceber ou descobrir qualquer suposta verdade, lá fora.
Se deve, sim, ver, obter, perceber ou descobrir o que você é.
Aquilo que você é, é a verdade essencial.
Ao se retirar o falso, resta o legítimo, o autêntico.
A pepita de ouro pede a retirada de tudo o que não é, para se chegar ao que é essencial: ouro puro.
O falso é o grilhão.
O verdadeiro é a liberdade.
Quando o falso é reconhecido como falso e tudo é aceito como é, de fato, isso também é liberdade.
Bem pontuou Leon Tolstói a respeito: Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.
Isso pede uma revisão de nossos valores, crenças, propósitos, significados que formataram nosso pensar, sentir e agir.
A prisão é mental.
Para nos libertarmos de nós mesmos, aquele Ser que o “ontem” formou, com a sucessão das experiências havidas, e hoje aqui está, se requer investigar a realidade desse eu: suas verdades e suas mentiras. Ou sejam, retirar o que não é…
Se autoconhecer, sem reservas, sem pruridos, sem autoenganos.
Se libertar disso ou daquilo que não contribua com o bem-estar desejado.
Se libertar do sim enganador e do não castrador, que nada edificam.
Se libertar do que aparentava ser, para ser o que sempre foi, antes de ser aparência de alguém, que não era você.
Quando não há alguém que se tenha que ser, ah! isso é liberdade!
Retirar as máscaras e aceitar se ver quem é, isso é liberdade!
Em uma mente cheia de falsas crenças, não há espaço para o verdadeiro ali permanecer.
O apego às falsas crenças, impede a liberdade.
Saber que não se sabe, mas que precisa saber, é ser livre.
Da fonte interior do que se é, se colhe o conhecimento verdadeiro, não dos pensamentos aleatórios, colhidos aqui e acolá.
Sim, no mundo teremos problemas.
Seremos livres, em verdade, não quando nossos dias não tiverem preocupações, nossas noites dificuldades, nossos corações tristezas. Mas quando estas coisas rodearem a nossa vida e nós nos erguermos acima delas, despidos de mágoas, libertos.
A vida é a oportunidade. O viver o seu complemento. O bem viver o seu melhor aproveitamento.
Não basta desejar e simplesmente acreditar, é preciso realizar, experimentar.
Uma vida saudável pede uma vivência correspondente.
Uma vida de valor, não aceita um viver mesquinho.
A nossa jornada de realização plena, se dá com superações evolucionárias.
Saímos da condição de simples ser humano, para alcançar o sentido e valor de ser Humano.
E prosseguir ainda, com mais ação realizadora, a fim de humanizarmo-nos e repletarmo-nos de sentimento humanitário.
Essa também é a jornada da paz, quando não mais haverá a separação entre o “eu” e o “você”, e prevalecerá o “nós”.
Quando um Nação não será adversária de outra qualquer, mas complemento de todas.
Nesse caminhar, as religiões, as filosofias, deixarão os lábios, descerão ao coração e se alojarão na consciência, ali estabelecerão a universalidade da religiosidade da consciência.
A cada passo nessa jornada, se confirmará que a solidariedade promove, a competição elimina.
Novas descobertas existenciais desfarão o emaranhado do complexo em um coração conturbado, e levará à simplicidade do fio que tece a roupagem da harmonia, o tecido da liberdade.
Descobriremos a liberdade no valor da simplicidade, nos limites do necessário e na não necessidade do supérfluo.
Um homem simples, e livre, pode muito bem apreciar uma música, mesmo sem saber quem a escreveu.
Ele pode apreciar um perfume sem dar nome ao perfumista.
Pode rir com uma criança, sem precisar de um porquê.
Um homem simples não se apega a todos esses conceitos comuns, guarda crenças legítimas, e se desfaz de todos os rótulos que não tem por que carregar.
Ao invés de minúcias, prefere a imagem maior, completa em si mesma.
Exercita o desapego e alcança realização, que é o resultado do esvaziamento de tudo o que não precisa.
Olha o horizonte, sem perder de vista a beleza que está a seu lado.
Se a dor surge, ele não a agrava com a resistência.
Se o prazer surgir, não o diminui com o agarrar-se a ele para sempre.
Ele é simples ao permitir que tudo seja como é.
Não se questiona como viver, mas se pergunta o que é isso pelo que se está vivendo.
Vive no presente, pois somente aí é permitido ser.
Vive naturalmente, pois o estado natural não requer esforço. O esforço só é requerido para se ser algo em particular ou especial.
Busca conhecimentos que ensinam o valor das coisas, e libertam da servidão da matéria. Isso leva para perto do trono da verdade.
Sabe que a vida verdadeira não depende do que se tem, de como se veste, onde mora. A verdade, o sentido e o valor da vida eclode da profundidade de cada experiência bem vivida.
Seu esforço é para ser, e não mais para ter.
Vive intensamente as experiências e delas colhe os melhores significados.
Ele então é capaz de enxergar o nada que o concebeu e o infinito que o envolve.
É parte que se reconhece no Todo.
Sabe que a beleza da vida é como a beleza da música: deve ser sentida, não analisada.
Zela pelo meio em que vive, pois sabe que o homem e seu meio não estão separados e distintos; empurre um e o outro se move.
Guarda em si mesmo o espírito de aprendiz da vida plena, que está aberto e disposto para tudo o que contemple o bom, o belo, o justo, o nobre, o imortal.
E assim, ele está completo e livre, apesar de todas as coisas que ele não tem.
O notável poeta, Willian Blake, traz o mundo que os homens simples veem, para bem perto de todos nós, ao recitar:
Veja o mundo num grão de areia,
veja o céu em um campo florido,
guarde o infinito na palma da mão,
e a eternidade em uma hora de vida!
_____________
Projeto INOVE – a vida sob novo prisma
O novo não é fruto de reforma, mas de inovação
www.projeto-inove.com.br
contato@projeto-inove.com.br
Facebook: @PROJETOINOVI
Linkedin: linkedin.com/company/projeto-inove
Instagram: #projetoinovi