Da comunicação nasce a compreensão.
O diálogo vence a maior distância entre dois seres, que é o mal-entendido. Caminho longo e difícil de finalizar.
A arte da conversação está em saber colocar suas ideias e, especialmente, saber escutar. Não simplesmente jogar fora palavras ao vento como se fossem sons desafinados.
Para bem posicionar as ideias, precisamos aprender a controlar nossos pensamentos, e não sermos controlados por eles. Desse modo, senhores de nós mesmos nos capacitaremos realmente a poder ajudar os demais.
Para o diálogo é preciso disposição de conversar com mente disposta a ouvir. Não se trata de vencer, nem de convencer, mas de alcançar o melhor no momento. É abrir-se ao ato de caridade de ouvir inicialmente, e após o outro calar-se, e caso nos façam perguntas, daí então, emitiremos nossas opiniões a respeito.
Quanto mais atentamente ouvimos, mais seremos ouvidos pela outra pessoa. É demonstração da importância do momento. Nisso consiste a troca de valores tão necessária na sociedade atual, onde muito poucos se dispõem a dividir tempo e atenção com os demais.
Escutar é a chave de ouro que abre as portas do relacionamento humano. E como humanos que somos, temos que nos acostumar a ver o outro ser como olhamos para nós mesmos, caso tenhamos o objetivo de ser felizes.
Ouvir nos leva a entender o outro. Se não entendemos a outra pessoa, o diálogo fica prejudicado. Um que deseje sobrepor a própria ideia sobre o outro, nada soma, inclusive torna o momento extremamente desagradável.
Sem entendimento não chegaremos à compreensão, cuja palavra deriva do verbo latino cum-prehendere, que significa: tomar o outro consigo, tomá-lo sobre si, fazer sua a vida dele. Estar disposto a auxiliar, deixar que o outro sinta que para você ele é de muita importância.
É preciso congruência, perfeita sintonia entre o que pensamos, o que sentimos e o que falamos.
Sinceridade é a palavra!
A arte de bem falar tem até cursos propostos aqui e ali, mas saber ouvir é uma virtude a ser conquistada, hoje pouco trabalhada, nem sempre estimulada, menos ainda praticada.
É preciso aprender a escutar bem, exercitar todos os dias, e todas as ocasiões e circunstâncias são oportunidades preciosas.
Para ouvirmos, precisamos dar atenção a quem e ao que se fala. Logo, o foco é a outra pessoa. Essa atitude, sem que se perceba, diminui em muito, a nossa forma egoísta de viver!
Desvestirmo-nos de nós mesmos, de nossas opiniões. Desarmar nossa autodefesa ao excluir a ideia pessoal pré concebida e inflexível. Tornamo-nos gente, igual a quem ouvimos, passíveis de ter problemas, tão ou até mesmo mais sérios do que o que ele apresenta.
Contrariamente, a maioria de nós não ouve com a intenção de entender. Ouvimos com a intenção de responder e julgar.
Ser imparcial quanto ao que o outro diz enquanto ele expõe o que sente é um incentivo para que possam firmar uma amizade muitas vezes duradoura e interessante para ambas as partes.
Todo ponto de vista deve ser respeitado como sagrado. Todos temos o direito de ver e interpretar a vida a nosso modo próprio.
Escutar com atenção oportuniza ouvirmos o que foi dito e percebermos o que não foi dito. A maioria demonstra o que não se vê e que está por trás das palavras; o que emerge das entrelinhas!
As ideias postas trazem suas emoções, seus sentimentos, suas necessidades reveladas e veladas.
Com atenção zelosa escutamos o que a pessoa realmente quer expressar, o que necessita em verdade, não só o que quis falar.
As palavras, bem ouvidas, refletem o ser humano que há por detrás delas.
Para ouvir não basta só a mente aberta e alerta, precisa estar esvaziada, silente de pressupostos e julgamentos.
Dizem as tradições antigas que devemos ouvir com o coração.
