Sê quem és, sabendo. – Píndaro
Forças motrizes na edificação de homens plenos: a imaginação e a vontade, que são ferramentas inerentes a todos os seres sencientes. Aqueles capazes de sentir sensações e sentimentos de forma consciente. Em outras palavras, ter percepções conscientes do que lhe acontece e do que o rodeia.
Do mesmo modo que se sai em busca de água, tão logo se sente sede, quando emerge em cada ser a disposição ao crescimento intelecto-moral e de bem-estar existencial, este lança mão dessas faculdades-ferramentas.
O martelo e o serrote se fazem úteis, desde que haja quem os utilize, sabendo, e o faça com determinação e afinco.
A imaginação não deve ser confundida com fantasia.
Enquanto a imaginação, ativamente, visualiza o que se quer e planifica ações realizadoras para se alcançar objetivos, a fantasia, por sua vez, de modo passivo, traveste os pensamentos de quadros prontos, para consumo imediato, e retém, distraidamente, quem lhe dê ouvidos, e lhe furta a disposição para qualquer outro compromisso.
Dentre outros muitos, os games exemplificam como é que alguém fica retido na sua curtição.
Dissipado o quadro fantasioso, que se apresenta relativamente pronto e acabado, dele fruídos os prazeres ilusórios e momentâneos, retoma-se os quefazeres do dia a dia, sem outra preocupação que diga respeito ao que foi fantasiado, pois não há nada a ser laborado, nada mais a ser realizado. A fantasia, mesmo que momentaneamente, se consumou.
Fantasia não contempla realidade a ser construída.
Geralmente as fantasias vêm recheadas daquilo que a sociedade nos induz a acalentar, segundo estereótipos padronizados, criados pela propaganda, pela moda, pela sensualidade, pela erotização em tudo, assim como apelos ao consumo, seja de coisas ou de ideias, ou os protótipos de homens e mulheres de sucesso, financeiramente emancipados, sempre bonitos e sorridentes.
As imagens, símbolos, mensagens chegam elaboradas segundo seus propósitos, não convidam a que se perceba seus significados. Se estão carregados de valores ou de desvalores que transmitem subliminarmente e geram conflitos emocionais, por exemplo.
Prima-se pela aparência das coisas, que geralmente encantam, qual o “canto da sereia”, e mascaram o vazio, a futilidade ou interesses outros, mas colhem em suas redes as mentes desatentas.
Nada contra utilizar um pouco de fantasia vida afora, porém com a dose certa, para aumentar a possibilidade criativa.
A fantasia, ilusão que é, não se projeta para ser realidade; a imaginação, sim!
Nessa teia do faz de conta, perceba-se que uns sonham, e outros, são meros executores desses sonhos alheios.
O que pensamos, o que fazemos, como nos vestimos, o que comemos, onde vamos, até trejeitos, absorve-se dos outros, se não assumimos firmemente nossa individualidade, nossa identidade, e forjamos o nosso modelo de vida.
Terceiros formatam o mundo social, em cujo modelo muitos se enquadram docilmente. Esses misturam-se, sem identidade, no mesmismo, quer seja para contentar aqueles que estão no entorno, para ser aceito em certo grupo, para não precisar pensar (basta copiar), porque é comum e muitos fazem ou usam e várias outras explicações…!
Quem age assim, desidentifica-se de si mesmo, assume o que os outros são e acaba conflitado, por confundir-se com o que se é com o que aparenta ser, e com o que os outros querem que seja.
Qual um espelho que reflete imagens de muitos, menos a sua própria.
Ou, ainda, isso se parece como um passageiro acomodado no banco de trás de um carro, de olhos vendados, conduzido não se sabe por quem, nem para onde é levado.
Sem a figura metafórica dessa citação, quem se exporia a uma circunstância assim, de fato?
Se para um passeio pela cidade, se evitaria essa prática, por que se permitir agir assim para com a própria vida, quanto ao seu viver, absolutamente tão mais importante?
Ocorre que esses modelos existenciais, mesmo se ocasionais, acolhidos, que não são nossos, são fugidios, pois ilusórios. Preenchem, mas não satisfazem; acontecem, mas não realizam; projetam imagem, mas não de quem se é realmente.
Ao se pensar no que se é e gostaria de ser, surge naturalmente o convite para buscar saber quem se é.
Essa disposição leva, de imediato, ao reconhecimento básico de que se é um indivíduo, distinto dos demais, que pode e deve ter ideias, gostos, propósitos próprios.
Não se deixar iludir com “ovos de cuco”.
“Chocando ovos de cuco”, simboliza aquele que ao invés de desenvolver suas próprias ideias, reproduz ideias de outras pessoas como se fossem suas.
