A mente deseja e a mão logo se fecha, automaticamente.
Porém, de fato, é preciso um curso inteiro de fisiologia, para explicar que esse movimento é comandado pelo cérebro através de neurotransmissores, hormônios, descargas elétricas, enzimas e músculos, além da inteligência que mantém a vida e o corpo como um todo.
A sede se apresenta e um pouco de água que tomemos, rapidamente a elimina.
Longe de nossa percepção, no entanto, esse processo é bem mais complexo.
A sensação de sede é estimulada pelo hipotálamo, um pedacinho do cérebro do tamanho do nó de um dedo, que se liga aos rins pelos nervos e mensageiros químicos.
Os rins monitoram constantemente a necessidade de água do corpo “ouvindo” os sinais do sangue.
Esses sinais são químicos, como os neuropeptídios, mas nesse caso as moléculas envolvidas são os sais, as proteínas e o açúcar do sangue, além dos mensageiros específicos.
O sangue, por sua vez, recebe esses sinais de todas as células do corpo, e cada qual cuida da própria necessidade de água.
Em outras palavras, quando nós bebemos água, não apenas obedecemos a um impulso do cérebro, mas ouvimos um pedido de todas as células do corpo.
Comentou Santo Agostinho: As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e, no entanto, elas passam por si mesmas sem se admirarem.
Pense nisso por um momento.
De que é feito seu corpo?
De tecidos e células que, afinal, não passam de um arranjo organizado de moléculas e átomos.
As partículas subatômicas são menores ainda, e existem desde que o mundo é mundo.
Elas não foram criadas quando você nasceu, nem morrerão quando suas células forem decompostas.
Elas são parte da matéria do universo e, portanto, do continuum espaço-tempo.
Você não é original pelos elementos que formam seu corpo. É a sua organização mente-corpo, específica e única, que faz você ser quem é.
Na verdade, seu corpo não tem hoje as mesmas partículas que tinha alguns dias atrás.
Graças à contínua substituição de células velhas por novas, a organização do corpo está sempre em mudança.
Assim, não pense nele – o corpo – como uma estátua, mas como um rio.
Num rio, a água flui. Flui… e a água está lá. Parece ser a mesma água sempre, porém é nova.
Como esse rio, nosso corpo é sempre o mesmo e, ao mesmo tempo, novo.
Neste exato momento, o carbono de seus ossos e o oxigênio de seu sangue se movimentam numa troca dinâmica com o mundo através da digestão, da respiração e da eliminação.
A consciência da mudança é a prova da imutabilidade da consciência.
O que permanece é você!
Para cada átomo que está em casa, há um viajando e um segundo esperando na estação de embarque.
Desde que o fluxo da mudança interior seja constante e harmônico, seremos sempre saudáveis, pois, integrado, acompanha o ritmo do equilíbrio da natureza.
Nosso objetivo hoje é que você desloque seu ponto de vista, seu interesse, apenas do seu exterior para o seu interior também, pois é a mudança de ponto de vista que permite novas perspectivas e conhecimentos.
O mundo que você experencia é fruto do seu ponto de vista.
Mudar seu ponto de vista é mudar seu mundo.
Uma prática bem simples o ajudará a perceber que a sua atenção acompanha o seu interesse.
Com essa intenção clara de “deixar” o exterior e “focar” o seu interior, procure um lugar que seja só seu por um tempo, sente-se comodamente em uma cadeira comum ou uma poltrona.
Feche os olhos. Relaxe.
Toque, fisicamente, a região no corpo relativa ao centro do seu coração, com os dedos indicador e médio; faça aí pequena pressão e dirija sua atenção para o ponto do toque.
Sinta ali, por um momento, o bater do seu coração.
Desacelere a sua respiração, paulatinamente, inspirando em quatro tempos e expirando em seis.
Se dê um tempinho assim, sem desviar a sua atenção que agora está dirigida para: respiração desacelerada e cadenciada, a sensação do toque no centro do coração e ouvir o bater do coração…
Muito sutilmente, sem desviar a atenção, perceba-se.
Os sons do ambiente e da rua, quase que sumiram.
Seus pensamentos quase que desapareceram.
Seu corpo está pesado e você se vê e se sente sentado.
Você está inteiramente ali, sozinho e tranquilo, apesar do seu entorno.