Ouvir com o coração é permitir a interiorização do que nos chega e ouvir com neutralidade.
Não ouvir com comparações íntimas, mas deixar nossas percepções registrar a intenção, o sentimento que reveste o que nos é dito, ou proposto, ou ensinado, bem como o nosso sentimento a respeito.
Sentimento é o filtro a ser usado nesse instante, não a comparação, o raciocínio, a dedução, a conclusão. Momento para perceber que impacto nos causa a ideia, o assunto. De que sentimentos se reveste e que sentimentos desperta em nós.
Passada pelo coração, a ideia, agora sim, revestida de seu sentimento próprio, pode seguir rumo ao raciocínio para ser plenamente analisada, contrastada com nossos sentimentos e entendimentos a respeito.
Uma ideia clara, bem sentida, entendida, analisada, poderá, ou não, ser absorvida por nós, aceita, concorde.
Ouvir com o coração – que é o filtro mais eficaz – é critério que serve não apenas para um diálogo, mas para toda ideia nova que nos chegue, numa conversa, em um livro, em um filme etc.
Com essa prática desenvolvemos atenção, zelo, paciência, respeito e, especialmente, nossa percepção intuitiva.
Assim como ouvimos, do mesmo modo falamos com o que repleta nosso coração.
Fazer do diálogo ponte de mão dupla, em que ele nos leva ao encontro da outra pessoa e ela se aproxima de nós, e assim abrirmos as fronteiras para o entendimento e para a compreensão.
Há diálogos fortuitos que acontecem no dia a dia, sem maior profundidade. Como há diálogos que ajudam sem serem indispensáveis e há também aqueles que devem existir e não os podemos jamais dispensar.
Aprender a escutar a nós mesmos, conhecer nossas emoções, nossos sentimentos, manter nossa mente livre de barulhos e de ruídos psicoemocionais, ter o silêncio como pano de fundo mental e não intermináveis pensamentos sem conexão entre si, é estar sempre preparado e predisposto aos diálogos construtivos, é ter alcançado a maturidade que sabe escutar.
O diálogo, para que se dê, pressupõe a superação de obstáculos iniciais.
Obstáculos Internos, quando a timidez, o desinteresse, a baixa autoestima e outros se fazem predominantes. Externos, quando as distrações múltiplas, os constantes compromissos e a alegada falta de tempo, por exemplo, se façam rotas de fuga ao encontro.
Só há diálogo edificante possível entre os que guardem as mesmas intenções, se sintam em igualdade de posições e estejam em sintonia com a verdade.
Ter a iniciativa e a habilidade de participar em igualdade, ouvir e deixar falar.
Manter o diálogo circunscrito, evitar diversificar ou derivar para desvios com assuntos múltiplos que prejudicarão o desenvolver do assunto principal, e este ficar inconcluso.
Ser franco e corajoso ao abrir-se em considerações, porém sempre pacífico e caloroso, falar e ouvir de coração a coração.
Ter por objetivo convergir para ponto comum, que somente a conjugação das ideias ao longo do diálogo indicará o melhor resultado.
Diálogo não é brincadeira de cabo de guerra, em cada um puxa a corda para o seu lado, e vence o mais forte.
Fazer do momento um transformador de relações para melhor.
Não mais caminhos que se cruzam, mas corações que se percebem.
Ao final, juntos; mesmo cada um a seguir por caminhos diferentes.
Além do mais, com essa prática – saber escutar e saber falar – se pode zerar problemas de relacionamento em geral, no seio familiar, no ambiente de trabalho e em todas as demais situações em que pessoas se reúnam com boa vontade e disposição de entendimento.
Trabalhemos com afinco para que logo chegue o momento em que todos os ouvidos estejam prontos para ouvir, já não mais como exceção, mas como regra de vida, comum a todos.
E da boca de cada um só se ouçam palavras que convidem ao bem, que delineiem o belo e enalteçam o justo.
Escutar é a chave. Falar, seja a porta da paz!
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