ISSO TAMBÉM VAI PASSAR

Essa é a sua estrada e ela é só sua. Outros podem caminhar com você, mas ninguém pode caminhar por você. – Rumi

O medo faz parte da existência humana e mostra que somos seres capazes de discernir entre o que seja bom ou não, para se viver bem. Auxilia a perceber os limites que, se atravessados, possivelmente causarão danos.

Como integrante da lei natural de conservação, funciona como um incansável vigia, que dia e noite zela por nós, e nos avisa em nosso interior, ora fala-nos como pressentimento, ora como preocupação, ora como apreensão, ora como reprimenda, ora como “não fazer”, ora como “ir em frente”, ora como “pare”.

A história do medo traz fatos, realidades, nas quais ele foi muito mais benéfico do que limitador ao ser humano.

Através dos tempos, quando o desenvolvimento intelecto-moral sofria modificações, trouxe a diminuição da impetuosidade, a modelagem das habitações, a limitação do território de atuação e, por conseguinte, também maior sobrevivência, se visto sob o aspecto da não exposição aos perigos e complicações que porventura fossem enfrentados. A presença do medo indicou o melhor caminho, aquele que era livre de maiores complicações, dificuldades e que proporcionava maior bem-estar.

Nunca se tem a vida, os sentimentos, nem mesmo o corpo, sob total controle.

Experiências são vivenciadas, a compreensão aumenta, e o medo aparece tal qual ferramenta que amplia a visão do ser, o que permite que usemos novos critérios para agir, e os ponhamos em prática para adquirir uma postura mais segura e uma vivência melhorada.

Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são.

Quando se teme algo ou alguma situação e não se permite maior exame para entendê-la, alimenta-se o fenômeno e torna-o gigantesco obstáculo, quando deveria ser ponte; gera fracasso, quando seria inspiração para o triunfo. O medo atribui a pequenas coisas grandes sombras.

Há sempre a escolha entre voltar atrás para a segurança ou seguir em frente para o crescimento. O crescimento deve ser escolhido uma, duas, três e infinitas vezes; o medo deve ser superado uma, duas, três e infinitas vezes, ressaltou Abraham Maslow, psicólogo americano.

O novo sempre despertou perplexidade e resistência.

À medida que se permite entender os fatos que amedrontam, são cortados os liames do desconhecido e abre-se um novo horizonte de possibilidades que auxilia o sucesso e até o domínio, sobre o que antes era limitador.

Essa familiarização resulta em tornar neutra a sensação de impotência frente ao acontecimento, que, muitas vezes, leva à paralização, tanto do pensamento quanto das atitudes.

Por muitas vezes ele afronta de tal forma, pelo desconhecimento de sua consistência, que temporariamente não se toma a menor atitude para dele se livrar, e passamos a viver sob o guante do incompreensível temor.

Viver pode ser considerado como mudar.

A cada instante as alterações se fazem presentes e a tudo modificam.

Se for necessário englobar o novo, o medo se faz presente, da mesma forma que, se a situação indicar a necessidade do abandono do habitual, do antigo, do já existente ou do bastante conhecido, lá estará ele de novo a pedir o enfrentamento ou a protelação. E nem sempre há o devido preparo para tal situação, por ser o medo algo para o que não há controle absoluto.

Pode acontecer que prevaleça o domínio dele em situações inesperadas, que se mostram como uma realidade desagradável. Apresentado um rechaço, uma oposição sistemática, à mesma situação, ele se mostra mais forte, uma vez que o que se resiste, persiste.

Conclui-se que o antagonismo não seja terapêutica de excelência, já que se torna impotente contra algo maior e mais forte.

Então, investir na compreensão do fato, na tentativa de conhecer os mecanismos pelos quais o fato incomoda, entender o que causa o mal-estar e o pânico, são de grande valia.

Lentamente se desvenda a causa de tanto desconforto, e, com a integração do que acontece agora com o que já era dominado anteriormente, faz cessar o incômodo, que se transforma em experiência, em discernimento, em resolução, em determinação, em superação, em vigor, em autoconfiança, em fortaleza íntima, em energia positiva e assertiva preponderante.

Quando trazemos consciência a qualquer aspecto da vida, espalhamos benefícios, pois a consciência nos permite olhos de ver como andam as coisas. Estar consciente é como um tipo de radar infalível, se ficar sempre ligado. Tomar consciência nos permite saber o que fazemos, como estamos nos sentimos, do que estamos com medo, o que esperamos ou desejamos. É lastimável que tanta gente se desligue da consciência ou que a concentre em estados de infelicidade, como a ansiedade e a depressão, que afetam milhões de pessoas.

*

Acontece que há várias formas erradas de se julgar o medo.

Uma das maiores é a que afirma ser necessário excluí-lo das experiências de vida, por ser ele e suas sensações, um fator de adoecimento.

Seres humanos como um todo sentimos medo, e, na maioria das vezes, muito medo, e nada mais próprio do que desejarmos nos livrar disso. Pode parecer um paradoxo, mas esse é um caminho que só traz maiores desconfortos, pois nos mantém parados, sem iniciativa, presos aos limites, inconscientes quanto a realidade.

Jamais haverá o completo destemor.

Aparecerá, vez por outra, situação em que prevalecerá algum tipo de medo, que naturalmente deverá ser enfrentado pela razão, para que possa ser resolvida e removida a insegurança e todas as outras sensações perturbadoras que ele causa, diante da incerteza inicial.

