Um oásis não muda de lugar. Isso não se pode dizer do seu entorno, das dunas no deserto, que mudam de acordo com os ventos.
Os viajantes que percorriam os desertos antes do surgimento do GPS e da comunicação via satélite, se baseavam nas estrelas, no Sol, mas não pelas características dos lugares, menos ainda dessa ou daquela duna. Onde, em outra ocasião, havia um caminho mais favorável, noutra feita se deparava com verdadeiro obstáculo.
No entanto, o deserto era o mesmo. A mesma rota. O destino o mesmo… e o oásis lá permanecia, isso era certo.
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Ao nos olharmos no espelho, nos vemos como um objeto sólido, de pé e firme no espaço. Não nos damos conta que o corpo está em processo de constante mudança.
Somos os mesmos na forma, mas o conteúdo foi renovado.
O corpo físico é sempre reciclado – quase todo ele – uma vez por ano. Por exemplo: o revestimento do estômago a cada cinco dias; a pele, uma vez por mês; o esqueleto a cada três meses; o fígado a cada seis semanas; o material genético a cada seis semanas.
Figuradamente, é como se dar a substituição de uma das paredes de nossa residência, sem alterarmos o projeto original do imóvel.
O corpo se refaz num continuum, sem alterar o “projeto original”.
Sem ocorrência de ruptura da harmonia vibratória do ser, do equilíbrio existente entre a consciência (detentora do “projeto” que é o modelo original) e o corpo, o processo se dará com regular manifestação de bem-estar e saúde.
A inteligência do corpo mantém acionada a autorregulação e a homeostase, e faz surgir o estado natural de saúde.
Em essência, nós somos saudáveis.
Um senão, um erro, nessa comunicação entre consciência-mente-corpo, causa ruptura do equilíbrio, favorece a desorganização molecular, facilita a instalação das doenças.
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No livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, encontramos a citação: Aqui está o meu segredo: só com o coração você pode ver bem. O essencial é invisível aos olhos.
O coração vê muito além das aparências, permite o acesso à essência, pois somos seres essencialmente emocionais.
Somos influenciados pelo instinto, por nossas emoções e, até certo ponto, por nossa mente racional.
Examinemos a vida com o coração. Assim poderemos penetrar a sutileza do que é invisível aos olhos da carne.
O cérebro faz perguntas, o coração dá as respostas.
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Na hipótese de, enquanto distraídos, ouvirmos uma forte explosão, sobressaltamo-nos, e, ato contínuo, se dá complexo evento interno, começando com a liberação de adrenalina pelas glândulas suprarrenais na corrente sanguínea.
Essa adrenalina informa as reações ao coração, que passa a bombear o sangue com maior rapidez às veias, que, por se contraírem, elevam a pressão arterial; ao fígado, que aumenta a produção de glicose; ao pâncreas, que segrega tanta insulina que mais glicose é metabolizada; ao estômago e intestinos, que param imediatamente de digerir os alimentos, desviando a energia a outro lugar.
Toda essa atividade é coordenada pelo cérebro, que distribui, através da pituitária, esses sinais hormonais.
Não precisamos memorizar isso tudo, mas fica evidente que há um processo constante de manutenção da vida, inteligente e inconsciente, invisível portanto.
Nos fixemos nesse invisível.
A inteligência é o organismo invisível de toda matéria e energia.
Kabir vai lhe contar a verdade: vai onde quer que você queira, para Calcutá ou para o Tibete; se você não puder encontrar aonde sua alma está escondida, para você o mundo nunca será real!
Kabir foi um dos grandes poetas místicos ou santos-poetas da Índia medieval, cujo escritos influenciaram o movimento bhakti do hinduísmo.
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Se você quer conhecer os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração, leciona Nikola Tesla, reconhecido inventor nos campos da engenharia mecânica e eletrotécnica.
Falar de energia é também falar de vibração.
Nós somos um feixe de energia pensante.
Nosso corpo é espelho de nossos pensamentos.
Pensar é irradiar energia. Cada pensamento tem seu padrão vibratório próprio.
