As novas tecnologias na virada do século XIX para o XX, que expuseram o comportamento exótico dos átomos e das novas partículas subatômicas então descobertas, como fóton e elétron, provocaram revolução na física; de modo análogo, as novas tecnologias da neurociência hoje possibilitam que os cientistas exponham uma realidade mental mais profunda, que esteve escondida durante toda a história prévia da humanidade.
A ciência da mente foi reformulada por uma nova tecnologia específica, surgida nos anos 1990. Chama-se Ressonância Magnética Funcional, ou fMRI (da sigla em inglês para funccional Magnetic Resonance Image). A fMRI está relacionada à ressonância magnética normal (MRI, Magnetic Resonance Image) usada pelos médicos, só que ela mapeia a atividade de diferentes estruturas do cérebro, ao detectar o fluxo de sangue que aumenta e diminui muito levemente com a variação da atividade.
Nos dias atuais, a fMRI proporciona imagens em três dimensões do funcionamento do cérebro, no interior e no exterior, mapeando, com uma resolução de cerca de 1mm, o nível de atividade geral.
Para se ter uma ideia do que uma fMRI pode fazer, considere o seguinte: os cientistas podem agora usar os dados colhidos de seu cérebro para reconstruir uma imagem do que você está vendo.
As imagens que seguem, são frutos dessa técnica. Há a imagem real e a reconstrução da imagem feita por computador.
A reconstrução foi criada a partir de leituras eletromagnéticas de fMRI da atividade cerebral, sem qualquer referência à verdadeira imagem observada. Isso foi realizado combinando dados de áreas do cérebro que respondem a regiões específicas do campo visual de uma pessoa aos dados de outras partes do cérebro que respondem a diferentes temas. Depois, um computador fez uma seleção entre um banco de dados de milhões de imagens e escolheu a que melhor correspondia a essas leituras.
Alguns exemplos:
- O abstrato de uma imagem visualizada por alguém, gera dados no mundo mental de tal natureza que podem ser copiados e decodificados por instrumento mecânico e comparados com imagens reais armazenadas em um banco de dados, em busca da imagem mais semelhante.
- A imagem originalmente visualizada pela pessoa, é decodificada e reproduzida pelo computador, segundo a imagem original e não por imagem semelhante buscada em banco de dados de imagens.
O resultado de aplicações como essa é uma transformação tão radical quanto a da revolução quântica: uma nova compreensão de como o cérebro funcional e do que somos como seres humanos. Essa revolução tem um nome – pelo menos o novo campo gerado por ela. É chamada Neurociência. O primeiro congresso oficial dedicado a esse campo teve lugar em abril de 2001, em New York, USA.
Isso vem revelar forças surpreendentes que atuam para além do cérebro, no âmbito da mente e abaixo da superfície de nossa mente, que nos impactam muito mais fortemente do que acreditávamos.
É um grande estímulo aos que desejam entender o mundo social, a si próprio e aos outros, bem como desejam ser capazes de superar muitos obstáculos que os impedem de viver uma vida plena e mais rica. Leva-nos a entender a influência do poder da mente e do mundo subliminar que se esconde em cada um de nós.
As pesquisas que veem acontecendo vão nos demonstrando que o papel do cérebro é oferecer estrutura física para o pensamento, assim como os componentes internos de um rádio nos permitem ouvir música.
A mente que dá ordens ao cérebro, é o único criador verdadeiro, assim como Chopin é o verdadeiro criador da música que toca no rádio. Do mesmo modo o copo conduz a água, mas não é a água.
Não somos o nosso cérebro.
Nosso cérebro não é o criador, mas é uma ferramenta de tradução das impressões dos sentidos. O verdadeiro criador é a mente.
O pensamento é ação mental, recita Bhagavad-Gita.
A mente é dínamo gerador de energia, que se reveste do conteúdo emocional correspondente, e vem interpretada pelo cérebro que a transforma em ideia, que segue comunicada, expressa.
E essa energia é responsável pelos estados de bem e mal-estar pessoal, de saúde e de doença, ao tempo em que exerce incomparável poder na existência humana, impulsionando o progresso e desenvolvimento pessoal e social.
Todo o movimento e realização no mundo são produto das forças mentais.
Nossas forças mentais devem ser cuidadas, ampliadas, dirigidas, sublimadas, bem aplicadas na vida interior e exterior, na saúde, no comportamento, nas realizações.
O campo que se abre para novas cogitações com essas pesquisas e seus atuais resultados, é imenso.
Lembranças nos dizem das assertivas de antigos pensadores, em cuja essência podemos ler as modernas conclusões da ciência, que vão ao encontro dessas verdades, descortinando um velho mundo novo, uma vez que pensar e sentir está presente em todos nós, desde os mais remotos tempos. Por exemplo, Buda: Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.
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