
A busca cessa, quando o que se busca é encontrado.
No recanto da paz não há depois, nem ali adiante. Você chegou. Você está. Não há o que pensar. Apenas provar, sentindo; observar, experimentando; desfrutar, se felicitando.
A quietude não é a paz, mas a paz traz quietude.
Quietude evoca silêncio; silêncio retrata o vazio.
Este vazio que falamos, não é um vazio a ser temido, mas um santuário a ser buscado.
Investigue e descubra por você mesmo a clareza que resta quando o murmúrio mental cessa; o silêncio que resta quando os ruídos externos se vão; a presença do presente que resta quando a atenção ao passado e ao futuro é abandonada.
É o esvaziamento da mente que permite que a presença do silêncio se revele.
Esvaziamento de julgamentos, da licenciosidade, do orgulho, da vaidade, da posse, da luxúria e da escravidão do sexo enlouquecido, dos pensamentos doentios, da ganância e de tantos outros ruídos existenciais e disfunções comportamentais com os quais atormentamos, deliberadamente, dia e noite, nosso pensar, nosso agir, nosso sentir.
Não se trata de eliminar o pensamento, apenas de remover todo o seu poder hipnótico.
Ou você controla os seus pensamentos, ou eles controlam você. Simples assim.
Aquele que observa a própria mente está livre da própria mente.
A mente é qual espelho da consciência.
No campo mental nascem os desejos, propósitos e aspirações, que estimulam o trabalho, a realização, ou, contrariamente, a dispersão de forças nos folguedos, na preguiça, nos costumes deprimentes etc.
Nesse mesmo campo, a inteligência age, dilatando as conquistas dos conhecimentos, da cultura, da evolução.
Ali a imaginação capta e fomenta as riquezas do ideal e da sensibilidade.
E a memória trabalha para arquivar todas as sínteses das experiências, da vivência.
Inteligência, imaginação, memória, são manifestações, características, funções da mente. Não estão separadas, manifestam-se conforme o momento, assim como as ondas são eventos distintos entre si, sem estarem separadas do todo: o mar.
No entanto, a vontade é quem governa os setores da ação mental.
Ela é o leme de todos os tipos de força de nosso conhecimento.
A vontade é o impacto determinante da ação. É o botão poderoso que decide o nosso movimento ou a nossa inércia.
No campo mental se produz a energia mental.
O cérebro é qual um dínamo de força.
No entanto, na vontade temos o controle que dirige essa energia mental nesse ou naquele rumo, e estabelece causas que comandam a formação dos destinos, causas das quais nascem as circunstâncias, felizes ou infelizes.
Você já deve conhecer as citações: o homem é o que pensa… Ou: mude seu pensar e mudará seu mundo…
Sem a Vontade diretiva, o Desejo pode se voltar para enganos, que exigirão longo tempo de reparação e sofrimento; a Inteligência, ao invés de ser ferramenta libertadora, pode aprisionar-se por erros comportamentais (com a mesma ciência se constroem ou bombas de cobalto em favor da saúde e da vida, ou bombas atômicas, para extermínio da vida); a Imaginação pode deixar de ser iluminativa promotora do belo, para gerar perigosos monstros existenciais nas nossas e nas mentes outras; e a Memória, não obstante exercer sua função de “registradora”, conforme a destinação que a Natureza lhe deu, pode cair em deplorável relaxamento quanto ao que guarde ou como guarde.
Só a Vontade bem dirigida é suficientemente forte para sustentar a harmonia do campo mental e a clareza da mente, propiciando à esta, assim, refletir com fidelidade a consciência, de onde nascem os rumos felicitadores.
A mente é o espelho da vida em toda parte.
Pense maduramente nisso.
A reflexão abre as portas da emotividade.
A emotividade sonha e plasma a ideia.
A ideia formata o sonho e determina a atitude e a palavra que comanda as ações realizadoras.
Sentir, se emocionar, desejar, pensar, fazer.
Manifestações do coração-cérebro. Sim, escritos juntos, pois, na prática existencial sentimento-pensamento caminham de mãos dadas, assim como mente-corpo. Um age e interage com o outro, e vice-versa, como um todo que são, e participam de tudo o que somos.
Coração e cérebro representam os elementos que geram a força do pensamento que tudo move, cria, transforma, destrói, constrói, refaz para aperfeiçoar e sublimar.
Aquilo que se cultiva no campo íntimo, que é o que nos propele com insistência às diversas realizações, constitui a nossa essência e legitimidade.
A água pura flui somente de uma fonte pura.
As ações de quem está integrado com a vida e bem viver, são sempre apropriadas a cada momento.