Enquanto pensamos, falamos, agimos, nosso cérebro produz fótons, que criam impulsos eletromagnéticos, que, enfim, geram a produção de substâncias químicas. Elas percorrem todo o corpo, e as células imunológicas respondem a estas substâncias.
Tal qual pensamos e agimos, no mesmo teor irradiamos vitalidade ou não, que beneficia ou não nosso corpo.
Esses conhecimentos sobre nós mesmos estimulam a aquisição de consciência sobre o nosso corpo e nossa mente, que nos permite viver com maior segurança e assertividade.
O que é necessário para mudar uma pessoa é mudar sua consciência de si mesma, constatou Abraham Maslow, psicólogo americano conhecido pelos estudos que fazia sobre as necessidades humanas.
Quando há alteração da percepção há alteração da consciência. Se há alteração da percepção, há uma alteração da química cerebral. E a alteração da química cerebral provoca alteração na química do corpo.
Há o despertar da compreensão que a vida se manifesta tanto no mundo exterior como no nosso mundo interior, e vamos mais além, descortina-se o caminho de dupla mão, visível-invisível, corpo-mente.
Aforismos buscados no Tao Te King, de Lao Tsé, registram esse caminho:
O primeiro:
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
E outro:
Quem encara a Divindade não lhe vê a face.
Quem segue o Infinito o verá sempre fugitivo.
Só quem sintoniza com o Infinito,
Esse o conhece realmente,
Como os antigos o conheciam,
Eles, que sabiam que todos os visíveis
Nascem do Invisível.
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Ao descascar um legume qualquer, cortamos o dedo, o corte se cura e, evidentemente, nós não ficamos deslumbrados com isso, porque o processo de cicatrização: a coagulação do sangue para fechar o corte, a formação de uma crosta e a regeneração da nova pele e dos vasos sanguíneos, a reprodução exata da digital, parece uma coisa absolutamente normal. E é normal, só que acontece sem nossa interveniência consciente, mas com inteligência.
O bater do coração, o processo digestivo, a circulação sanguínea, a respiração, a extração e destinação dos nutrientes dos alimentos ingeridos, acontecem por um mecanismo acionado e controlado longe de nossos olhos e de nossa intenção, pois nem pensamos neles.
Somos nós, mas não parece que é nosso. Não vemos, mas fazemos, e muito bem feito.
Sem precisar maior aprofundamento no assunto, podemos concluir que a mente dispõe de recursos e de um poder imenso.
Por tais mecanismos da nossa mente, nós, seres pensantes, não somos o nosso corpo. Somos criadores e cuidadores do nosso corpo.
Conclui-se que fazer uso tanto de pensamentos conscientes como inconscientes, cria e mantém nosso corpo atual, continuamente.
Há mais ainda.
Um conflito emocional que vivenciemos, se reflete no corpo, causa perda do apetite, ou aumento exagerado dele, insônia, certas erupções cutâneas, perda de cabelo e outros.
O uso de medicamentos trará seus benefícios, porém, somente a superação do conflito permitirá o saneamento definitivo dos efeitos.
Desse modo, aprendemos que podemos alterar, criar renovação do corpo através de escolhas conscientes, deliberadas, saudáveis.
A mente tem força e poder, mas pede direcionamento assertivo. O que precisamos para manter a saúde é evitar mensagens confusas, energias desarmonizadoras, que são processadas pela ligação entre mente e corpo.
As ondas de energia mental que são externadas por nossas ações, partem carregadas de força que viaja no rumo objetivado, e podem potencializar ou desconectar os núcleos do feixe de energia do ser pensante, que somos nós, gerando saúde ou facilitando doenças, conforme o padrão de qualidade – positivo ou negativo – de nossas ideias, de nossos pensamentos.
Nas paisagens do ser se travam confrontos de força para que os campos vibratórios de cada célula, tecido e órgãos do organismo vivo, se mantenha em harmonia.
Se, como agentes emissores e receptores que somos de nossas próprias emanações psicofísicas, deixarmos de irradiar vibrações harmônicas, ao optarmos pelas de baixo teor, facultaremos a instalação de colônias microbianas enfermiças.
