COMECE AOS 60

Grandes conselhos:

– A velhice é inevitável fenômeno natural da existência.

– A velhice aceita é menos velhice.

– A velhice acolhida é amiga jovial de todas as horas.

– A velhice bem vivida é anfitriã do estado saudável de ser.

– A velhice compreendida é abrigo seguro da harmonia!

Viver plenamente o agora, tornando o passado exemplo de erros e acertos que enriquecem todas as atitudes!

Não se pode reverter a linha do tempo do desgaste biológico, mas pode-se compreender essas ocorrências naturais, e adicionar-lhes elementos de reconforto, alegria, prazer em viver.

Isso faz parte do saber envelhecer.

Para se ter o bem-estar como sentimento sempre presente nesse ciclo existencial, é preciso mudar o pensar a respeito da velhice, que ensejará novos sentimentos, conduzirá a novos comportamentos, e provocará novas emoções.

Desde já, reconhecer que é indevido o entendimento e altamente prejudicial a aceitação, de que velhice é sinônimo de enfermidades degenerativas, disfunções orgânicas acentuadas, transtornos emocionais, fraqueza física e mental, desajustes sociais.

Isso tudo pode se manifestar em qualquer pessoa, independente de idade.

Não se deve aceitar nem invalidações ou invalidadores que teimam em associar velhice com período de sofrimento e amargura, ou como prenúncio da morte.

A morte faz parte da equação da vida.

A morte não escolhe idade.

E viver é mais do que estar vivo.

Morte não é antônimo da vida.

O contrário de vida é letargia, inércia, esmorecimento, desinteresse, prostração, indiferença.

Já o oposto de mortal é imortal, infindável, eterno, imorredouro!

Morte nada mais é do que ponte que transpõe a vida verdadeira para a outra margem da experiência do ser integral e imortal que se é, para ali prosseguir, fruindo suas realizações, ou falta delas.

A diminuição das forças orgânicas não é, obrigatoriamente, geradora de enfraquecimento dos pensamentos, emoções, do desejo de servir a amar.

Vida pede vivacidade, vivência ativa, animada.

Alimentar a tristeza contraria uma vivência equilibrada.

Viver com alegria, por sua vez, é revigorar forças físicas e psicológicas com permanente vitalidade que se espraia por todo o corpo, cujo fluxo de energia saudável ininterrupto se movimenta e alcança todas as células, beneficiando-as.

Coração que sorri, células que sorriem, corpo que se revigora.

Vigor não é atributo só de músculos, mas é substância energética que estimula a capacidade de imaginar, criar, fazer, realizar, experimentar, ensinar, exemplificar; também o viver construtivamente, com utilidade, resiliência, superação.

É o que leva sempre em frente o ser, de modo evolucionário, e o eleva em ascendência moral.

Atuar na vida e ter uma dinâmica positiva onde corpo, mente e espírito fornecem causas que se tornam efeitos e assim sucessivamente, para atingir um maior potencial de atuação.

Seja dada atividade e repouso ao corpo, dentro do que lhe seja necessário, mas a ação mental ordenada e rica de valores substanciais deve ser mantida, como estimulante à vida.

A história registra a contribuição brilhante ao mundo de muitos homens e mulheres que persistiram ativos e criativos, mesmo em idade avançada: Louis Pasteur, Thomas Edison, Nikola Tesla, Max Plank, Albert Einstein, Cora Coralina, Mario Quintana, isso para citar uns poucos, bem poucos dentre os múltiplos exemplos de longevidade atuante.

A qualidade do período existencial da velhice não está em função da idade, mas da disposição interior de viver e de participar dos desafios humanos, sociais, familiares.

A grande reformulação não está na mudança do mundo, mas em ser a mudança que se deseja para o mundo.

Não se fixar cansativamente na busca do falso rejuvenescimento.

Que o mais jovem suba a escada para consertar o telhado da casa, e o mais velho lhe seja o lúcido instrutor.

Que o jovem projete e construa o mundo, e o mais velho lhe ensine a viver.

Que o jovem vá à luta que lhe é destinada, e, ao se sentir cansado e aflito diante dos obstáculos da caminhada, encontre na velhice compassiva o ombro amigo e paternal, onde possa de recostar e recuperar força e ânimo.

Na mocidade se aprende, na velhice se compreende.

O corpo se desgasta, mas o ser não envelhece.

O corpo vai envelhecer, sim! Não o ser pensante, o permanente observador da vida. Não o ânimo, coragem, entusiasmo pelo viver!

Aceitação da velhice é consentimento da razão.

Renovação do pensar, do sentir e do agir, é o mantra a ser recitado diuturnamente, que vai instalar e manter a jovialidade em qualquer idade.

Ressignificar, portanto, conceitos de vida, idade e velhice.

Conhecer, consentir e adotar nova diretriz vivencial à luz do legítimo sentido de viver.

Se manter ágil, na medida do possível, sem permitir que outros dirijam a vida, mesmo que aleguem ser por amor, por cuidado ou para evitar preocupação. Exercitar a própria capacidade de pensar, buscar novos conhecimentos, enriquecer o desempenho intelectual, leva não só a preservação do patrimônio da memória, como ao descortinar de novos horizontes, ricos de valores inusitados.

É a experiência que ensina!

Praticar exercícios físicos apropriados à faixa etária, alimentar-se dentro do saudável, manter padrão elevado de pensamentos, ler a boa leitura, desempenhar atividades gratificantes, são contribuições que todos podem se dar a si mesmos, a fim de avançarem na idade com assertividade, rumo a plenitude.

Só atribuir interesse e grandeza àquilo que está a serviço da harmonia íntima e da sua importância como ser humano.

O secundário não deve jamais ocupar o lugar do primordial.

Toda idade é momento certo para se cuidar, quando se ama a si mesmo, ternamente.

Porém, para quem já está a caminho a mais tempo, comece aos 60 anos, ao menos, a se cuidar atenciosamente.

Quem já se adiantou um pouco mais ainda que isso, se apresse, não deixe passar o seu momento de iniciar essa revolução silenciosa em prol da libertação pessoal do jugo da velhice mal compreendida, e ao alcance de prazeres novos, que uma vida renovada propicia.

O bem-estar aguarda a todos! Mas precisa ser buscado com esforço e determinação.

Nunca é tarde para se tornar quem sempre se desejou ser.

Para o começo da caminhada, basta um primeiro passo.

A diferença, em qualquer situação, se faz com a nova atitude.

Na travessia do mar da vida, não se pode mudar o vento, mas se pode ajustar as velas do barco e perseguir rumo certo ao porto seguro.

Hoje é o dia; o momento é agora para se recomeçar.

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