Será o bem um estado natural do ser?
O bem não é uma ideia abstrata ou um ideal inalcançável; ele é um estado de ser.
Não basta desejar o bem. É preciso vivê-lo. Torná-lo o pulsar diário da alma, o pensamento que guia nossas escolhas, o gesto que dá forma ao dia e a palavra que semeia entendimento e paz!
Mas viver o bem exige mais do que boas intenções: exige consciência e transformação.
Muitas vezes, os que mais combatem o mal no mundo exterior alimentam, sem perceber, suas próprias sombras internas.
As guerras que testemunhamos entre povos, religiões e opiniões são reflexos das batalhas internas que travamos conosco e com aqueles mais próximos.
A raiva que apontamos no outro é, frequentemente, a mesma que negamos em nós.
O erro que censuramos é aquele que evitamos enxergar em nosso próprio reflexo.
Não é possível lutar contra a escuridão externa sem antes iluminar a sombra interna!
Quando apontamos o mal no outro sem antes reconhecê-lo em nós mesmos, não corrigimos o mundo, apenas projetamos nossas sombras (tudo o que guardamos às escondidas).
Poucos têm coragem de admitir: o mal que vemos fora é um reflexo do mal que carregamos dentro.
A inveja que condenamos é um eco da inveja que nos habita…
A inveja, uma filha traiçoeira da sombra, encontra prazer em desnudar o outro, em expor suas fraquezas à censura pública.
A falsidade que julgamos nos outros é um espelho das máscaras que ainda usamos…
Essa projeção é sutil e perigosa…, raiz da prepotência!
Ela se disfarça de aconselhamento e orientação, mas, no fundo, é censura. E essa censura, mesmo mascarada de preocupação, não é bondade; é uma tentativa inconsciente de superioridade.
Quando expomos as falhas alheias, não estamos ajudando. Estamos, muitas vezes, nos escondendo de nossas próprias inseguranças, tentando erguer-nos sobre as sombras dos outros.
Por quê? Porque, ao fazer isso, a sombra desvia o foco de si mesma.
No entanto, o alívio é passageiro!
O vazio existencial, a solidão e a culpa vêm logo depois, aprisionando a alma ainda mais profundamente na sombra.
A solução não está no julgamento, mas no entendimento mais aguçado!
Reconhecer nossa negatividade é o primeiro passo para desmascará-la.
Não se trata de negar a sombra, pois ela faz parte de quem somos, mas reconhecê-la é o início do caminho para a modificação.
A sombra domina aquele que a nega, mas perde sua força diante daquele que a acolhe com honestidade.
A transformação começa na aceitação de nossas falhas.
Ser falho, débil, errante, não nos torna indignos; nos torna humanos!
Quem reconhece suas fraquezas avança para um novo estágio de evolução. Abandona o papel de vítima, as justificativas fáceis e o conforto da queixa constante. Porque a queixa pode se apresentar como sendo uma prisão disfarçada em busca de reconhecimento e orientação.
Romper essa prisão exige coragem: coragem para parar de se justificar, para assumir um novo compromisso frente as escolhas e, acima de tudo, para praticar a compaixão.
A compaixão não é fraqueza; é uma força que liberta!
Ela dissolve o julgamento, acalma, silenciando o ego e cura as feridas que carregamos.
Ao praticar a compaixão, beneficiamos não apenas o outro, mas também a nós mesmos, porque a compaixão cura as mágoas, dissolve os ressentimentos e liberta a alma!
Dentro de nós, há uma voz vigilante. Essa voz não quer nos punir, mas nos despertar.
Ela nos mostra onde ainda usamos máscaras e guardamos sombras, nos conduzindo à autossuperação.
Quando ouvimos essa voz com atenção, aprendemos que transformar o mundo começa pela transformação interior.
E, ao praticarmos a compaixão, despertamos para algo maior: a essência divina que habita em nós.
O divino não é uma força distante ou um olhar que nos vigia de cima.
É a compaixão em nós, o fio invisível que nos une ao Todo.
E está em cada gesto de bondade, em cada ato de amor, em cada coração que se abre à luz.
Reconstruir nossos equipamentos emocionais significa abrir canais para essa compaixão. E, ao fazer isso, algo ainda mais grandioso surge: a gratidão.
A gratidão cura mágoas, dissolve ressentimentos e ilumina o presente!
Ela é a manifestação mais elevada do amor, e, através dela, a alma se liberta.
Gratidão não é uma emoção superficial; é uma força transformadora!
É reconhecimento de não se sentir obrigado a isso ou aquilo…
Ela nos ensina a ver o mundo com novos olhos, reconhecendo que tudo – a dor, a perda, os erros – faz parte de nosso crescimento.
A dor ensina a força, a perda ensina o desapego, e a falha ensina a humildade…
Quando compreendemos isso, a sombra perde o controle.
Assim, o caminho da luz começa em nós. Começa com o reconhecimento da sombra, com a prática da compaixão e com o florescimento da gratidão.
É esse o caminho que dissolve as máscaras, destrói o império da sombra e nos conecta à essência divina que vive em cada um de nós…
Amar é libertar.
Ser grato é viver e viver em abundância, com fartura de emoções ligadas sempre ao sentimento de fraternidade que só une!
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