Tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida. – Viktor Frankl
Ao tempo em que o ser humano, através da pesquisa científica, traz à luz conceitos tão especiais como a relação entre tempo e espaço; teorias que demonstram matematicamente através da física, com cálculos bastante complexos, a existência de planetas; e outros espetaculares avanços que demonstram a capacidade da mente humana, que avança para a largueza dos horizontes cósmicos para o ser, e descobre a estrada interior que nos leva ao encontro da plenitude, a medicina, ao seguir o exemplo das demais ciências, identificou os chamados químicos da felicidade, por exemplo.
Se apresentam assim: a dopamina, que é estimulada ao se dormir regularmente e ao se fazer exercícios; a oxitocina, estimulada com a meditação, com a generosidade; a endorfina, estimulada enquanto se dança, se canta, e sempre que se sorri com alegria; e a serotonina, que estimulamos ao sermos agradecidos, ao nos integrarmos em a natureza e melhor e mais sabiamente desfrutarmos dos seus benefícios. São atitudes que felicitam. Nossa mente e nosso corpo registram este estado alcançado.
No mesmo instante em que pensamos “Sou feliz”, um mensageiro químico transforma nossa emoção, que não tem nenhuma existência sólida no mundo material, numa partícula de matéria tão perfeitamente afinada à nossa intenção, ao nosso desejo, que todas as células de nosso corpo, literalmente, ficam conhecedoras dessa felicidade e a compartilham.
O fato de termos a possibilidade de falar a 50 trilhões de células na linguagem que elas entendem, começou a ser compreendida, na década de 70. Iniciou-se uma série de importantes descobertas, centralizada em uma nova classe de substâncias químicas instantâneas, chamadas neurotransmissores.
Como o próprio nome diz, essas substâncias transmitem impulsos nervosos; atuam em nosso corpo como “moléculas comunicadoras” através das quais os neurônios podem falar com o resto do corpo. Os neurotransmissores são os maratonistas corredores que partem e voltam ao cérebro, sem deixar de se comunicarem com todos os órgãos e sistemas, e transmitir-lhes nossas emoções, desejos, lembranças, intuições e sonhos. Nenhum desses eventos fica apenas no cérebro.
Do mesmo modo, nenhum deles é estritamente mental, já que podem ser codificados em mensagens químicas. Os neurotransmissores tocam a vida de cada célula. Sempre que um pensamento quer se formar, essas substâncias químicas também precisam agir, porque ele não pode existir sem elas.
Pensar é praticar química cerebral, que promove uma cascata de respostas através do corpo.
Ao vitalizarmos o bem-estar, enriquecemo-nos de bem-estar.
Ao caminharmos pela história do pensamento humano, encontramos essa mesma ideia manifestada e defendida ao longo das eras, como, por exemplo:
Décimo Júnio Juvenal (60 a 127 d.C) poeta e retórico romano, autor das Sátiras, citou em seu poema: Mens sana in corpore sano (uma mente sã em um corpo são).
Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo, é lição de Buda.
Em Provérbios (23:7), no Velho Testamento, está dito: Como o homem pensa em seu coração, assim ele se torna.
Mais remotamente, lemos em Brihadaranyaka Upanishad IV, 4.5:
O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
O que for o teu desejo, assim será tua vontade.
O que for tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino.
No entanto, se essa regra de ouro para um pensamento saudável, que estimula o equilíbrio, o bem-estar, a saúde, pela química neuronal das atitudes felizes, for guiada para a polaridade contrária, carregará de negativismo o pensamento, o que caracterizará as próximas atitudes com tudo o que não for harmônico para o bem-estar da criatura. Atitudes como a de remoer problemas, que nos enjaula com eles, sem ação solucionadora efetiva; como a de admitir a ansiedade, o medo a solidão, e teimar em manter as suas (falsas) razões, é valorizar o desvalor e aumentar a força de ação com os seus correspondentes efeitos prejudiciais, disposto a se manter estacionado nas angústias, nas perdas e em outros pontos de vistas incômodos, sem disposição para a real busca da solução.
