Libertação para a Autenticidade do Viver

Quando nos identificamos firmemente com algo, seja uma ideia, uma crença ou um conjunto de valores, isso molda não apenas a nossa perspectiva, mas também a nossa forma de viver.

A mente humana, por sua vez, funciona em torno dessas identificações, criando uma lente através da qual percebemos o mundo. Contudo, essa visão muitas vezes não reflete a realidade, mas sim o ponto de vista moldado por nossas experiências e ensinamentos.

A cada ser, o mundo se revela singular, pois crer é ver. Assim sendo, o mundo não reside no exterior, mas no âmago do ser.

Desde a infância, somos submetidos a um sistema rígido de conceitos e regras que delineiam o certo do errado, o bom do ruim, o bonito do feio.

Inicialmente essas ideias de moralidade que ainda cultivamos são construções mentais de outros. Muitas vezes, não refletem a nossa verdadeira compreensão da vida até agora. São aceitações condicionadas pelo que aprendemos, não fruto de uma reflexão pessoal e profunda!

Além disso, é inegável que a moralidade varia de pessoa para pessoa, de época para época e de lugar para lugar.

A moral estabelecida pode proporcionar ordem social, mas ao mesmo tempo, pode gerar culpa, vergonha e medo naqueles que não conseguem identificar-se com ela, por qualquer razão que seja. E a luta para se evitar o que é considerado “errado”, acaba por aprisionar a mente, em vez de libertá-la.

Esquivar-se de algo não é sinônimo de libertação; pelo contrário, mantém a mente constantemente focada naquilo que se deseja evitar.

A evolução das ideias sobre bem e mal ao longo do tempo, por exemplo, demonstra a relatividade da moral. O que era considerado certíssimo há cem anos pode ser intolerável hoje, evidenciando que as noções de certo e errado são fluidas e moldáveis, enquanto nossa essência humana permanece como um fio condutor.

No entanto, existe uma constante na natureza humana.

A moralidade superficial pode variar, mas se olharmos profundamente, encontraremos uma essência comum: todos nós compartilhamos uma humanidade intrínseca, sendo humanos iguais. É essa essência que nos conecta e transcende as barreiras da cultura e do tempo.

Em grande maioria das pessoas, a natureza essencial de humanidade tem sido suprimida e distorcida por modelos existenciais impostos por outros.

À semelhança do amanhecer que apaga as estrelas no firmamento, o discernimento também dissipa a ilusão. Ao questionar cada suposição, o falso é descartado, revelando a resplandecente realidade daquilo que é.

Não chegamos a este mundo com uma identidade predefinida; ela é algo adquirido, moldada.

Na ausência de todas as aquisições e rótulos, o verdadeiro ser brilha intensamente.

O momento atual é de libertação, assumindo vida própria e autêntica.

A jornada para tal feito é a da autodescoberta, uma busca espiritual, o caminho que nos leva a revelar a verdade oculta sobre quem somos.

Se almejamos incorporar a espiritualidade em nossas vidas, é crucial abandonar ideias rígidas de virtude e vício.

A espiritualidade – aqui abordada como tudo aquilo que transcende questões meramente físicas e orgânicas do ser, como sentimentos, emoções, pensamentos -, não significa se afastar da vida, mas sim tornar-se plenamente consciente da nossa essência, da nossa integralidade, de maneira completa e espontânea.

Os olhos espirituais são aqueles que conseguem enxergar além da prisão de si mesmos, em uma cela de quatro paredes: intelecto, mente, corpo e sentidos.

Não se trata de acreditar que somos mais do que nossos cinco sentidos, mas sim de buscar pela essência da nossa verdadeira identidade.

A diferença entre acreditar e buscar é significativa.

Na ausência de conhecimento, reside a crença, enquanto a busca envolve a consciência de que, mesmo conhecendo, não sabemos disso ou daquilo.

Mas se desejamos saber, abrimo-nos ao novo, proporcionando uma nova flexibilidade valiosa e imprescindível para nossa realidade evolucionária.

Crenças e valores existenciais precisam ser revistos e reanalisados periodicamente, pois não podemos adotá-los sem reflexão e permissão consciente, menos ainda aceitar-lhes rigidez e inflexibilidade. Isso traz sofrimento ao indivíduo e à sociedade.

A realidade é moldada pela crença. Aquilo em que acreditamos define o que é considerado real para nós.

A capacidade de compreensão direta está ao nosso alcance neste momento presente. Basta libertarmo-nos das amarras das crenças equivocadas.

Muitas vezes, pais, professores e a sociedade nos envolvem em um transe chamado “eu”, “meu”. Para obter clareza, desafiemos e investiguemos a nossa própria realidade.

Aceitemos o desafio de romper com padrões impostos e viver uma vida alinhada com a nossa verdadeira essência.

Forjar almas maleáveis, capazes de contemplar o mundo sem preconceitos, é uma homenagem à edificação de uma sociedade ampla e compassiva, refletindo na existência uma liberdade abundante e desimpedida.

As correntes que nós mesmos forjamos, erguendo muros entre nós e os demais, são o cerne dos desentendimentos e das enfermidades nos laços humanos.

Aspirar pelo infinito, pelo mais e pelo melhor, funciona como um seguro contra tendências negativas, abrindo espaço para a renovação vivencial, pois rompe com a estagnação, com o limite constrangedor do mesmismo.

Como humanidade, é essencial buscarmos a libertação, abandonando a ilusão de domínio sobre a vida.

Do confinamento à libertação, esse é o caminho que nos conduzirá a uma vida repleta de plenitude e harmonia.

Plenitude! Em nome da vida, viver não se resume a uma busca pela integridade; a Vida é, em si, a expressão própria da integridade. Quando essa percepção se instala, nenhuma mudança se faz necessária.

Basta viver a vida como ela é!

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