A alquimia poderosa da formação do hábito, muito usada pelas empresas nas propagandas de seus produtos, a fim de incutirem nos consumidores o seu uso regular, se baseia num certo estímulo para o uso de modo rotineiro, com promessa de uma atraente e desejada recompensa.
Por exemplo, o apelo para que se use regularmente uma determinada marca de pasta dentifrícia a fim de se ter como recompensa dentes mais brancos e saudáveis.
Se motiva a ação pelo despertar de um desejo, induz necessidade de uso constante, com isso se cria uma rotina comportamental, que pode ser física, mental ou emocional, conforme seja o caso.
A recompensa anunciada ou desejada é que ajuda o cérebro a saber se vale a pena memorizar esse caminho específico para trilhar no futuro.
Ao se percorrer esse caminho: estímulo-ação, rotina, recompensa, com repetição de um significativo número de vezes em busca da recompensa, se estabelece um hábito.
Simples assim.
Um determinado estímulo faz o cérebro entrar em modo automático, e indica qual hábito ele deve usar para se chegar à recompensa.
Quando um hábito se manifesta, o cérebro para de participar totalmente da tomada de decisões; para de fazer tanto esforço, ou desvia o foco para outras tarefas.
O automático é ligado.
A não ser que você deliberadamente lute contra um hábito, estabeleça novas rotinas, o padrão irá se desenrolar automaticamente.
Um hábito pode ser ignorado, alterado ou substituído, mas nunca desaparece de fato.
Nosso cérebro não sabe a diferença entre os hábitos ruins e os bons, e por isso, se você tem um hábito ruim, ele está sempre ali à espreita, à espera do impulso da motivação e recompensas anunciada.
Isso explica por que é tão difícil criar o hábito de fazer exercícios físicos, por exemplo, ou de mudar nossa alimentação para uma dieta específica.
Uma vez que adquirimos uma rotina de se sentar no sofá em vez de sair para correr, ou de fazer um lanchinho sempre que passamos por uma caixa de doces, esses padrões continuam para sempre dentro das nossas cabeças.
Conforme essa mesma regra, no entanto, se aprendermos a criar outras rotinas neurológicas que sejam mais poderosas que esses comportamentos, podemos forçar essas tendências nocivas a ficarem em segundo plano.
É preciso assumir o controle consciente do caminho do hábito, não dar vazão ao desejo, quebrar a rotina do consumo ou da prática comportamental, ou ressignificar a “recompensa”.
A razão pela qual os hábitos antigos são tão destrutivos é o fato de não se permitir que os novos padrões floresçam, agora buscados intencionalmente.
Nestes casos a solução não reside na medicina e sim na mudança pessoal.
Quem deseja uma vida em harmonia, uma juventude ou velhice saudável, deve permitir e se esforçar para que um novo aprendizado tome o lugar do antigo. Isso criará um modo de consciência correspondente.
Consciência sempre gera informações biológicas.
Mesmo com uma modificação mínima no nível da consciência, energia e informações passa a se mover segundo novos padrões, e promove outros resultados.
Exemplo bem simples.
Não beber água suficiente durante o dia é uma das coisas mais comuns na terceira e melhor idade.
A desidratação começa a prejudicar o discernimento antes que se perceba que há um problema.
Quando a pessoa se torna menos alerta e mais esquecida de beber água, instala-se um círculo vicioso.
Se os fluidos do corpo caem abaixo de certo nível, a fisiologia começa a entrar num estado tóxico; o equilíbrio eletrolítico vital é prejudicado, e eventualmente o mesmo acontece com o equilíbrio químico do cérebro.
Um elenco de dificuldade pode resultar, literalmente, em qualquer parte do organismo, desde insuficiência renal e ataques do coração, a perdas de memórias, tonteira, letargia e demência senil.
Agora, alguns pontos sobre exercício físico.
Se você realizar um exercício, por exemplo, levantar e abaixar um certo peso com as mãos, sinais serão enviados do córtex motor do seu cérebro para seu corpo.
Não apenas o seu bíceps, como também seu coração e os tecidos pulmonares receberão maior estímulo e as áreas específicas do seu cérebro que controlam a coordenação motora.
Cada vez que você exercita seu bíceps, o ensina a ser mais forte, e seu cérebro, pulmões, coração, glândulas endócrinas e até mesmo o sistema imunológico se adaptam a um novo modo de funcionamento.
De maneira contrária, se você movimentar seu corpo sem consciência (no automático), a passividade tomará o lugar do aprendizado.
Com isso, bíceps, coração, pulmões, glândulas endócrinas e sistema imunológico acabarão por perder suas funções, em vez de ganhar.
É uma ação holística do sistema único mente-corpo, que reage a cada estímulo.
Quando uma pessoa desiste da atividade física, em essência ela como que convida toda a sua fisiologia a atrofiar, conforme afirma Walter M. Boritz, médico de Stanford, especializado em envelhecimento, que cunhou a Síndrome do Desuso.
Esse seu estudo sobre o desuso apresenta seus problemas decorrentes: 1 – coração, artérias e outras partes do sistema cardiovascular tornam-se mais vulneráveis; 2 – os músculos e o esqueleto tornam-se mais frágeis; 3 – a obesidade torna-se um alto risco; 4 – a depressão se instala; e 5 – sinais de envelhecimento prematuro indicam que o corpo está biologicamente mais velho que seus anos cronológicos.
Em outro momento falaremos da respiração, outro fator vital.
Para finalizar, vamos a um teste bem fácil:
Observe a sua respiração. Agora mude e respire mais rápido. Agora respire bem lentamente.
Pronto. Você acabou de comprovar para você mesmo que pode mudar o que estava só por conta do automatismo orgânico.
Independentemente de sua idade, você deve assumir o compromisso de cuidar do seu mais íntimo amigo e benfeitor: o seu corpo. Você será o grande beneficiário. Ele, agradecido, lhe retribuirá bem-estar e saúde.
Faça uma autoanálise, identifique suas rotinas diárias, reexamine seus hábitos, confronte posturas e práticas física, mental ou emocional: o que você faz por você e qual o seu estado de ser atual e o que precisa ser feito para um estado de ser saudável.
Adote as mudanças necessárias em seu benefício. Cada célula de seu corpo o agradecerá.
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