Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, ocidentais e soviéticos passaram a delimitar o território europeu em “zonas de influência”.
Como a Alemanha havia sido libertada do jugo nazista tanto por membros do que seria o “bloco ocidental” (isto é, EUA e Reino Unido, sobretudo) quanto por soviéticos, o território do país foi dividido, criando-se dois novos países: a República Democrática Alemã, pertencente à zona de influência soviética, e a República Federal da Alemanha, que ficou sob a zona de influência ocidental.
O problema é que a capital, Berlim, ficava na parte oriental, portanto, sob a zona soviética; mas, sendo capital, uma parte dela também deveria pertencer aos ocidentais, ao bloco dito “capitalista”, e assim foi feito. Todavia, isso gerou uma ameaça para os soviéticos, pois, apesar da divisão, havia um trânsito muito grande de pessoas de um lado para o outro da cidade. Consequentemente, os valores e benesses do “mundo capitalista”, como liberdade de consumo e de expressão, acesso a produtos industriais e culturais, etc., acabavam por “contaminar” o enrijecido padrão de vida imposto pelo comunismo soviético, no lado oriental da cidade.
Decidiu-se por construir um muro, para separar e controlar a circulação.
O muro passou a ser erguido em 1961, mais precisamente na madrugada de 12 para 13 de agosto daquele ano, quando soldados da Alemanha Oriental começaram a divisão entre os dois lados da cidade, utilizando estacas e arame farpado. Dois anos depois, toda a sua estrutura já estava pronta, incluindo as guaritas espalhadas por vários pontos, que passaram a ser ocupadas com soldados fortemente armados, com ordem de metralhar quem tentasse transpor as fronteiras do muro.
A partir de agosto de 1961 e ao longo de 28 anos, a Alemanha viveu dividida pelos 155 quilômetros do então chamado Muro de Berlim (Berliner Mauer), que separava o país e as famílias em duas partes, simbolizando o que se denominou Guerra Fria.
Coincidindo com a derrocada política e econômica da ditadura na URSS, o Muro de Berlim foi euforicamente derrubado pela população em 9 novembro de 1989, ápice da insatisfação dos que viviam na porção oriental.
As principais palavras de ordem eram “Nós somos o povo!” e “Gorbi! *Gorbi!”, em referência ao secretário-geral do Partido Comunista Russo, Mikhail Gorbatchev, responsável pela Glasnost e Perestroika (transparência e reconstrução) do país.
O muro de Berlim – símbolo da divisão do mundo – foi derrubado, permitindo o reencontro de familiares e amores, além da consolidação de uma Nação, com soberania sobre o seu próprio território, terra de um mesmo povo.
Sem barreiras de qualquer espécie, como um portal do triunfo, por onde circula a liberdade e onde somente pedestres têm acesso, o Portão de Brandenburgo foi escolhido como símbolo da reunificação alemã.
Ele protagonizou uma ligação entre os dois mundos impostos aos filhos de uma mesma Nação, uma espécie de ponte transpondo o precipício da ignorância de uns poucos, se sobrepondo ao sonho de muitos.
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A construção do Portão de Brandenburgo, que foi ordenada pelo rei da Prússia Friedrich Wilhelm II como um símbolo de paz, ocorreu entre os anos de 1788 e 1791. Projetado pelo arquiteto Carl Gotthard Langhans, o portão foi inspirado no Propylaeum, a entrada da Acrópolis em Atenas na Grécia. A quadriga, carruagem conduzida por quatro cavalos e originalmente guiada por Eirene – a deusa da paz, foi desenhada por Johann Gottfried Schadow e colocada no topo do portão em 1793. Em 1806, durante a ocupação de Berlim pelos franceses, Napoleão manda levar a quadriga para Paris. Oito anos mais tarde quando Napoleão é derrotado, a quadriga é recuperada e trazida de volta para Berlim, onde recebeu uma cruz de ferro (que foi uma condecoração militar instituída pelo rei da Prússia, Friedrich Wilhelm III) com uma águia prussiana no topo, simbolizando assim a vitória. Ao mesmo tempo a praça onde o portão se encontra recebeu seu atual nome – Pariser Platz (Praça Parisiense) – e a estátua na quadriga é chamada de Vitória, a designação da deusa romana da vitória.
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Não somente os jovens, em sua grande maioria, que na noite de 9 de novembro de 1989, romperam a barreira-símbolo da intolerância e prepotência de governos sobre o povo, pondo o muro da vergonha abaixo, e fizeram a diferença, mas outros personagens da história de então, quando escreveram nova página com feitos notórios, especialmente Gorbatchev.
Atitudes fazendo a diferença.