O medo aparece em diversas circunstâncias e pode se mostrar, entre outras, como: perdas consideradas insubstituíveis, abandonos que nos fazem sentir a sós, insegurança que expõe as fraquezas e mascaram os recursos pessoais, medo da morte por não reconhecer nela uma constante da equação da vida, como o nascimento também o é, o que faz parte da essência do ser humano, adoecimentos que mostram a necessidade de nova opção e novo estilo de vida, rejeições que assinalam as posturas erradas e as escolhas malfeitas.

Mas também acontecem os medos por causas impalpáveis, como o de temer o escuro, o de monstros inexistentes, o dos ruídos inexplicáveis, o das contradições entre o que é fato e que é ilusório, e optamos por temer o último sem saber do primeiro, que muitas vezes acabam por nos tirar o equilíbrio emocional.

Ainda, aparece o medo fruto do imaginário: perseguições que inexistem, afrontas não acontecidas, discussões não havidas, que se avolumam e desgastam as resistências emocionais de quem lhe padece o guante.

Quantas são as formas do medo, e de quantas formas ele se faz presente? Perguntas sem resposta definitiva.

No entanto, ao se passar pelo medo conscientemente, descobre-se a segurança que há dentro de cada um de nós.

Não existe ninguém que seja só coragem, muito menos, só medo. Somos um misto de sensações.

Sem medo, portanto, de viver, de ir em frente, de encarar as incertezas como situação passageira que apenas aguarda que lhe dediquemos atenção para se desfazer com o clarear o entendimento, sem resistência, do mesmo modo que a neblina não perdura sob o calor do sol.

Pelo aproveitamento das oportunidades que se apresentam, como conhecimento novo que chega, é que se vence o que antes limitava, o que não deixava ver, muito menos sentir.

As iniciativas racionais de compreensão do medo são os melhores caminhos para vencê-lo. Incentivar o seu enfrentamento lentamente, para que o incômodo se dilua e em seu lugar possa aparecer uma nova visão, que define novos critérios vivencias, os quais nos encaminharão ao bem-estar esperado por todos aqueles os que nos esforçamos por mudar para melhor.

*

São dias difíceis os que vivemos sob o constrangimento de uma pandemia mundial.

Esmorecer ou desistir, jamais.

Dar ouvidos às recomendações das autoridades competentes da área de saúde pública é medida de respeito e inteligência.

Zelar por atitudes pessoais e familiares em nome da prevenção, é patrocinar a saúde.

Em nossa jornada iluminativa, há ocasiões em que nos sentimos perdidos, confusos e desorientados. Parece que tudo o que fazia sentido em nossas vidas perde o significado que lhe atribuíamos, pois percebemos que precisamos deixar para trás certezas e valores que não respondem mais aos nossos questionamentos atuais.

Isso também vai passar.

Confiemos!

Sublinhou Viktor Frankl, neuropsiquiatra austríaco, que enfrentou um campo de concentração nazista por ser judeu: Se não está em suas mãos mudar uma situação que te causa dor, sempre poderá escolher a atitude com que encara esse sofrimento.

Ao invés de dar ouvidos aos sussurros do medo, com tenacidade e ânimo forte, estabeleçamos em nós e com os nossos, ordenamento mental firme e positivo em contraposição à ameaça de contágio.

Na realidade natural mente-corpo, que é a nossa realidade maior, essa prática ininterrupta será a força geradora de energia vitalizante, cuja vibração formará eficiente campo protetor ao nosso derredor, pela irradiação da nossa confiança e determinação. O padrão vibratório da saúde (de alto teor) é diferente e seletivo, que, por ser contrário ao padrão vibrátil da enfermidade (de baixo teor) ou, no caso, de um vírus causador de doença, evita sua invasão, pela ausência de sintonia.

Mente em equilíbrio, oração devocional, pensamentos edificantes, leitura harmonizadora, hábitos serenos, alimentação adequada e frugal, sono reparador, relacionamento amigo em família, propiciarão emoções positivas e sensação de bem-estar.

O mundo acordou para o problema e todas as mentes estão voltadas na busca de soluções.

Sigamos resolutos e confiantes, em direção a todos os amanhãs.

Nos diz o Salmo 30: O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.

*

Para refletirmos.

No dia 6 de agosto de 1945, a condição humana se desfigurou diante da autorização e do lançamento da devastadora bomba atômica sobre Hiroshima, no Japão, que exterminou quase 140 mil homens, mulheres e crianças.

Como demonstração que a crueldade não tem limites, em 9 de agosto de 1945, outra bomba atômica foi lançada – desta vez em Nagasaki. Mais de 70 mil mortos.

Em Hiroshima, no entanto, houve milagres entre a destruição. A uma distância de apenas oito quarteirões do marco zero da explosão, uma igreja onde padres jesuítas missionários viviam permaneceu de pé e praticamente intacto, ao contrário de edifícios três vezes mais distantes que foram completamente destruídos.

Eles não sobreviveram apenas à explosão que matou instantaneamente 86% das pessoas naquele raio de oito quarteirões; eles viveram até a velhice, não afetados pela radiação que, ao longo dos meses e anos seguintes, matou muitos outros sobreviventes da explosão. Os mais de 200 testes realizados ao longo dos anos mostraram resultados negativos para envenenamento por radiação.

Nagasaki ficou devastada. O convento franciscano construído por Pe. Maximiliano Kolbe, mais tarde santificado pela Igreja Católica, no entanto, permaneceu de pé. Os frades viveram e puderam ajudar os feridos, doentes e moribundos do ataque.

Pensemos, meditemos sobre, e, acima de tudo, confiemos!

Isso também vai passar!

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