EM DIREÇÃO A TODOS OS AMANHÃS

Moral é regra de bem proceder, de discernir o bem do mal, o correto do equivocado. Podemos considerar que sobre um determinado ponto, sobre uma certa questão, quantas forem as pessoas consultadas, tantas posições diversas serão obtidas, mesmo que assemelhadas entre si em diversos aspectos. Para efeito de raciocínio poderemos então dizer que, em casos assim, estaremos diante de diversas morais.

Se em nossa análise interpusermos critérios de raça, de credo, de condição social, de gênero, de usos e costumes, e outros, alargaremos nuances levando para posicionamentos morais diversos. Quando, em verdade, precisamos é resumir e desfazer divergências, harmonizar (que significa combinar as diferenças) as ideias.

As diferenças de entendimentos e comportamentos, advém de nossas crenças e valores pessoais, mutáveis na sucessão do tempo, formadas por nossas experiências no dia a dia da existência, como resultado de educação, de convívio familiar, de ambiente escolar, do meio social, de amigos, além de outras fontes de interesse, convivência e relacionamento.

A nossa adoção de mudanças quanto ao pensar e ao agir (nossas crenças, aquelas que nos movem e dão rumo) acontece pela prevalência de ideias diferentes e suas propostas, de conhecimentos novos, de maturidade psicológica, também pelas circunstâncias e acontecimentos, e outros motivos mais, aceitas por nós, conscientemente ou não.

Falar em pensar, em agir, é falar em sentimentos… e ressentimentos. E é a insatisfação, aquela que, quando sentida lá dentro do coração, se faz um dos fortes indicativos de que é preciso mudar o caminho.

E o caminho que levará, no caso desse sentimento, da insatisfação à satisfação legítima, chama-se alteração de regra de procedimento para melhor, reforma moral íntima.

Sabemos, mesmo sem saber como, que mudanças de certos pensamentos, de interesses, de certas atitudes, alcançarão a área do sentimento. E, naturalmente, ninguém se propõe a mudar para pior. Pode até acontecer o fracasso, mas não terá sido essa a intenção inicial. O que desejamos é nos sentirmos bem.

Nessas horas de ressentimentos, de conflitos, de amarguras, de insatisfação existencial sobre determinado aspecto dela, nossos desejos mudam de conteúdo. Até porque, nos damos conta, que foram certos desejos então atendidos que nos levaram para a zona conflituosa, de desconforto emocional.

No somatório das experiências, com tropeços, quedas, logo em pé e com passos adiante, é que burilamos os nossos reais valores existenciais, paulatinamente.

O entendimento das ocorrências, quase sempre motivado pela dor, leva-nos à compreensão dos porquês e, por conseguinte, a adoção de nova postura frente a vida, com novo Norte, com desejo e formulação de novos objetivos, notadamente os de se eleger aqueles que sejam construtores do bem-estar. E o simples desejo de bem-estar íntimo, é o despertar das virtudes.

O desejo é a mola propulsora da vontade, a qual, por sua vez, é força arrebatadora, que pede, em nome do bem-estar pretendido, canalização correta de sua força.

A vontade é potencial latente nos seres humanos, que se desenvolve e se agiganta, se algumas premissas forem atendidas, o que, então, lhe traz substância, assertividade e conformidade.

Não há vontade sem motivação, e não há motivação sem identificação de necessidade, pois é a necessidade que nos induz a buscar o que nos sacie. Por exemplo: a sede e a água.

Examinemos nossas necessidades reais.

Mesmo motivado, dependemos de deliberação sobre o prosseguimento, como próximo passo, e para deliberar é condição pensar, analisar, refletir sobre. Não será de bom alvitre sair a fazer o que quer que seja, sem antes refletir bem a respeito do que se deseja, do mesmo modo como ensina a voz popular que não se deve falar sem antes pensar.

Recomenda Pitágoras, filósofo e matemático grego: Antes de fazer alguma coisa, pense. Quando achar que já pode fazê-la, pense novamente.

Avaliemos nossos desejos.

Somente após amadurecida reflexão é que cabe decisão, resolvermo-nos por ir adiante, prosseguir, tomar firme resolução.

Resolvido, é chegado o instante da afirmação. Sim, de se afirmar, de confirmar, de asseverar, de passar da promessa para o compromisso. Sim ou não. Agora é nosso momento de assumir o bem-estar desejado como meta de vida a ser buscada.

