Se você está olhando alguma coisa, então você não é essa coisa.
É preciso aprender a se dissociar das coisas, especialmente daquelas que não contribuam com o bem-estar pessoal e geral. Quer sejam objetos, pensamentos, sentimentos.
Uma experiência, como exemplo, que quase todos já vivenciamos:
Ao se ler um bom livro, assistir a um bom filme na TV, e se deixar envolver de tal modo que se esquece de onde está, com quem está, do passar do tempo.
Alguém à sua volta o chama e lhe tira a atenção da leitura ou do filme.
Como que se voltasse de algum outro lugar, você se dá conta de você novamente, percebe que está sentado no sofá enquanto lê e assiste TV e agora “vê e ouve” a pessoa ao seu lado.
Nada mudou!
Apenas você deixou de projetar sua identidade naquilo que via, e deixara-se absorver inteiramente.
Acordou. Se desidentificou!
Assumiu as suas emoções e deixou, portanto, de vivenciar as emoções dos outros personagens de uma história que não era sua.
Você saiu do enredo alheio que o prendia, e retomou o protagonismo do seu momento.
Nesse “acordar” se estabeleceu a distinção entre quem olhava e o que se olhava.
Esse envolvimento intelecto-emocional associativo com personagens, ideias, crenças, valores, comportamentos, ocorrências, pode ser de tal intensidade, que acaba por confundir quem se é com aquilo que se imagina ser, ou com o que desejam que sejamos.
Diante das circunstâncias do dia a dia, não se pode evitar situações que suscitem dor, tristeza, mas se pode escolher a atitude de enfrentamento desse sofrimento.
A esse respeito, Joseph Joubert anotou com propriedade: Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta. Mas não há necessidade de oferecer-lhes uma cadeira.
Se a situação não pode ser evitada ou transformada, atenda-a sem se associar aos seus respectivos padrões emocionais. Mantenha o seu estado de equilíbrio. Não se permita ser puxado para baixo. Insista em ir para o alto dos sentimentos nobilitantes.
O sentido prático da afirmativa: Se você está olhando alguma coisa, então você não é essa coisa, é orientar atitudes. Em vez de se concentrar intensamente apenas nos pensamentos, nas emoções e no mundo sensorial em um momento, você pode recuar, despertar, e ver tudo, sem estar identificado com aquilo.
Dissabor, tristeza, são catalogados segundo a significação e valor sentimental que se lhes atribui.
Ódio, raiva, mágoa, ressentimento, são impressões emocionais carregadas por todos os lugares e momentos, das quais não quer se desapegar, se dissociar, se desidentificar. Há como fazer que não mais o acompanhem, basta querer com firmeza.
Todos que não se desapegam, fazem das experiências doridas do passado o modo vivencial do presente, e neutralizam a edificação de um futuro.
A névoa que cobre o amanhecer se dissipa com a luz e o calor do sol.
A nuvem da ignorância que prenuncia uma borrasca, sofre rápida mudança com a chegada do vento dos conhecimentos novos que arejam o mundo mental.
Figuradamente, tome a dor, veja-a como se fosse um objeto, coloque-a diante de você, não dentro de você.
Observe-a sem associar-se com a qualidade do sentimento negativo que ela irradia. Você é o observador, você não é a dor.
Dispense o tratamento que lhe for devido, a fim de minimizá-la e dissolvê-la, mas não deixe que ela se assenhoreie dos seus sentimentos. Reserve-se somente os que lhe propiciem bem-estar.
Não se preconiza aqui a indiferença ou desatenção.
Dê à dor o significado que lhe corresponde: efeito de uma causa mais profunda.
Busque a causa com a clareza da mente lúcida e um coração compassivo, e aplique o bálsamo medicamentoso, corretivo, na raiz do problema, que enseja solução definitiva sem mais delongas.
A dor de cabeça, por exemplo, é um sintoma, que se apresenta para dizer que tem uma causa que precisa de atenção. É o despertador que diz que é hora de acordar.
Eliminar a dor momentaneamente com um analgésico é combater o sintoma sem atacar a causa. A dor vai voltar.
A liberdade emocional não significa jamais sentir estados negativos, e sim ser capaz de senti-los de forma consciente, lidar com eles e escolher a sua resposta.
Se não for possível mudar uma situação, aceite o desafio de mudar a si mesmo.
Não se deixe impressionar pelo que lhe fira os bons sentimentos.
Não carregue impressões que lhe desarmonizem o seu estado harmonioso de ser.
Reimprima seu pensar, seu sentir, de modo a remodelar seu agir, com o acolhimento e interiorização de substâncias retiradas da fonte do progresso e do bem.
Não se satisfaça com menos do que o melhor para você, com aquilo que estruture seu estado saudável de ser.
Nascemos para aprender a voar em direção aos altiplanos da paz, não para rastejar pelos caminhos espinhosos do sofrimento.
Não somos vítimas das circunstâncias, somos senhores de nossos destinos.
Há diversas situações havidas há muito tempo, armazenadas na memória, do mesmo modo sentimentos infelicitadores que pulsam no íntimo, que nos tiram do prumo da alegria.
Vêm as noites, chegam os dias, e não conseguimos o esperado amanhecer com novo estado n’alma, que externe ânimo, coragem e entusiasmo por sentir-se vivo.
A necessária renovação não depende de calendário, nem sucessão de dias, mas de atitude renovadora.
É preciso mudar o conteúdo e o direcionamento do pensar para a positividade nas ideações colhidas nos conhecimentos saudáveis e edificantes, enriquecer o sentir com a sensibilidade do amor e externar solidariedade e fraternidade, dar substância ao agir ao firmar os passos na direção do bom, belo, nobre e justo.
A resposta às dúvidas vivenciais não está fora, mas dentro de nós.
A solução dos problemas não vai chegar do exterior, devemos elaborá-la em nosso interior.
A mudança existencial para melhor só acontecerá se nos tornarmos a mudança desejada.
Reformar não é inovar.
Caso faça sempre as mesmas coisas, pense sempre do mesmo jeito, rearranje as mesmas crenças, dê roupagem nova aos velhos valores, não trará nada além de um resultado já conhecido e tido como indesejado.
Tente essas proposições sugeridas e perceba o quanto melhor ficará sua vida!
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