A maioria de nós não ouve com a intenção de entender. Ouvimos com a intenção de responder. – Stephen Covey
Há grande empenho em aprender a ler, escrever e falar. Quase passa desapercebida a essencial necessidade de se saber ouvir.
Do mesmo modo que falar, ouvir faz parte da comunicação.
Bem ouvir molda a boa comunicação.
Falar é uma necessidade, escutar é uma arte, registrou Johann Goethe.
Afinal, nem sempre o falar, diz, e o ouvir, escuta.
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é necessário escutar bem.
Escutar bem é quase responder sem palavras.
Para isso, é preciso escutar com silêncio mental e coração receptivo, de alma atenta.
Assim como no vazio da jarra é que se colocam flores, no silêncio interno o que se ouve se manifesta com inteireza, sem interferência de ruídos que nossa intimidade emocional produza.
Do silêncio vem a música, que somente ganha existência quando ouvida.
No silêncio da noite os sons são mais audíveis.
Para abrir o vazio do silêncio interno, se pede expulsão de ideias estranhas, ausência de pensamentos, abstenção de sistema de valores pessoais, da própria história e insistente tendência de avaliação.
Momentaneamente, é preciso colocar em segundo plano as nossas opiniões.
Crenças e valores pessoais, “filosofia de vida” e escala de valores, têm de adormecer em quem deseja ouvir compassivamente, com empatia, atenção plena e concentração.
Ouvir com empatia é se identificar com outra pessoa, sentir o que ela sente e querer o que ela quer. É se colocar no lugar do outro, dentro do mundo do outro.
Ouvir compassivamente é se propor a acolher o outro como ele está, respeitar quem ele pensa ser e o que pensa, estimular quem ele poderá vir a ser.
É esse outro nível de audição que precisamos aprender.
Não é apenas uma escuta com os ouvidos, mas também um escutar com o coração, que mais não é que uma escuta profunda, onde todos os sentidos nos são úteis.
Somente no fundo do coração há silêncio capaz de ouvir com verdade, a voz da verdade.
Esse silêncio é a transparência ideal para que as ideias e ideais, alegrias e tristezas, sonhos e decepções, se manifestem sem jaça.
Momento de ouvir, apenas ouvir.
Quem fala e quem houve, juntos, devem mergulhar placidamente no momento presente, com clara intenção de bom relacionamento, sinceridade ao falar e compassividade ao ouvir.
Para um é a alegria de ser ouvido com profundo zelo e consideração, e para o outro é auxiliar o esvaziamento daquele coração sobrecarregado.
O silêncio interno de quem ouve deve estar revestido da neutralidade quanto a julgamentos, certo ou errado, símbolos e significados, interpretações e nuances de percepções.
Neutro, sim, mas não fechado.
Coração aberto para poder sentir o que o outro vê e sente, e participar, por momentos, desse mundo por ele percebido.
É escutar o que o outro não está dizendo, e que ele talvez nunca venha a dizer.
É o paradoxo do ouvir com sabedoria: é preciso não escutar só o que se diz para se poder ouvir o que ficou não dito.
O mundo é visto não como ele é, mas como nós somos, pois aquilo que vemos é aquilo que somos.
O que o outro expõe, com sua autenticidade, é o seu mundo, sua verdade, o que estimula suas atitudes.
Por isso, cuidado para não se misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer a respeito.
Ouvir com humildade.
Ver com os olhos do outro.
Sentir com os sentimentos do outro.
Escutar com o coração.
Compreender as ações do outro.
A oportunidade de falar e ser ouvido, pode trazer transformação e cura, alívio e esperança, consolo e superação, reconciliação e vida, ânimo e coragem, enfrentamento e grandeza, fé e ação vivificadora, renovação e êxito, estímulo e vitória.
Rubem Alves anotou: A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não escuta que ele termina.
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