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Uma historieta para ilustrar.
Era uma vez um escritor que morava em uma tranquila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
– Por que está fazendo isso?, perguntou o escritor.
– Você não vê?, explicou o jovem. A maré está baixa e o Sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia.
O escritor espantou-se e argumentou:
– Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor e disse:
– Para essa aqui eu fiz a diferença…
Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir.
Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
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Faça diferença na vida de alguém hoje. Uma palavra de estímulo, um simples sorriso, um gesto amigo, um pequeno elogio é algo que com certeza vai ser importante para ele… e para você.
O tempo de agora é de se construir pontes, não muros.
Esse é o grande desafio da vida nova. Ser um construtor de:
Ponte para a amizade.
Ponte para a fraternidade.
Ponte para solidariedade.
Ponte para a humildade.
Ponte para simplicidade.
Ponte para a tolerância.
Ponte para o perdão.
Ponte para o autoperdão.
Ponte para a integração.
Ponte para o diálogo.
Ponte para o entendimento.
Ponte para a união.
Ponte para o êxito.
Ponte para o amor.
Não tenha medo de ser quem faz a diferença, de quem olha o mundo sob novo prisma, de quem vive e experiencia a vida com a mente enriquecida de valores novos para você, apesar de antigos, porém verdadeiros.
Já foi dito que assim como a vírgula pode mudar uma frase, uma simples atitude pode mudar uma história.
Aceite o vento das mudanças que hoje areja o seu mundo íntimo, que vem para levá-lo ao encontro dos seus sonhos, há tanto tempo acalentados e silenciados pelas adversidades aparentes, pelo receio das incompreensões.
É impossível haver progresso sem mudança e, quem não consegue mudar a si mesmo, não muda coisa alguma, afirmou George Bernard Shaw, dramaturgo, romancista, contista, ensaísta e jornalista irlandês. Cofundador da London School of Economics, foi também o autor de comédias satíricas de espírito irreverente e inconformista
Não sei se você já se deu conta de que pensa e age segundo suas crenças e valores, mesmo que não sabidos por você.
As crenças são generalizações que fazemos a nosso respeito, acerca de outras pessoas e do mundo ao nosso redor. Elas são os princípios que orientam nossas ações e efetivamente formam nosso mundo vivencial.
Num mesmo contexto, envolvendo diversas pessoas, constaremos reações diferentes, entendimentos, aproveitamentos e aplicações diferentes. Tudo se dará segundo esse mundo pessoal, formado pelas respectivas crenças e valores de cada um.
A crença é essa convicção que anima o homem e o arrasta para seus objetivos.
Logo, se pode deduzir que, mudando-se certa crença, muda-se o horizonte. Outro, então, poderá vir a ser o ideal, aquilo pelo que empreguemos nossos melhores esforços.
Sendo assim, porque não reexaminarmos nossas crenças, avaliando-as, enriquecendo aquelas que estruturem o alcance do futuro melhor que idealizemos, e permitindo mudanças nas velhas crenças, adequando-as quanto necessário, sem medo de abrir mão totalmente dessa ou daquela, caso se apresente como muro impeditivo de alcançarmos êxito pretendido?
Há os que se queixam do vento. Os que esperam que ele mude. E os que procuram ajustar as velas, ponderou William G. Ward, profícuo e reconhecido escritor inglês, que viveu em Londres, Inglaterra. Nasceu em 21 de março de 1812, e faleceu em 6 de julho de 1882.
Não pautemos nossos objetivos, aguardando manifestação do acaso para agir.
Contrariamente, busquemos compreender a ordem subjacente do mundo, e, por certo, sentiremos a força da Criação em nós mesmos, impulsionando-nos para frente, dando-nos novos horizontes.
Partamos para realizações construtivas das pontes que nos oportunizem tempos novos e melhores dias.
O renomado escritor, poeta, jornalista e crítico literário francês, Théophile Gautier, considerou: O acaso é, talvez, o pseudônimo de Deus, quando não quer assinar.
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Não titubeie. Faça a diferença.
Deixe-se envolver pelo estímulo de construir ponte que o conduza para a neutralização de todo sentimento contrário à vida, plena e abundante, prometida à nós pelo maior vencedor do Mundo!
Não faças da vida um rascunho, poderás não ter tempo de passá-la a limpo, escreveu o renomado poeta, tradutor e jornalista brasileiro, Mário Quintana.
Aceite e desafio em sua vida: derrubar muros de mágoas, incompreensão, inimizades, orgulho, vaidade, intolerância, arrogância, e construir pontes que aproximam e estreitam laços duradouros de estima e respeito.
Faça o melhor!
Faça a diferença!
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