Agora, gentilmente com você mesmo, saia desse estado, volte ao seu estado comum, e dedique sua atenção ao ambiente e sua movimentação, aos seus pensamentos diversos.
Depois de alguns minutos agora no seu mundo cotidiano, exercite, mais uma vez, a “entrada” em você; repita os passos indicados nesse caminho da quietude e tranquilidade.
Registre bem essa sensação de posse e presença, atenção e interesse, de ser você por inteiro apesar do mundo do dia a dia.
Se deixe impressionar por esse estado de quietude e paz.
Se permita permanecer assim por um tempo a mais.
Quando queira, saia desse estado e retome o que era.
E volte sempre que quiser… O bem-estar lhe aguarda…
O mundo é um só, mas você acaba de perceber dois mundos, distintos…
Agora você tem, por experiência própria, elementos comparativos de não dois mundos, mas dois ESTADOS de ser: 1) aquele estado do seu dia a dia dominado pelo rebuliço de tudo à sua volta e, 2) o estado em que você é você, por intenção, escolha e vontade próprias, do jeito que quer estar, mesmo com um mundo em ebulição que acontece lá fora.
Eis, para você, um ponto de referência para entender o significado de uma consciência desperta.
Consciência desperta, é a consciência que tudo percebe e faz escolhas tidas como as melhores para o seu bem-estar.
Despertá-la é se transferir para o mundo das percepções ampliadas.
E você aprendeu, implicitamente, significado válido e prático da expressão “estados superiores de consciência”, qual seja: ser capaz de criar, consciente e constantemente, uma realidade positiva, é viver num estado superior de consciência.
Você acabou de descobrir que é capaz de agir conscientemente e trabalhar, conforme sua vontade, fatores objetivos, apesar de abstratos, e repetir a ação sempre que queira.
Você mexeu com o seu pensar, o seu sentir, se permitiu emoções novas, de maneira simples, espontânea e natural.
Pensar é como a onda que se destaca do oceano, enquanto a consciência é o oceano de onde se destaca a onda. E a atenção é o elo que mantém oceano e onda como um todo.
Nesse exercício, você foi (pois você é!) o arranjo, o poder organizador, o conhecimento, a inteligência, o impulso de consciência que, juntos, projetaram no seu corpo, sensações intencionais de bem-estar, trazidas do imo d’alma.
Por intenção e vontade independentes do corpo, você impôs ao corpo um estado momentâneo de sensações confortadoras.
Por experiência sensorial como a de hoje, você conclui que tem um corpo, mas não é o corpo.
Você domina o seu corpo, e não o inverso.
Você é uma realidade não material, completa, dinâmica, ligada, porém não sujeita ao corpo, e ao mesmo tempo estável.
Não é pelo fato de que a grande maioria das atividades do organismo biológico se dê inconscientemente, que não devamos ter ações conscientes em benefício do corpo.
Acabamos de chegar a uma conclusão maravilhosa: está claro que não precisamos fazer nada diferente do que somos para alcançar um estado superior de consciência. Ou seja, basta apenas ser!
Só temos que saber, querer e fazer cada vez melhor, o nosso melhor.
A consciência — cada impulso da mente humana — contém o conhecimento e sua energia correspondente.
Nós somos a consciência pura, a inteligência que cria o intelecto, dirige as ações até que a intenção havida se materialize, e construa realidade pessoal.
Repetimos, para fixar aprendizado: a mudança de ponto de vista leva a novas perspectivas e conhecimentos.
Ao mudar o modo pelo qual nos enxergamos, podemos mudar também todos os conceitos e toda a realidade da vida, do envelhecimento, da finitude e, em última instância, da imortalidade, pois são nossos conceitos – e os significados que lhes imprimimos – que constroem a realidade.
Quando você tomar consciência da complexidade, e ao mesmo tempo da simplicidade, inocência e refinamento pelos quais o poder organizador da inteligência (você!) transforma pensamentos, sentimentos, inclusive seus alimentos e hábitos, em seres humanos e em todas as criaturas da Terra, estará pronto para estruturar uma vida saudável permanente, e uma realidade existencial que trará benefícios imediatos para você e para todos os que o cerquem.
Em síntese, amigo leitor: vá ao seu autoencontro.
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