Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino. – Carl Gustav Jung
Os médicos Deepak Chopra, autor de vários best-sellers, traduzidos para mais de 40 idiomas, e Rudolfh E. Tanzi, professor de neurologia da Harvard University e vice-diretor de neurologia e diretor da unidade de pesquisa genética e envelhecimento do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, afirmam em livro de autoria conjunta: Você é a sua cura: A realidade chega aonde a crença leva.
E conceituam: Uma crença não é como um casaco que vestimos ou tiramos. É um pedaço de um código genético invisível que participou da criação da sua pessoa.
Nosso pensar, deliberar, agir está estruturado em crenças e valores que adotamos, nem sempre conscientemente, que formam uma das estruturas mais importantes do comportamento. Quando realmente acreditamos em algo, nos comportamos de maneira congruente, de conformidade, com essa crença.
Um tipo de crença é a chamada expectativa do objetivo desejado, significando que acreditamos que nosso objetivo é alcançável, como, por exemplo, ao fazermos uso de determinada prescrição médica, estamos desejosos, esperançados, de alcançarmos a cura. Por conseguinte, se consideramos que sobre certo objetivo não temos expectativa de atingi-lo, nos sentiremos desesperançados.
Um outro tipo de crença denomina-se expectativa de autoeficácia, em que acreditamos que o objetivo seja possível e temos o que é preciso para alcançá-lo. Como exemplo, citemos um concurso para certo emprego, quando entendemos estar capacitado e preparado para tanto. Contrariamente, se nos vemos como não possuidores do necessário, sentimo-nos desamparados.
Apontamos mais um outro tipo de crença que é chamada de expectativa de reação, que é aquilo que esperamos que aconteça, seja positiva ou negativamente, como resultado das atitudes que tomamos em determinada situação. Por exemplo, diante de um conflito familiar, o diálogo tido entre todos, desejos de mudanças solucionadoras.
Sem nos alongarmos, ainda citamos crença sobre causas (como exemplo: “se sair sem casaco, vai pegar um resfriado”); crença sobre significado (exemplo: se uma pessoa enfermou gravemente, significa que é uma pessoa descuidada, que é uma pessoa de temperamental?); crença sobre identidade (exemplo de crença de identidade limitadora: “não mereço ter sucesso”, e não limitadora: “acredito que terei êxito em minha experiência nova no trabalho”.)
Registremos que todas as crenças são mutáveis. Todos acreditamos em coisas, quando crianças, que agora consideramos sem propósito, até ridículas. E há coisas nas quais acreditamos agora, que sequer nos passariam pela cabeça antes.
No entanto, entendamos que comportamento é organizado em torno de nossas crenças e valores.
Vivemos a realidade de cada momento, agindo como entendemos devamos agir. E formulamos nossa maneira de agir, segundo a realidade que acreditamos ser.
Hábitos, condicionamentos, preconceitos, são escolhas feitas por nós, recebendo dedicadamente forte alimentação mental de nossa parte.
Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo, aprendemos com Gautama, o Buda.
O idealizado pelos pensamentos decorrentes dos desejos intensos, sistemática e demoradamente nutridos pelas emoções correspondentes, mais dia, menos dia, se materializa no mundo das formas, se manifesta como nossa realidade pessoal, por mais momentânea que seja.
Leciona o Talmude: Presta atenção em teus pensamentos, pois eles se tornarão palavras. Presta atenção em tuas palavras, pois elas se tornarão atos. Presta atenção em teus atos, pois eles se tornarão hábitos. Presta atenção em teus hábitos, pois eles se tornarão teu caráter. Presta atenção em teu caráter, pois ele determinará teu destino.
As conceituações que trouxemos nos permitem vislumbrar a abrangência e profundidade da afirmativa: A realidade chega aonde a crença leva.
Estando as crenças sujeitas a mudanças, como de fato se dá conosco no dia a dia, a nossa estrutura mental-comportamental também muda, alterando hábitos, condicionamentos e tudo o mais.
Registrou Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático considerado o “Pai da dialética”: O homem que volta ao mesmo rio, nem o rio é o mesmo rio, nem o homem é o mesmo homem.
A respiração é uma função automática, involuntária, mas é possível torná-la voluntária quando quisermos.
Comportamento corriqueiro costuma não ser consciente.
Buscar renovação pessoal é uma decisão consciente.
Consciência consiste no processo de observar novas coisas ativamente, renunciando aos conceitos preconcebidos, e então agir de acordo com essas novas observações, registraram Chopra e Tanzi, no livro acima citado.
Estar consciente é estar alerta, vigilante, ligado, desperto.
As experiências pessoais são metabolizadas tanto quanto o alimento, o ar e a água. Isso pode resultar saúde ou doença, bem ou mal-estar, satisfação ou insatisfação.
Somos os semeadores da colheita que fazemos jus.
Dra. Ellen Langer, psicóloga de Harvard, concluiu com suas recentes pesquisas: Homens que mudaram de perspectiva mudaram o corpo. Utilizaram-se das ferramentas disponíveis a todos nós, em qualquer lugar do mundo: vivência diária com lucidez, escolhas simples de estilo de vida e técnicas de aprimorar a consciência.
Por que não optarmos conscientemente por um estilo de vida saudável?
Comecemos por questionar nossas crenças e valores, e, por efeito, nosso comportamento, nossos hábitos, nossa rotina. Adotemos somente aquelas que sejam saudáveis ao pensar, ao agir e ao sentir, como, por exemplo: promovam o desejo de ser feliz e ficar bem, nos levem ao controle emocional, nos preparem para tudo enfrentar e nos deixar prontos para os desafios da vida, que nos dê sentimento de segurança e sem medo, que nos entrose em apoio mútuo com familiares e amigos, em nos fazer sentir amados e amando também, e nos levando a aceitar quem somos.
Conscientes e dentro de um estilo de vida saudável, naturalmente se darão conosco experiências pessoais, como: ajudar alguém, notar algo belo, oferecer serviços a quem precisa, sorrir e apreciar algo, perdoar uma ofensa, fazer alguém rir, encontrar a solução para algum problema, meditar, ter um vínculo forte com alguém, caminhar junto à natureza e se sentir renovado, sentir-se leve e vigoroso, respeitar o limite alheio sem que o outro precise solicitar isso, ter momentos de pura alegria, acarinhar uma flor, se encantar com o nascer ou o por do Sol, alegrar-se alegrando uma criança ou um idoso, saber dizer sim e dizer não.
Um estilo de vida saudável levanta o véu da indiferença, da descrença em nós e nos outros, descortinando o sentido da vida e permitindo identificar uma vida com sentido, sob a regência do Sábio e Amoroso Poder.
Uma vez que é certo que a realidade chega aonde a crença leva, que o bem, o belo, o nobre sejam as bases de nossas crenças, e a realidade então construída por nós, nos dará alegria de viver, pois será qual fonte de energia revigorante, permanente e constante, construtora de bem-estar contínuo, repleto de paz e saúde.
O notável psicoterapeuta Carl Gustav Jung apontou, com sabedoria que lhe é própria: Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me tornar.
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