Para podermos falar de autopunição e autopiedade devemos, primeiramente, examinar uma simples palavra: RESILIÊNCIA, que significa grau de adaptabilidade e capacidade de superação que apresentamos frente aos acontecimentos vivenciais.
Ele é um termo da física que explica a capacidade dos materiais em suportar pressão, tensão, temperatura, ser exposto ao tempo, entre outros.
Mas, se visto sob o enfoque comportamental do ser humano, a resiliência é a manifesta capacidade de suportar as adversidades da vida.
Capacidade maior em uns, menor em outros, e nula em muitos.
Falando de autopunição e autopiedade.
Para se autopunir é necessário sentir-se culpado de algo que tenha causado um conflito interior.
Esse mecanismo punitivo, embora mental, inicialmente facilita, no geral das pessoas, a instalação da monoideia girando em torno do conflito, pessoas, acontecimentos, circunstâncias.
Daí advém uma paralização, que obriga se gire, física e mentalmente, em roda de um único pensamento, que incapacita a evolução da compreensão de si mesmo, no envolvimento e na resolução do fato.
A cobrança própria, repetida em demasia, estressa o cérebro e impede a clareza de raciocínio.
Estado emocional que deve ser revertido, porque neutraliza as novas propostas que surgem para se reabilitar diante do conflito.
Autopunir-se gera incapacidade para agir como devido, buscando solução, edificação do bem-estar de espírito.
Impressões autopunitivas desestruturam, por repetição, os frágeis tecidos da estrutura neuronal, pela continuidade das cargas energéticas destrutivas que o ser autopunitivo se impõe, pela energia do pensamento, nesse caso negativa, sem conhecer o quanto de perigosa é essa atitude.
Temos que estar preparados para um auto enfrentamento que seja terapêutico e não destrutivo para nós mesmos.
Exemplificando: – acontece um fato e sabemos sermos nós quem o desencadeamos. Supostamente ele atinge várias pessoas e nossa consciência nos acusa e deseja que reparemos o ato infeliz, impensado.
Por um motivo qualquer, há a negativa de reparação em nosso íntimo, e iniciamos um processo longo e desgastante, nos punindo, depois, por não tomarmos a atitude reparadora.
Uma parte de nós exige que se dê e a outra não nos dá permissão.
Resultado: giramos em círculos e geramos muito desgaste físico e emocional, sem encontrarmos a solução.
O ser que alcançou a resiliência age, sem se permitir reagir.
Ele analisa detalhadamente todo o acontecimento conflitivo, pondera positivamente, pois detém a capacidade de compreensão, e assim abre as possibilidades de reparação, as executa e resolve o caso com rapidez.
Sabe que não pode dispor de tempo e energia que não para a harmonia de sua própria vida, e compreende o porquê do conflito, sem ter dó de si mesmo.
Descarta a autopiedade por entendê-la como um reflexo da fraqueza do orgulho ferido.
Impõe-se, pela autodisciplina adquirida nas experiências anteriores, a necessidade de uma reparação imediata do conflito.
Soluciona assim a situação desagradável, ponderando sempre que o melhor a ser feito é não oferecer resistência às vicissitudes que se nos apresentam, por sermos nós mesmos os causadores desses desequilíbrios.
Somos autores e vítimas.
Sejam dramas, perdas amorosas ou financeiras, frustrações, crises, traições, em todas as situações, atuemos positivamente, jamais supervalorizando os acontecimentos.
Assim, tomemos atitudes que favoreçam a nós mesmos, por termos autoestima e amor próprio.
Tudo isso desenvolvido pelo esforço por nos conhecermos honestamente, seja em momentos difíceis quando tudo parece desmoronar em nossa volta, como quando a vida parece ter um tom só, o de tranquilidade!
Todos nós temos obrigação de ter flexibilidade emocional.
Há crises dificílimas de serem enfrentadas, mas nenhuma descarta por completo a ferramenta que adocica, tanto tensões emocionais quanto pressões sociais: a resiliência!
Vamos agir por superar nossos fracassos.
Sabemos que o crescimento e amadurecimento espiritual marcarão presença em nós após enfrentamento de nós mesmos, superando nossas limitações e indo em frente.
Vicissitudes surgem em nossa vida para que aprendamos a pensar maduramente, construindo nosso bem-estar emocional, nossa saúde.
Os momentos difíceis são construtivos de lucidez, segurança comportamental e tranquilidade emocional, após superados.
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