Reconquistando a identidade própria
A realidade existencial nem sempre tem a feição por nós vista no contexto em que vivemos e como vivemos no afã de cada dia.
A começar do fato de que, no geral, nossas escolhas e, por conseguinte, nossos comportamentos por elas alimentados, são influenciadas por terceiros ou intencionalmente copiadas, quer seja para nos sentirmos aceitos e parte de um certo grupo, ali então nos apresentando como um igual, ou ainda pelas conveniências sociais de momento, ou pelo desinteresse em assumirmos nossa verdadeira identidade.
Também por isso, encontramos pessoas que se apresentam como resultado do espelho social, sendo influenciadas pelas opiniões, ideias e paradigmas das pessoas a sua volta. São os que os outros são, ou o que querem que sejamos, ou não somos o que deveríamos ser ou que gostaríamos de ser, sem cogitar do que iremos ser.
A lei de ressonância afirma que somente podemos entrar em contato com aquilo que nós mesmos vibramos, na mesma sintonia. Essa ideia leva à conclusão inevitável de que o mundo exterior e o nosso mundo interior são idênticos, construídos com os mesmos “materiais”. Conforme dentro, fora.
Isso nos leva por caminhos para os quais não estamos apetrechados, emocionalmente falando, pois não são os nossos caminhos, são caminhos dos outros, redundando, para nós, na maioria das vezes, em fracassos e insatisfações, pois não representam nossos desejos. Fingimos que são e nos encontramos onde não queríamos estar.
A insistência num modelo de vida onde não somos o roteirista, nem o protagonista, nos faz homens vazios, voejando na direção dos sopros alheios, deixando transparecer que somos estranhos à nós mesmos. Olhamos no espelho e não nos vemos.
Pela falta de elementos próprios formadores de opinião e senso crítico, quando decidimos por algo, quase sempre é pelo “mesmismo” que a sociedade costuma fazer: distrair-se com coisas, iludir-se com as posses, consumir-se com os desvarios.
Quem nasceu para ser gigante, entrega-se à tribo dos liliputianos, reduzindo-se a comer, vestir, gozar, dormir, se reproduzir e seguir caminhando sem sair do lugar.
Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar, recomendou Helen Keller, reconhecida escritora, conferencista e ativista social norte-americana. Foi a primeira pessoa surdocega a conquistar um bacharelado.
A semente que não vinga por não ser colocada no exercício de seu tropismo, perece, sem nunca conhecer o prazer de gerar frutos e perpetuar-se com eles.
O fruto que deixa ainda verde sua ligação natural com a árvore que lhe sustenta a vida, não amadurece, tende a apodrecer, sem nunca ter podido sentir ou deixar sentirem o doce do seu néctar.
A pluma de algodão que se desprende prematuramente de sua planta original, voeja com o vento, ao sabor deste, sentindo-se livre, mas indo para lugar nenhum, sem nunca compor o tecido que vai agasalhar vidas, quando então receberia em prêmio o zelo e a higiene.
Chega o dia em que a vida não fruída como devido, provoca a queda das máscaras. As promessas e os sonhos acabam em pesadelos. As satisfações buscadas resultam em insatisfações. A alegria rapidamente se converte em tristeza. A saúde é vencida pela doença. O vazio existencial é tomado pela dor angustiosa no peito, sem saber o porquê.
Onde ontem a mentirosa satisfação imperava, hoje resta um estado de tédio.
Quem visse o público que superlotava o Coliseu, na Roma antiga, ovacionando a morte e o sangue, vivenciando um suposto poder, supremacia e domínio insuperáveis, não poderia imaginar as atuais ruínas não só do templo dos espetáculos dantescos, mas de todo um arcabouço de ideias e ideais.
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Hora de transpor essa linha divisória rumo à autovalorização, ao autoencontro.
Para além dessa linha há novos horizontes, cuja caminhada será de conquistas duradouras, onde já não mais teremos apenas alguns momentos de bem-estar no meio da turbulência de emoções desequilibradas, mas sim vivenciaremos apenas alguns momentos de descompasso num quadro de harmonia predominante.
A cada novo passo, se descortinará a verdadeira face da realidade não reconhecida e aceita nos tempos passados, onde se verá a ética e a estética formando seu contorno, e os prazeres se voltarão para o belo, para o nobre e para o saudável.
O despertar da consciência, enriquecida com novos conhecimentos, crenças, valores, se deparará com o desafio das sensações novas, levando ao despertar das emoções equilibradas.
É quando estaremos caminhando progressivamente para frente e para o alto, e o relógio do tempo mental finalmente marcará um novo tempo: o futuro que não tinha ainda chegado, por falta de oportunidade em nossas escolhas, pela anestesia das aspirações superiores e o decorrente aprisionamento no estágio inferior da consciência.
