Ironicamente, se não fosse pelo racismo e pelo preconceito, talvez não tivéssemos tido um Gandhi em liderança de movimentos pela liberdade.
Tudo aconteceu em função do desafio diante da vida, do conflito racial e domínio entre nações.
Ele poderia ter sido apenas mais um advogado de sucesso. Mas, em face do preconceito então reinante na África do Sul, uma semana após a sua chegada, ele foi submetido a humilhações.
Ele foi expulso de um trem por causa da cor de sua pele.
E isso o humilhou tanto que ele ficou sentado na plataforma da estação a noite toda, a imaginar o que poderia fazer para obter justiça.
Sua primeira reação foi de raiva. Ele estava tão irritado que queria a justiça do olho por olho. Ele queria responder com violência às pessoas que o humilharam. Mas ele se deteve e pensou: “Isso não está certo.”
Aquilo não lhe traria justiça. Poderia fazê-lo se sentir bem momentaneamente, mas não o conduziria a qualquer espécie de justiça. Seria apenas a perpetuação do ciclo de conflitos.
O problema do preconceito, considerou ele, era mais amplo e abrangente. Uma simples e momentânea revanche por parte dele não era solução para sossegar seu coração, menos ainda para o contexto geral.
Para resolver problema com essa dificuldade, era preciso mudar radicalmente o modo de pensar, e agir com criatividade.
A partir desse ponto, nascia a filosofia da não violência, e Gandhi a colocou em prática em sua vida, assim como em sua busca por justiça na África do Sul. Ele ficou naquele país por 22 anos.
E, então, retornou e liderou o movimento na Índia que resultou em um país independente, algo que ninguém jamais havia imaginado.
A não violência criativa desenvolvida por Gandhi foi a alternativa para superação do impasse lutar ou fugir, como fazem os animais quando encurralados.
Ele não estava disposto a fugir, mas também não iria lutar com as mesmas armas.
Agiu!
Sem saber que quase todos achavam que a liberdade seria praticamente impossível, ele foi lá e fez…
Não como a maioria das pessoas de boa vontade, que faziam igual o que sempre fora feito, com esperança de que as coisas viessem de alguma forma a melhorar, como por encanto.
Mudou paradigmas pessoais!
A palavra “paradigma” significa um padrão ou modelo de pensamento que influencia o modo como nos comportamos que, por sua vez, dirige nossas ações.
Obtemos resultados com base naquilo que fazemos, e o que fazemos depende de como vemos o mundo à nossa volta.
Ver o mundo é como ver um mapa, que nos ajuda a decidir qual direção seguir. Ou seja, escolha feita, atitude tomada, o resultado se dará.
Se mudarmos de caminho, o destino será outro.
Se mudarmos os paradigmas, nosso comportamento e os resultados também mudarão.
Por exemplo, quando o tomate foi levado das Américas para a Europa pela primeira vez, um botânico francês identificou-o como o temido “fruto proibido” do qual falavam os antigos estudiosos. Comer um tomate poderia levar a morte, advertia o botânico.
Por conseguinte, os primeiros imigrantes europeus que foram para a colonização da América não chegavam perto de tomates, embora os cultivassem em suas hortas como plantas ornamentais.
Ao mesmo tempo, uma das doenças mais perigosas enfrentadas pelos colonos foi o escorbuto, provocado pela falta de vitamina “C” — abundante nos tomates.
Paradoxalmente, a cura estava bem ali, em seus quintais, mas eles morriam por causa de um paradigma equivocado.
Depois de um século ou mais, o paradigma mudou, à medida que novas informações surgiram.
Hoje, o tomate é extremamente popular.
Esse é o poder da mudança de paradigma.
Como Albert Einstein teria afirmado: “Nossos problemas significativos não podem ser resolvidos no mesmo nível de raciocínio com o qual os criamos.”
Isso nos leva a pensar sobre nossas vidas e os diversos problemas que enfrentamos.
Como ponto de partida para as reflexões, nos questionemos se para a “cura de nossas doenças” o remédio já não estará em nosso “jardim”, como ornamento, somente.
Quantas orientações de utilidade existencial foram desconsideradas?
Quantos conselhos de apoio emocional foram desprezados?
Quantas mensagens de consolo deixaram de ser ouvidas?
Quantos conhecimentos preciosos deixados de lado por causa de preconceitos, inflexibilidade conceitual ou desinteresse?
Quantas amizades acabaram por falta de reciprocidade?
Quantos amores arrefeceram pela ausência de calor humano?
Quantos lares desfeitos pela não presença afetiva de um ou de outro do casal?
Quantas uniões matrimoniais enfermaram por um mal-entendido não desfeito?
Quantos transtornos causados pela falta de ética?
Quantos amores se converteram em ódios pela falta de compreensão?
Quantas intrigas prosperaram pela falta de atenção?
Quantas vidas sem vigor pela falta de significado existencial?
Em cada um desses pontos de conflitos (e de outros tantos que sejam elencados) vê-se que pequenos esforços de cada um, com a intenção de interromper a marcha dos transtornos, resulta na reversão de sofrimentos e no restabelecimento da harmonia.
As nossas escolhas modelam nossa existência, e são feitas com base em nossas crenças, valores, paradigmas, enfim.
Logo, não somos fruto das circunstâncias, mas de nossas escolhas.
Livres para escolher, as mudanças que desejamos devem começar em nós.
Existem coisas ruins que se passam em nossas vidas e devemos aceitar este fato. Não precisamos viver sem as adversidades, para se experimentar o bem-estar no coração, mas sim saber que elas vão existir, que são parte da vida, e que devemos lutar por algo que valha a pena, dar um sentido à nossa existência.
A iniciativa para a construção de dias melhores está em nas nossas mãos.
Gandhi demonstrou que a determinação de um único homem em se levantar para a ação remodeladora, e se posicionar moral e assertivamente diante de um problema, com o fim de promover soluções necessárias, é capaz de estimular a que muitos outros se levantem e sigam junto com ele.
Com novos paradigmas, Gandhi mudou as vidas de centenas de milhões de pessoas.
Nós também podemos mudar a nossa existência para melhor, basta querer, sabendo, e lutar, fazendo.
Com a disposição pessoal de mudanças para melhor, poderemos transformar as dissonantes discórdias à nossa volta, numa bonita e harmoniosa sinfonia de fraternidade em nossos relacionamentos e de liberdade emocional em nossa alma.
Perdão e autoperdão são constantes na equação da felicidade existencial.
Se podemos escolher, por que não a paz?
Quem quiser viver em bem-estar e ser uma pessoa feliz, isto tem que se tornar atitude real posta em prática desde agora.
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