Nos preparemos para dizer sim em nosso próprio benefício.

Quem quer caminhar dois mil passos, precisa dar o primeiro deles, e persistir, com esforço, pois é aí que começamos a contar com nossas forças: aquela do forte desejo, aquela que nos mantém na busca da realização do estado desejado de harmonia emocional, como exemplo. A isso chamamos persistência, foco, determinação.

Sem determinação e persistência não alcançaremos nossos objetivos.

Se o que se deseja foi bem delineado, se nos vemos motivados, se houve uma deliberação amadurecida, se nos mantemos decididos, se reafirmamos compromisso conosco mesmo, se nos vemos dispostos aos melhores esforços, com espírito destemido, persistente e continuadamente, então sigamos ao encontro do resultado (que já espera por nós), executemos o pretendido, pois estaremos envolvidos com a dinâmica mágica da força arrebatadora da vontade que nos pede direcionamento do pensamento aclarado pelo bom-senso na escolha.

A vida para ser bem vivida, pede a arte de compreender para servir, retribuir à própria vida, de crescer moralmente para libertar-se dos grilhões dos sofrimentos, de se enriquecer com novos conhecimentos que ampliem os nossos mapas mentais, com variedade de caminhos conducentes à serenidade, que é básica à saúde, e ainda, que nos permita distribuir esses conhecimentos aos nossos amores, para que caminhemos juntos e possamos evoluir juntos.

Shanti, do sânscrito शािन्त santih, significa paz interior e paz de espírito, e se refere a estar mentalmente ou espiritualmente em paz, sereno, com bastante conhecimento e compreensão, para ficar forte contra o desequilíbrio emocional.

E a fortaleza contra o desequilíbrio emocional é construída com as escolhas que fazemos em nossa existência, as quais serão mais acertadas como seja acertado o nosso entendimento das verdadeiras razões e propósitos de existir. Saber por que, saber para que e como. Se soubermos como, saberemos quando, quanto, onde e com quem.

Quem tem um ‘porquê’ enfrenta qualquer ‘como’, recomenda, Viktor Frankl, neuropsiquiatra austríaco e fundador da terceira escola vienense de psicoterapia.

Desejar e trabalhar pela paz interior, pela serenidade e pela calma, é escolha de uma vida livre, no mais amplo sentido que possa alcançar nossa imaginação para o sentido de liberdade.

Ao fazermos da elevação moral, que nos libertará de nossos próprios limites, um exercício saudável e continuado, promoveremos os sentimentos até a grandeza da nobreza. Daremos ao intelecto a capacidade de compreender a importância de servir à vida, ao próximo e ao Todo, e alcançar, por fim, a liberdade para bem pensar, saber agir e sentir as melhores emoções. Adquirir os tesouros da mente e do coração, suficientes para alimentar nossos melhores desejos, dentre os quais o de doarmos nossos melhores recursos em benefício da saúde da alma, com nossa dedicação por inteiro ao alcance do melhor, e formar completude.

Desejar, se sentir capaz e com disposição para fazer, roteiro do êxito.

Um rápido apanhado do conhecimento oriental em benefício do raciocínio.

Os Vedas, ditos livros sagrados são em número de quatro: o Rig, o Sama, o Yajur e o Atharva. Cada um deles está dividido em duas partes: Trabalho e Conhecimento. A primeira é composta principalmente de hinos, instruções com relação aos rituais e às cerimônias, e regras de conduta. A segunda diz respeito ao conhecimento de Deus, o aspecto mais elevado da verdade religiosa, e é denominada Upanishads, que significa, literalmente “sentado perto devotadamente”.

Nos Upanishads colhemos apoio orientador e milenar, lendo em Kena: Quem comanda a mente para que ela pense? Quem ordena que o corpo viva? Quem faz a língua falar? Quem é o Ser radiante que conduz o olho à forma e à cor, e o ouvido ao som?

– Sou eu! dizemos com total segurança.

Por fim, mas como um novo início para nós, reafirmemos constantemente para nós mesmos, reimprimindo valores comportamentais e trabalhando nossa reforma moral para melhor:

– Sim, é meu desejo, posso e vou fazer!

Reforma moral íntima, sempre para melhor, é libertação do ontem em direção a todos os amanhãs em harmonia.

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