A fêmea do cuco, quando próxima de pôr seus ovos, sai em busca de ninhos para que possa ali fazer suas posturas – são verdadeiros parasitas.
A ave dona do ninho choca o ovo de cuco, o filhote intruso nasce e é criado como se fosse filho legítimo da ave enganada. Mesmo o filhote de cuco ser muitas vezes maior que o da ave que o criará, mesmo assim, ela cria o bebê usurpador e “jura de pé junto” que o filho é dela.
A fantasia derrama seu deleite passageiro, deposita ovos-ideias alheias, parasitárias, que inflam e dão falsa sensação de saciedade que, qual balão cheio de ar, qualquer objeto pontiagudo, ou qualquer dissabor, faz estourar. O que parecia ser tudo, revela-se nada.
Deixa como resíduo o vazio existencial, por ausência de valores com significado robusto de importância, que dão substância no presente e sustentam para o futuro, que chegará, inclusive para os indivíduos distraídos, incautos.
O esforço pessoal, por sua vez, é premiado com a satisfação das conquistas alcançadas com as próprias mãos.
Faz reconhecer-se útil, com razão para ser e agir continuadamente.
Desfeita a fantasia, desfeito os prazeres.
Uns pensam e sentem; outros sentem sem pensar.
Sem fantasia, sem rumo próprio.
Quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve.
A vida fica, então, entregue ao sabor das ondas, da direção que o vento determinar.
Embarcação sem porto de destino, nenhum vento lhe será favorável, nenhuma maré lhe será a melhor, não terá ponto de chegada para festejar, nem a sensação agradável de missão cumprida.
O poder dos ventos e a força da gravidade exercidos pelo Sol e pela Lua, geram as ondas do mar e o movimento das águas, que se movem em diversas direções.
Ao invés de se considerar o mar e suas ondas apenas paisagem para ser apreciada, proveitoso também, com o poder da mente, imaginar-se ser o vento.
Aplicar a força de vontade própria, como se fosse a força da gravidade, para, diante do existir, provocar as próprias ondas.
Elas seguirão para destinos-praias previamente visualizados, e darão movimento ao grande mar interior do autodescobrimento, evoluindo em todos os quadrantes, preenchendo a extensão do existir pessoal.
Assumir-se de vez por todas!
O carro da vida pede um motorista que saiba dirigir, saiba para onde vai, esteja no controle e assume a condução.
Uma casa a ser edificada, antes do material de construção ser selecionado e mão de obra ser contratada, pede propósito, projeto e planejamento.
Imaginar é criar!
Sem imaginação não teremos intenção, não despertaremos a vontade, não tomaremos decisão no plano mental, não adotaremos perseverança e constância no plano físico, no existir de todos os momentos.
Onde houver vontade, há caminho. O difícil de hoje é o fácil de amanhã.
No dizer do psicanalista Viktor Frankl: ‘Quem tem um ‘porquê’ enfrenta qualquer ‘como’.
A imaginação é uma faculdade própria dos homens, como o é entendimento, os sentimentos e a memória, e podemos e devemos usar todas as faculdades segundo o nosso intento.
A imaginação amplia visão, potencializa a mente, enfrenta o impossível. É como um braço extra, com o qual se pode alcançar e agarrar coisas, que, sem ela, não seriam percebidas como existentes, realizáveis, e ao nosso alcance.
Tudo isso está ao alcance de um passo em direção ao nosso mundo íntimo. Basta querer, com intensidade.
George Bernard Shaw, reconhecido romancista irlandês, anotou: “Você vê coisas e diz: Por quê?; mas eu sonho coisas que nunca existiram e digo: Por que não?”
Muitos antes dele viram a maçã cair, mas foi Newton quem questionou por quê? e, logo depois, por que não?
Afirmar à uma criança que na semente de laranja dorme um laranjal inteirinho, ela nos olhará com total incredulidade.
Os degraus da vida não são subidos com os pés, mas com a mente.
Abrir a mente para conhecimentos novos é predispor-se ao desenvolvimento da felicidade, que tem residência fixa no coração de cada ser, e aguarda permissão para manifestar-se, agir e fazer a diferença tão sonhada.
As realizações pretendidas pedem empenho e dedicação, aptidão e perseverança, para serem concluídas.
A felicidade pede apenas oportunidade de ser, pois já é.
Como a luz que está, e quando buscada, é.
Ao se olhar o topo da montanha que se deseje alcançar, a distância entre o vale, rés do chão, e o cume, é o exato tamanho da luta a ser empreendida para a sua ascensão.
Os passos nessa direção decorrerão de escolhas. Vontades fortes traduzem-se em atos.
Desejar e querer, apesar da aparente semelhança, não significam a mesma coisa. O desejo vê obstáculos, enquanto o querer, a vontade, vence-os. Uma almeja, outro faz. Entre o querer e o fazer, a ponte-vontade firme transpõe o vazio, é que permite o alcance da margem onde está a conquista, a plenitude.