Conforme o pensar, o fazer.
Pensar é a essência do ser pensante que somos.
Valorizar a essência é ver o barro, não somente o pote; é ver o metal, não apenas o anel; é ver o papel, não só a escrita; é ver as causas, além dos efeitos; é ver a alma-coração-sentimento-razão, substratos espirituais que utilizam o cérebro, sem serem o cérebro.
Valorizar a essência é não permanecer preso às aparências, ao que parece ser; é estar atento ao que de fato é.
Quando o pensamento cessa, a clareza ali permanece, na essência, no permanente ser.
Sem clareza, não tem como enfrentar a contradição existencial – parecer e ser.
Clareza é o pleno conhecimento de ambos: o que parece ser e o que realmente é.
A única diferença entre uma moeda de ouro e o pó de ouro está na aparência, na forma. Em essência, qual é a diferença?
A chave da felicidade é simplesmente renunciar ao que não é essencial. É aprender a viver com e pelo que é primordial, mesmo que em detrimento do secundário.
Os desatentos vivem nas aparências, enquanto os que despertaram para a vida verdadeira, vivem na essência.
Ao se olhar em um espelho, questione-se: quem eu estou vendo? Quem eu estou me recusando a ver? Quem eu não estou deixando se apresentar para o viver? Quem sou eu?
De modo efetivo, não há necessidade de ver, obter, perceber ou descobrir qualquer suposta verdade anunciada pelos outros.
Deve-se, isto sim, ver, obter, perceber ou descobrir quem se é e o que se é.
Aquilo que se é, é a verdade essencial, a totalidade singular!
Quando todos os pensamentos, emoções e sensações são postos de lado, por um instante que seja, o que resta é a essência: Você!
Assim como você não pode conhecer a acidez do limão sem antes tocá-lo, você não pode conhecer sua condição essencial apenas pela razão. Ambos devem ser provados, percebidos.
Então, nesse aprofundamento em você mesmo, a intuição, que é sentimento e nasce no coração, sem palavras, sem imagens, sem nada, lhe dirá tudo.
Você se verá sem os olhos; se ouvirá sem os ouvidos; se perceberá, sem nada precisar conhecer, imaginar, criar, lembrar. Você será você quem é, sem nome, sem autoimagem, sem endereço, sem cidadania, sem idade, sem raça, sem posição social, enfim, sem nada que forme um personagem, um ego. Nada disso é você. Você é o que permanece, sem nada disso.
A cada definição sobre você, limita-o mais, mais define o que se parece ser.
A pessoa acaba por ser apenas uma aparência, um conjunto de rótulos, sem identidade, como o espaço dentro de um pote aparenta ter a forma do pote.
Momentaneamente, para uma vida de relações humanas, essas aquisições e escolhas representam você, mas não expressam você, obrigatoriamente. Aparentam você. Não revelam você.
Seriam quais as ondas do mar, que citamos acima: são notadas, mas não são vistas como o mar, o todo, que são em essência.
Onde queremos chegar com essas ponderações?
Simples, muito simples:
– Que você não fique preso às aparências e se resolva, equivocadamente, viver o que parece ser, e anule o que de fato você é!
A aceitação do que é, não é uma questão de vontade, pura e simples. É uma questão de reconhecimento, de aceitação de si mesmo, dessa realidade essencial que você é.
Anterior ao corpo, anterior à mente, anterior a todas as formas, rótulos, imagens, conceitos, costumes, nomes, há uma coisa, aquele que percebe todos os nomes e formas e tudo o mais, sem nada disso ser, para ser o que é. Você é isso!
No geral, as pessoas se emaranham nos galhos e nas flores, em vez de dar atenção à raiz. Pois a raiz aponta de volta para a semente, e a semente é a origem de tudo.
Experimente: quando as expectativas e os desejos são postos de lado, o fluxo natural é desimpedido. A vida suaviza, a facilidade surge e se está muito mais próximo da paz.
Não procure a paz lá fora, menos ainda pela posse de coisas ou em relação a pessoas. Ela está dentro de você e só depende de você!
A paz que é dependente das circunstâncias não é a paz.
A felicidade que depende das pessoas ou das coisas não é felicidade.
A verdadeira paz e a verdadeira felicidade são independentes do mundo, das demais pessoas, das coisas.
… A busca cessa, quando o que se busca é encontrado.
No recanto da paz não há depois, nem ali adiante. Você chegou. Você está. Não há o que pensar. Apenas provar, sentindo; observar, experimentando; desfrutar, se felicitando.
Escolha a paz!
Comece por ser paciente!
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