Com o amadurecimento psicológico, mental e emocional, vem o despertar da consciência, clareada pelas luzes da vida abundante que adentram o nosso íntimo em triunfo, com o abrir das janelas das percepções, que nos faculta olhar para dentro de nós mesmos e para o mundo ao nosso derredor, divisando nobreza de posturas e de caráter, atraindo-nos com o poder magnetizador do amor.
Aflora a sensibilidade, dando-nos nova visão para tudo aquilo que nos passava desapercebido até então, para cujo aproveitamento não é preciso ter, apenas ser e deixar-se pertencer: o reconforto de um sorriso, o desabrochar de uma flor, o nascer e o pôr do Sol, a lua em suas fases, o brilho das estrelas, a segurança de uma mão muito amiga, o calor de um abraço com os familiares, a suave sensação da paciência, a importância da tolerância, a essência da solidariedade, a completude da fraternidade, a permanência dos laços de amor, a compreensão para com os defeitos alheios, a necessidade em domarmos nossas más tendências, a conquista do equilíbrio emocional.
Transpor a linha divisória do estado anestesiante de tédio e indiferença anuladora para o mundo de realizações emocionais equilibradas, é questão de escolha.
A vida pode e deve ser vista sob novo prisma.
Enriquecer a mente de tesouros que a ferrugem não consumirá, é prática da inteligência lúcida.
Treinar novas maneiras de pensar, para encontrar novos comportamentos, é exercício para fortalecer o ânimo e a coragem, principalmente para vencer-se a si próprio.
Ter controle sobre nós mesmos, assumindo a condição inadiável de sermos agentes promotores e inovadores de nosso próprio destino, o protagonista de nosso efetivo papel na vida, como é devido, se torna medida urgente para profilaxia do coração.
Oportunizarmo-nos melhor qualidade de vida, é opção única para quem deseja ser saudável e sonha com bem-estar duradouro.
O novo horizonte para além da linha divisória entre o estar vivo e bem-viver, não somente altera a paisagem, mas os valores existenciais nas suas raízes, sem apresentar obstáculos intransponíveis para se alcançar a real satisfação, a que traz plenitude emocional, segurança comportamental, harmonia nas relações, estabilidade afetiva, valorização do bom e do bem.
Aceitemos os desafios da nova vida serenamente; superemos as resistências internas e externas; aceitemos que precisamos mudar para melhor; nos permitamos evoluir para estágios superiores da consciência; procuremos e ouçamos quem pode nos ajudar o crescimento moral; nos aclimatemos às boas ideias e práticas nobres. Eis o conteúdo da pessoa feliz, dando significação e harmoniosa nova forma ao seu mundo.
Há um fluxo e refluxo de forças que nos percorre o ser e impulsiona-nos ao prosseguimento. Abramos esse canal emocional, espiritual.
A vida sob esse novo prisma nos diz que a felicidade já faz morada em nossos corações, somente precisamos acordá-la.
Neste exato momento, ponhamos um ponto encerrando o atual e último parágrafo de nossa velha e insatisfatória vida, passando de imediato para um novo e renovador capítulo, iniciando-o assim: Eu quero, eu posso, é possível, é devido… vou fazer!
Hoje é o dia!
Agora é o momento!
Ontem anseio. Hoje oportunidade. Amanhã mudança.
Ontem foi. Amanhã será. Hoje é.
Um provérbio chinês diz: O passado é história, o futuro é mistério, e hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de presente.
O Mestre Perfeito um dia falou: vocês que sabem essas coisas, bem-aventurados serão se as fizerem.
Entre o saber e o fazer, construamos a ponte do querer com determinação e coragem de mudar o que for preciso, da vontade férrea, da persistência, e cruzemos de um lado ao outro, e nos coloquemos em ação construtiva.
De nós depende coordenar os movimentos, eleger a meta e avançar.
Não se pode colher o que não se plantou.
Retiremos as máscaras, pois são elas que estão nos infelicitando; rasguemos as fantasias dissolventes, pois são elas que estão nos consumindo, agrilhoando-nos no mundo do faz de conta, enquanto o tempo passa, acelerando a chegada do futuro para o qual não nos preparamos, levando tudo rapidamente para o passado, onde não poderemos voltar para refazer.
Quem quiser que faça o mesmo, a critério de cada um.
O baile de máscaras se finda para nós…
Nos posicionemos desde agora sob a injunção de uma nova e venturosa vida, pois, submetendo-nos a essa força vital que vem do coração tudo se nos torna acessível, e poderemos chegar ao bom termo das nossas aspirações de paz.
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Hoje é o dia de darmos boas-vindas à nossa verdadeira identidade!
Agora é o momento de nossa decisão feliz!
E que nossa melhor participação flua para a Terra, para todos.
E que a força do Grande Todo nos complete.
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Projeto INOVE – A vida sob um novo prisma
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Obrigada por tanta clareza do convite. Se queremos ser feliz esse é o caminho!!