Sirva-nos de alerta que o estado psicológico da ansiedade, medo, solidão, dentre outros, se faz o caldo propício para a instalação da depressão, que chega insinuante e insensível, para logo paralisar pessoas ativas-válidas, e empurrá-las para o desespero interior.
Do mesmo modo, então, todas as células vivenciarão o estado angustioso, o estado depressivo, o que caracteriza, em profundidade, doença na alma, que se manifestará no comportamento.
Injustiças, perseguições, calúnias, traições e outros tantos desvarios humanos causadores de problemas e transtornos de variada ordem, existem.
Aceitar-lhe os petardos, vincular-se-lhe às faixas vibratórias de baixo teor, e ali permanecer, raivoso, odiento, com desejo de revide, é alimentar o mal sofrido, ou o problema criado, no entanto, isso se dá por opção de quem não se resolve por preservar a saúde ou não deseja crescer emocionalmente.
O que pode mudar nossos corações, nossos pensamentos, pode mudar nosso destino
O notável físico teórico, Albert Einstein, nos diz que os problemas significativos com os quais nos deparamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando eles foram criados. Enquanto isso o grande poeta Mario de Andrade ensina em seu canto: O passado é lição para refletir, não para repetir.
Vamos assumir novos propósitos para o nosso viver e nos transferir do estado indesejado, para plano onde a harmonia tenha vida própria e dite o ritmo harmonioso das emoções.
Busquemos aprendizados novos, edificantes, e adotemos nova maneira de ser, com a riqueza clarificadora de novo pensar, novo sentir, e esses tormentos se apequenam e se diluem, desaparecem, a partir do momento em que deixam de receber os alimentos de manutenção pela ideia fixa e mediante desejo de revidar, de sofrer, de ser vítima…
A desvitalização de problemas requer uma força de vontade direcionada pela intenção de vencer a si mesmo, que é condição para se seguir o rumo eleito.
Maulana Jalaladim Maomé, também conhecido como Rumi, poeta, jurista e teólogo sufi persa do século XIII, registrou sua lição: Quando você começa a caminhar, o caminho aparece.
E quanto a solução dos problemas existenciais em geral, o mesmo poeta, Rumi, nos convida a refletir: Talvez você esteja buscando nos galhos o que só encontramos nas raízes.
As raízes de uma árvore estão fincadas no interior do solo.
Nossos valores ou mesmo desvalores, estão em nossa intimidade.
Assim, ouçamos Carl Jung, o reconhecido psicoterapeuta suíço, que nos mapeia o caminho citado por Rumi: sua visão se tornará clara somente quando você olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Se nos reconhecemos teimosos, mudemos sem demora.
Se nos vemos ranzinzas, alteremos nossa forma de ser.
Se nos identificamos orgulhosos, egoístas, arrogantes até, deixemos de alimentar posturas destrutivas, inclusive em nosso entorno, com nossos amores.
Se nos sentimos tristes, pessimistas, ansiosos, tementes, angustiados, por que assumir estados que adoecem?
Armazenar ressentimentos, mágoas, é sobrecarregar a mente, o coração e o corpo com miasmas pestilenciais.
Lição simples e de grande oportunidade de Santo Agostinho: Conhece-te, aceita-te, supera-te.
Concluímos que o destino não é uma questão de sorte, é uma questão de escolha. Não é algo pelo que se espera, mas algo a se alcançar, pelo esforço próprio, pela nossa capacidade de reação diante dos reveses da vida.
Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos! Nossas células estão constantemente a bisbilhotar nossos pensamentos e a assumir o teor dos mesmos, modificadas por eles.
Um surto de depressão pode arrasar nosso sistema imunológico; apaixonarmo-nos, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.
A alegria e a realização, nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.
Nossas células estão constantemente em processo de experiências e metabolização, em consonância com nossos pontos de vista pessoais, nossas crenças, nossos valores, nossas práticas, nossas emoções.
Podemos alimentar tanto um polo como outro. O bem como o mal-estar.
Com o nosso poder de escolha, optemos, em nosso viver, pela saúde, pela paz, pela luz que clarifica mente e coração.
