COMO ENTENDER A ANSIEDADE

O pensamento é o ensaio da ação. – Sigmund Freud

Viver no presente e usar as ferramentas para dirigir nossa mente, auxilia a não temer o futuro e também a não se manter preso ao passado.

Na atualidade há informações em número muito maior do que podemos assimilar e isso nos causa estresse, se quisermos seguir todas.

Ninguém há que consiga pensar em demasia sem desequilibrar alguma área de funcionamento físico, psíquico ou emocional.

E o que acontece é que, para não fazer parte da epidemia que hoje atinge a maioria das pessoas, deveremos buscar saber dar conta do volume de nossos pensamentos, e selecionar qual informação vale ou não a pena escolher.

Quando conseguirmos controlar nosso pensar, deixamos de lado a ansiedade e nossa mente atuará equilibrada.

Viveremos em um estado de relaxamento, sem pressão, tornando-nos mais livres, emocionalmente bastante saudáveis, revertendo nossa atitude de esforço em felicidade!

Ter esse autocontrole não é tarefa simples, porque não temos muita habilidade e nem experiência em controlar nossos pensamentos.

Podemos observar em nossa sociedade crianças que se especializam em hiperatividade, por estarem expostas a doses absurdas de informações, sem oportunidade de serem crianças de verdade. Não passam pelas vivências, brincadeiras e não têm tempo reservado para abstrair. Como formarão os seus valores para a vida no futuro?

Vemos também adolescentes insatisfeitos, despreparados e incapazes de lidar com suas decepções, como se fosse proibido se frustrar, acreditando que isso lhes causa desequilíbrio.

Os adultos, por nossa vez, sobrevivemos completamente soltos entre passado e futuro, como bola em partida de tênis, onde o presente é representado pela rede, esquecidos de vivê-lo como deveríamos.

Não importando a idade, a quase totalidade de nós não aprendemos a gerenciar nossos pensamentos e deixamos a mente solta, tomando conta de nós.

A maior arma contra o estresse é nossa habilidade de escolher um pensamento ao invés de outro, ensina William James, um dos fundadores da psicologia moderna.

Essa desorganização de valores comportamentais produz ansiedade em alto grau, não permitindo que sejamos capazes de nos satisfazer, de relaxar, de termos alegria, e principalmente de entender que tudo isso pode nos mudar para melhor.

Se realmente desejamos proteger nossa mente dessa avalanche de estados indesejados, antes de qualquer outra atitude, devemos procurar compreender o nosso estresse e dar primazia em superá-lo de imediato, administrando-o.

Prestar atenção nas mensagens que nosso cérebro nos envia antes de nosso corpo adoecer profundamente, é uma atitude de autopreservação.

Enquanto exigirmos de nós mesmos, pensar muito além da possibilidade de nossos limites, nossa saúde declinará, assim como nossa criatividade ficará baixa, e agiremos na mesmice dos que não ousam se superar.

Cada vez mais irritados, inflexíveis e incapazes de ter um raciocínio normal, reagiremos negativamente à extrema tensão que nos impusemos, promovendo menor condição de agir corretivamente.

Ao permitir essa conduta comportamental, não seremos mais pessoas interessantes. Afetaremos profundamente os que se relacionam conosco em qualquer nível de afeição.

Quem conseguirá admirar alguém nessa condição, de quase desequilíbrio completo?

Muito raramente, alguém; porque cada um de nós tenta se autogerir, o que não é fácil, e aproximamo-nos dos demais, quer no âmbito profissional ou particular, para uma troca de valores, para uma soma de elementos positivo na experiência de vida. Se nada de bom tivermos para oferecer, ficaremos à margem dessas relações tão construtivas e enriquecedoras, como deveriam ser. Somos seres sociais e o isolamento só nos prejudica.

Afirmamos que o comportamento ideal é o de buscar antes sermos harmônicos, satisfeitos conosco mesmo, para depois dividirmos com outros o equilíbrio adquirido.

E para ser equilibrado emocionalmente, basta que nossa atenção seja dirigida para nosso interior, percebendo, nesse caso, o quê nos estressa e nos leva à ansiedade.

Há sempre causa para tudo o que sentimos: seja fobia, sentimento de culpa, mau humor, depressão, impulsividade, autocobrança exagerada, preocupação e apreensão constantes, esquecimento das coisas, entre outras. São todas muito perturbadoras, se não atendidas devidamente.

Prestamos atenção a tudo isso e a realidade aparece: não estamos bem! Buscamos ajuda médica e os rótulos das síndromes diversas nos são mostrados. Muitos chegamos à idade adulta, frustrados.

Essa frustração, muitas vezes inexplicável, nos bloqueia as percepções, impedindo buscarmos nossos sonhos, dificultando nosso contato com o nosso interior na busca do que nos incomoda, e certa irritação decorrente passa a ser uma constante desafiadora de nossa emoção, difícil de suportar… e de nos suportarem.

O nível da ansiedade sobrecarrega nossa capacidade de pensar e, por consequência, não conseguimos alterar nossa conduta, e, o inverso sendo verdadeiro, ficamos escravizados em um ciclo vicioso insuportável e destrutivo.

Vejamos se em algum momento já nos sentimos assim: de repente o medo se faz presente e tememos algo ‘sem saber o quê’ (temor inconsciente). A sensação momentânea é a de que não estamos bem! Não sabemos porquê. E identificamos que estamos longe de dominar tudo sobre o que pensamos… e sobre o que sentimos. Mas, para que essa situação se apresente assim, é porque já mantivemos por muito tempo em nossa mente, pensamentos perturbadores, os quais alimentamos cuidadosamente por bom tempo, sem saber que eram monstros destruidores de nossa harmonia íntima.

Remoemos sensações, e de vez em quando também sentimentos!

Isso eleva nossa angústia a um nível insuportável, a ponto de tirar nosso sono, aparecerem enxaquecas e ou compulsão por comida, por exemplo. Ou ainda, sentimos nossos músculos doloridos, nos mantemos inquietos.

Esse é o panorama da maioria dos angustiados.

Reunidos todos esses sintomas, o diagnostico será: ansiedade!

Em resumo: pensamento perturbador → desgaste cerebral → ansiedade → estresse cerebral → sintomas físicos desequilibrados → retroalimentação da ansiedade.

Permitindo que tudo isso aconteça, será que temos condição de nos modificar?

Porque um certo grau de ansiedade nos é benéfico, por permitir que nos mantenhamos estimulados, desejosos. Ela nos encaminha para um estado de curiosidade, e nos permite estar animados para novas descobertas ou realizações. Mas em demasia é uma de nossas piores condições emocionais.

Ficar atentos quanto a essa realidade descrita e buscar ajuda imediata é o melhor ato que faremos em relação a nossa cura.

Se procurarmos solução para os nossos grandes males físicos, sempre encontraremos, por detrás deles, impressões emocionais, que podem ser tecnicamente modificadas com simplicidade e rapidez… guardemos essa certeza.

Basta para isso, começarmos a não nos permitirmos o estado de infelicidade, de adoecidos, e a evitar continuarmos vivendo nesse estado limitado de visão da vida.

Sabemos que há muito tempo atrás já nos foi ensinado que devemos ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Se detectarmos ansiedade instalada em nosso comportamento, que sejamos flexíveis o suficiente para conosco mesmos e busquemos uma nova maneira de ver a vida de forma ampla e convincente, onde a observação do horizonte que nos circula possa nos trazer melhoria, com qualidade de vida e em abundância.

Projeto INOVE – Repositório de bem-estar

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