Mesmo sem nos darmos conta, somos atropelados pela agitação do dia a dia à nossa volta, que preenche os nossos espaços físicos e mentais. Nos absorve.
Se não todo o tempo, há momentos de conturbação.
Temos alternativa viável?
– Sim. Bem ao nosso alcance.
Nossos ouvidos estão acostumados a perceber o barulho de uma árvore quando tomba, mas não dedicamos atenção devida para escutarmos o seu silencioso crescimento, que expressa a pujança da vida.
Esse silêncio revelador, que faz parte da vida, é tão importante para o ser quanto o são o pão e a água para o corpo.
O nosso convite de hoje é para que você analise a existência que desfruta.
Na iminência de tempestade emocional, busque o abrigo do silêncio mental.
Sob pressão dos conflitos e angústias, sem saber como proceder para superá-los, procure a quietude interior.
Diante de ruidosa ansiedade e tormento destruidor, silencie as emoções, abra a janela da alma e deixe entrar as lúcidas vibrações do equilíbrio.
Uma corda ao ser puxada com muita força em cada uma de suas pontas, tem seu centro onde as tensões opostas se anulam, e ali há equilíbrio. Tensão zero, apesar de forças que se opõem.
Paz e quietude são encontradas no centro de forças antagônicas e tormentosas à sua harmonia.
Na quietude você é capaz de ouvir o pulsar do seu coração…
Vez que outra, busque o deserto da quietude, e abra-se para profundas e amadurecidas reflexões sobre a vida, o viver, os valores, as conveniências, as certezas, a segurança emocional…
Silêncio, quietude, é um vazio de tudo. Um santuário a ser buscado, onde reside o equilíbrio.
A vida vivida com lucidez é uma vida em equilíbrio.
Ao cessar o ruído, o silêncio, que ali já estava, permanece.
Ao aquietar os pensamentos do passado ou do futuro, o momento presente, que ali já estava, permanece.
Ao asserenar o pensamento, a clareza mental, que ali já estava, permanece e prepondera.
Se conclui com facilidade que é o esvaziamento de si mesmo que permite que a presença silenciosa de você mesmo, que ali já estava, se desdobre, se manifeste, domine.
Nesse vazio intencional do burburinho que entorpece e leva a quedas; nesse vazio de tudo o que é desnecessário para o bem-estar, é que se descobre como é fácil estar preenchido, pleno.
Basta o pouco!
No silêncio, um único som assume o todo.
Na escuridão, um fósforo, ao ser aceso, se destaca e ilumina!
O silêncio não é obrigatoriamente a ausência de som. É, também, a ausência de um “eu” conturbado.
A clareza de sua mente, de seu coração, não precisa ser buscada lá fora, ela já está lá.
Onde?
Dentro de você!
São os véus das crenças, dos valores, do estilo de vida, que alimentam os pensamentos que tendem a obscurecer a lucidez do ser, se não forem legítimos, edificantes.
A clareza da mente não exige desistir do viver, se recolher na inação e fugir dos prazeres legítimos.
Tudo o que é necessário é analisar as próprias crenças errôneas, os desvalores existenciais, as distrações psicológicas que forjam as ilusões, que enceguecem qualquer um diante da realidade.
No silêncio interior encontramos a chave para a libertação de amarras existenciais, constritoras, castradoras.
A quietude embalada pela reflexão, é qual um solvente no qual todo condicionamento individual escravizante pode ser dissolvido.
Consideremos as palavras, para figurar um exemplo.
No nível da fala, elas são sons, não é mesmo?
Em um nível mais sutil, elas são apenas pensamentos.
Quando ao nível do silêncio, as palavras se foram.
É desse silêncio, desse vazio que falamos ser necessário à alma, do qual tudo surge.
O silêncio é a ponte entre a essência da vida e o mundo das formas no viver.
Por essa ponte caminham os sonhos, a imaginação, a criatividade.
Não é desse silêncio interior, desse santuário da consciência, não percebido em nós até então, que surge o pensar, o sentir, que nos levam a agir, a executar e a se emocionar?
Poucas palavras, maior silêncio. Eis as condições ideais para a verdadeira audição – a do coração – começar.
A essência da vida reside no silêncio, no invisível.
O silêncio suporta todos os sons.
Ouça seletivamente aqueles que preencham o seu viver saudável.
Quietude, sonho, despertar.
Esse é o ciclo evolucionário da consciência.
Quando você, o conhecedor desse ciclo, se reconhecer autor desse ciclo, o grande portão da vida em abundância se abre.
As infinitas possibilidades se abrem para você.
Recolha no silêncio de sua alma os elementos do seu bem viver.
Que o seu silêncio seja tal que grite tão alto que o leve ao despertar da consciência!
E que se dê suave, porém continuadamente.
Que seja o tranquilo abrir dos olhos da alma, como o que se dá em dia reconfortante, um domingo, quando o dia é inteiramente seu.
Mente desperta – vida em abundância em suas mãos!
Sem se permitir distrair, acorde suas percepções para a vida verdadeira.
Quando as lentes da percepção estão limpas, o infinito é revelado.
Sim, leitor amigo, há dias que têm a feição da desolação, quando parece que tudo perde o sentido e o estímulo bate em retirada.
Há ocasiões em que as florações da alegria e do entusiasmo emurchecem.
São momentos de aparente inutilidade de valores legítimos, mas são momentos que irão passar.
Tudo passa!
Não há nuvem que detenha indefinidamente a luz solar.
Vamos dar um basta ao fugir de nós mesmos. Ninguém consegue isso indefinidamente. Chega o momento em que a dor exige mudanças.
Por que não se antecipar a dor e deixar a intenção do bem em você e para você falar mais alto?
Viver saudável e conscientemente deve ser um propósito, um sentido psicológico na sua existência.
Na caminhada silenciosa e demorada, como quem está em um deserto acolhedor, se encontra a oportunidade de usufruir o tesouro da reflexão, do entendimento dos reais valores espirituais, da necessidade de ser pleno.
Não se trata de se refugiar no silêncio como solução, mas, sim, de colher na quietude da meditação a derradeira solução.
No aconchego de uma mente aquietada, de um coração asserenado, se dá o encontro de você consigo mesmo, e, em diálogo esclarecedor e iluminador, você se verá por trás do espelho, finalmente em conversa amável e franca com você e somente com você.
Eis você, em verdadeira e profunda grandeza.
Quem você é então se encontra com o que você é!
Esteja certo: em você está a solução para a realização do melhor.
Não espere receber flores, plante seu jardim…
Adorne o seu silencioso coração com os instrumentos do amor e da compaixão, e o transformará em jardim de dádivas sempre ao seu dispor, capaz de ali recolher tudo aquilo que você deseje para tornar o seu mundo melhor, de onde a desventura, a tristeza, o desânimo, a insegurança, a ansiedade, a depressão, fugirão envergonhados…
E as flores da renovação existencial conseguida, exalarão sempre o agradável perfume de um viver consciente com consciência, e você poderá colher, dentre tantas outras, a tão desejada flor da felicidade.
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