Usemos nossa habilidade em escolher um pensamento ao invés de outro.
Ter pensamentos de coragem, poder, inspiração e harmonia para substituir os de fracasso, desespero, ausência, limitação e discórdia nos capacita transformar perda em ganho, medo em coragem, desespero em gozo, esperança em frutos.
Assim a vida terá novo significado e as oportunidades para as quais éramos cegos até então serão possibilidade de nova atitude que o pensamento bem direcionado nos proporcionará.
Trabalhe em suas qualidades fortes e torne-se resplandecente como o rubi. Pratique a abnegação e aceite a dificuldade, recomenda-nos Rumi.
Se queremos uma nova história pessoal, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.
A maior descoberta de minha geração é que o ser humano pode alterar a sua vida mudando sua atitude mental, destacou o filósofo e psicólogo americano, William James.
Se inconscientemente criamos doenças, agora que temos ciência de nossas possibilidades pessoais edificantes, modifiquemos nossas atitudes e passemos a criar, conscientemente, um sólido estado de saúde.
Mudança é constante no Universo.
O grande ativista pelos direitos humanos, Martin Luther King, que enfrentou os mais agudos problemas e perseguições, até ser assassinado pelas mãos covardes da intolerância, pregava que a verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.
Problemas todos os temos. Permitir-lhes supremacia em nossas vidas, é de nossa livre escolha.
O desafio está em reconhecer cada problema em sua verdadeira grandeza, e dedicar-lhe zelosa atenção até sua solução, cientes que eles fazem parte da vida, mas não são a vida em si mesma.
Dia encoberto por nuvens não deixa de receber a assistência do Sol.
Noite chuvosa continua a contar com presença das estrelas, mesmo que não vistas.
Desistir, jamais!
A escuridão da noite não passa da meia noite. Num átimo de tempo e já rompe um novo dia, que logo vai raiar, esplendidamente. Nada nem ninguém retém o alvorecer que traz em suas mãos esse novo dia, repleto de oportunidades, inclusive de soluções.
Quando se anuncia o outono, as árvores se veem despidas de suas folhas e frutos. Ao olhar de alguém sem o cristalino da esperança, é a representação da débâcle, da derrota diante da invernia da vida. Porém, para a árvore é apenas o momento da transformação em que suas folhas retornam ao solo para revigorar sua seiva. O processo lhe dará sustentação durante a espera da chegada da primavera, a qual acena para as persistentes árvores como a confirmar que está por aguardar as vitoriosas, as que permanecerem fiéis e destemidas.
Quando desse reencontro esperado, a primavera, então, lhes brindará com o encanto de novo ciclo existencial, agora árvores mais fortes e amadurecidas, portadoras das experiências de quem tudo suportou e esperou confiante, e emoldurar-lhes com folhas viçosas, flores perfumadas, e logo mais, frutos saborosos e nutritivos, que já estão em gestação.
Não há ruína nem ruptura. Apenas transição das estações, das fases da vida.
O exemplo nos leva a jamais esmorecer!
Mudemos para melhor, e nos disponhamos a sair de pronto do lamaçal do desencanto, do desestímulo, do emaranhado da mente confusa.
Rumemos em direção à luz, qual flor de lótus, que surge da profundeza do pântano, e paira sobre ele, resplandecente e altaneira em sua glória de superação, disposta sob os raios do sol, qual símbolo da esperança. Tudo lhe era adverso, desde o seu nascimento. Mas a flor de lótus “sabia” que sua razão de existir a levaria para pairar por sobre todas as adversidades.
Bastava-lhe seguir o fluxo da vida.
Tanto a árvore como a flor de lótus, nos lecionam lição comum: se reconheceram pertencentes à Vida Maior, e se entregaram, ambas, à perfeita condução da Inteligência Cósmica, que está em tudo, e todos estamos nela integrados.
Fé é o equilíbrio entre o saber e o sentir.
Confiemos!
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Projeto INOVE – a vida sob novo prisma
@PROJETOINOVI
Sensacional reflexão!! Sensacional!! Citações verdadeiras! Obrigada. Abraços