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Hipócrates, uma das figuras mais importantes da história da Medicina, considerado por muitos na atualidade como o ‘pai da medicina’, citou: Tuas forças naturais, as que estão dentro de ti, serão as que curarão tuas doenças.
Para reparar os padrões vibratórios, reequilibrá-los, se faz necessário mudanças positivas no estilo de vida; elevação de padrão vibratório do pensamento em decorrência de reforma moral alcançada, entendendo-se moral como regras de bem proceder; revisão de nossa escala de valores, cientes que somos autores de nosso próprio destino; que colheremos frutos existenciais conforme nossa semeadura; que por aquilo que se aspira e faz, mais dia menos dia, pela lei de retorno, nos será retribuído bem ou mal-estar, alegria ou tristeza, satisfação ou insatisfação, saúde ou doença.
O desejo é um imprescindível componente que forma a realidade.
Desejos são impulsos de inteligência que afloram na consciência, e, portanto, são tudo o que temos para seguir em frente, aliados à nossa intenção.
Somos guiados por desejos.
Assim, direto ao ponto central da questão: o que desejamos e apreciamos deve ser baseado no que deveria ser aquilo que é bom para nós, que construa e sustente bem-estar real.
Encontramos efeitos vibracionais positivos e reparadores em práticas diárias que se constituem, por si só, terapias avançadas, como o cultivo de ideias superiores; o viver com alegria; a introspecção e a meditação; a reflexão com maior profundidade e madureza sobre as questões da vida e do viver; a adoção da alimentação leve e saudável; o acolhimento da moderação como companhia diária; a prática de exercícios moderados; a maior aproximação com a natureza; o exercício do controle emocional e do estresse; o cultivo do bem, do bom e do belo; a construção da vida familiar e relacional devotada para a harmonia, de modo participativo e solidário; o encontro de experiências que transcendam os limites da ilusória realidade meramente material; a aproximação com aquilo que consideremos divino; o uso da oração; o alcance do eu profundo com convicção da excelência do autodescobrimento, que promove o despertar da consciência.
Convicção não é somente mais uma palavra. É sentimento que permite por, com a consciência aclarada, o tom da força à serviço da certeza.
Aprendamos a sorrir com os problemas, a reunir forças na angústia, e ganhar coragem na reflexão.
Mentes apequenadas encolhem-se. Mas aquele cujo coração é firme e tem a sua conduta aprovada pela consciência, com mente alerta, viverá seus princípios nobres e perseguirá seus sonhos incansavelmente.
Superemos nossos limites! Nascemos para voar, não para se arrastar pelo chão.
Quais viajantes por desertos que retratem incertezas e tragam insegurança, estejamos certos de que o oásis não saiu do lugar.
Quando às voltas com distonias e enfermidades, nos recordemos que a saúde – que é nossa natureza, “nosso Oásis” -, não mudou de lugar, está ao alcance no coração.
Sigamos o caminho certeiro do bem-estar real, e contemos em favor de nossas conquistas, quais desbravadores do continente da alma, com as estrelas que cintilam o convite à temperança, e o Sol que irradia luz suficiente para aclarar as veredas para nosso interior, ao encontro de nós mesmos, de nossa verdadeira identidade, pois ali reside a energia estimuladora que nos levará adotarmos estilo de vida saudável, atentos aos conselhos de um coração que deve estar enriquecido de generosidade.
A vida é sempre agora, hoje é o dia e agora é nosso momento de decisão.
Nós não estamos no momento de agora, nós somos o agora em todos os momentos.
Todos os visíveis nascem do Invisível.
A saúde do corpo nasce da saúde da mente.
Somos saúde. Para curar é preciso corrigir expressões modificadas na relação mente-corpo, cujo fluxo de energia saudável foi fragmentado por distonias psicofísicas, geradoras de ruído vibracional.
A chave do bem-estar é a habilidade de enfrentamento. E o enfrentamento começa na mente.
Mudemos nossos pensamentos e mudaremos nosso mundo.
As paisagens de nosso ser são coloridas pelas cores dos pensamentos que escolhemos pensar.
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