Autodescoberta de si próprio é o caminho da plenitude. Amplia a consciência e revela o que e quem somos.
Para quem ainda não se tem propósito certo, Sidarta Gautama, o Buda, diz: “seu propósito na vida é encontrar um propósito e dedicar a ele todo o seu coração e a sua alma”.
É um bom propósito encontrar um.
Quem não tem missão, propósito, razão de ser, não tem imaginação, nem vontade nesse sentido, pois não tem sentido, não tem rumo.
Falta-lhe um porquê! Busque despertar para a vida.
Encontrando a nós mesmos, tudo o mais nos virá por acréscimo, no devido tempo.
Não desistir, descoroçoar diante de propósitos de vida assumidos, por mais difícil que pareça ser a caminhada.
A essência existencial de cada ser formata o padrão em que a consciência própria vibra.
Acompanhemos, com vibração positiva, nosso existir, nosso pensar, nosso sentir, nosso agir, nosso falar. Sejamos os melhores parceiros de nós mesmos, antes mesmo de escolher parceiros reais para trilharmos o caminho afora!
Outra vez: sejamos nós mesmos, sabendo.
Conscientizar-se de quem é, onde está e onde quer chegar, são as coordenadas do mapa que levam à estância do ser sempre feliz, onde reside a plenitude.
Em nossa caminhada, visualizemos para além da curva da existência o “onde queremos chegar”, insuflemos ali vida e vigor abundante.
Imprimir-lhes significado de completude que estimule nossos porquês no agora, e tire-nos da paralisia espiritual, que impede a renovação moral para melhor e o progresso d’alma sempre.
Determinar nossos sentidos naturais quanto a direção imaginada, para que, como um todo mente-corpo que somos, tudo conspire a nosso favor, a partir de agora.
Sempre ouvir a voz do coração, como guia seguro que é, para mais tranquilamente se chegar no lugar traçado para o “vir a ser”, então já idealizado na mente, sob os auspícios do coração!
Não perder de vista onde se quer chegar.
Dotar o como fazer de todos os recursos, habilidades e disposição necessários.
Com um passo de cada vez, seguir com segurança de quem sabe o destino, com ousadia decorrente de quem pode e sabe caminhar por conta própria.
Manter atenção e mente desperta, ciente de que a certeza se robustece na medida em que avaliações constantes e revisão dos passos, indiquem se estar roteiro certo, e o mapa mental atualize os registros, a cada momento, de onde se está e onde se almeja chegar.
Prosseguir com destemor e humildade, próprio de quem não despreza quem possa auxiliar e contribui para o êxito da jornada.
Reconhecer que não é infalível e que precisa contar com o Guia Maior, que tem a informação dos melhores caminhos para cada coração pulsante na Terra e no Universo.
Imaginemos estados desejados de: – saúde, relacionamentos harmônicos, ascensão profissional, equilíbrio emocional, satisfação afetiva, encontro com a paz, descoberta vocacional, melhoria espiritual, integração com a fonte de equilíbrio e sabedoria, sintonia com a Consciência Cósmica, iluminação interior, de plenitude e pertencimento.
Imaginar e, com vontade férrea, fazer acontecer.
Desistir, jamais! Esforço, sempre!
Empenho, especialmente para superar obstáculos, domar adversários internos: preguiça, desânimo, medo, rotinas anestesiantes, distrações e concessões desfigurativas, atalhos indicados pela pressa e ansiedade.
Dar preferência, quanto a nutrição da alma, a alimentos como autoconfiança e esperança.
Enriquecer-se com bem-estar por uma vida saudável.
Com determinação e cadência, manter passos adiante, e lembrar que a bicicleta se equilibra no movimento, as pernas se fortalecem com o exercício dos passos, a mente se expande com cada conhecimento novo.
Não deixar a vida passar despercebida.
Se fazer presente no próprio existir diário, com mente e coração ativos, despertos pela atenção em cada pensar, sentir, ação, palavra.
Onde estiver nossa atenção, ali estará nosso coração.
A vida, a começar do Universo, é ação, é dinamismo, é movimento.
O caminho se manterá sempre aberto, existente, desde que haja o caminhante a caminhar sem cessar.
Se acaso encontre uma situação onde você não esteja confortável com suas atitudes, acalme-se e dentro de pouco tempo perceberá novos caminhos que poderão levá-lo a uma outra forma de ver o que lhe incomoda e, dessa maneira, modificar suas posturas antigas, por novas muito mais interessantes, para lhe dar a calma que necessita, para viver e viver bem.
O que nossa mente formula e alimenta com intensidade, mais dia menos dia, se materializa no mundo.
Como dito pelo poeta Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
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